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Napalm Death, Brujeria: travando pescoços no sul da Alemanha

Resenha - Napalm Death, Brujeria, Power Trip, Lock Up (NCO-Club, Karlsruhe, 19/05/2017)

Por A. Krampmann
Postado em 06 de junho de 2017

Eu acho que NAPALM DEATH é uma das bandas que eu mais vi na vida. Vi eles pela primeira vez no Brasil em 1997, se não me engano, na turnê do álbum "Inside The Torn Apart", que não é muito bem recebido por muitos fãs, mas é um disco que eu adoro. Como estava de folga do trabalho saí mais cedo de casa em direção à Karlsruhe, cidade do sul da Alemanha, que fica a mais ou menos uma hora de distância da minha residência. Após alguns dias de sol e calor o tempo estava chuvoso e um pouco frio, e como cheguei cedo, estacionei o carro em frente ao local do show e fiquei esperando dentro do carro. Ao lado do clube havia uma pista de Skate, e embaixo de uma rampa, próximo de onde o tour bus estava estacionado, havia um jovem solitário, se protegendo da chuva fina. Eu sai do carro para esticar as pernas e comecei a conversar ele, e quando falei que era do Brasil ele começou a falar algumas frases em Português e disse que adorava o Brasil, Sepultura, Soulfly etc. Ele estava esperando para pegar autógrafos e não demorou muito para o Shane Embury, baixista do Napalm e uma lenda da música extrema vir em direção ao ônibus. Não sei se a cara de pedinte do meu novo amigo estava muito explícita, mas o fato é que o Shane mal olhou para nós e mudou seu trajeto, vindo em nossa direção. O caçador de autógrafos tirou uma pilha de fotos impressas e logo me colocou como assistente, pedindo para que eu fosse segurando as folhas que o Shane pacientemente assinava. Um dos artistas mais gente fina que já tive a oportunidade de conhecer, muito atencioso, mesmo com uma forte gripe foi muito simpático, e enquanto assinava as intermináveis fotos conversava com a gente. Logo depois veio outra lenda, um cara que eu respeito bastante e um dos meus vocalistas preferidos, Mark "Barney" Greenway. Ele também atendeu meu colega e assim como o Shane foi extremamente simpático e bem humorado. Esse tipo de atitude só faz meu respeito com a banda crescer. Nesse meio tempo um amigo meu chegou e assim que viu a quantidade de fotos que meu camarada tinha usou da gélida franqueza alemã e perguntou se o cara estava fazendo negócio com as fotos. Ele negou, mas não passou muita confiança quando perguntou meio ansioso qual era o nome de uma pessoa que saia do Tour Bus, no caso o vocalista do LOCK UP, que juntamente com as bandas POWER TRIP, BRUJERIA e o NAPALM DEATH faziam parte da tour "Campaign for Music Destruction", que faria uma das suas últimas apresentações na Europa.

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A movimentação foi tão grande que eu não vi o tempo passar, e de repente ouvi música começando na casa, e me desesperei quando percebi que se tratava da "Feeding The Opiate", música do álbum "Hate Breeds Suffering" do LOCK UP. Sai correndo sem falar com ninguém passei rapidamente pela segurança e fui para a frente do palco. O público ainda estava contido, mas eu rapidamente me entreguei à música que estava rolando. Nicholas Barker, Shane Embury, Kevin Sharp e Anton Reisenegger estavam destruindo seus instrumentos, e eu, que gosto bastante da banda, estava realizado em poder ver de perto o monstro Nicholas Barker demolindo seu kit com precisão e velocidade impressionantes. Curto e grosso. Essa é a melhor definição do show, que me deixou extremamente satisfeito e provavelmente a galera presente também, já que a banda saiu muito aplaudida do palco. Reencontrei meu amigo e pedi desculpa pela correria, mas não foi muito mais que isso, pois a segunda atração da noite, a banda POWER TRIP já iniciava sua apresentação. Eu não conhecia o grupo e não tive a oportunidade de pesquisar algo antes, então não tinha expectativa nenhuma. Fiquei em dúvida quando vi um dos guitarristas com a camiseta do Van Halen, outro com a camiseta do Fates Warning, o baixista com uma do Dokken e o vocalista que destoava um pouco, com um boné do Slayer e uma camiseta do Sinister (em alguns momentos ele me lembrou o Barizon, o metaleiro vagabundo, personagem do Hermes e Renato). A resposta veio rapidamente, a banda toca um Thrash Metal totalmente calcado nos anos oitenta. Não havia absolutamente nada de novo no som dos caras, mas era impressionante como a atmosfera sonora fazia como se eu estivesse em um show do final dos anos oitenta, então não me restou outra alternativa a não ser aproveitar para me divertir um pouco no mosh pit. Já não sou mais nenhum adolescente que aguenta duas horas de pancadaria, mas um pouco de movimento não faz mal para ninguém. O show foi bem empolgante e banda me agradou muito, é uma boa dica para quem quer um Thrash Metal mais tradicional de qualidade.

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Depois da POWER TRIP eu colei na frente do palco, era hora do BRUJERIA. Quando eles tocaram a primeira vez no Brasil eu não pude ver por causa de uma viagem que tinha um dia antes do show. Eles gravaram uma apresentação em um dos programas do João Gordo na extinta MTV e lembro que por causa de uns 2 minutos eu não consegui entrar no estúdio. Depois não tive mais chance e agora iria finalmente ver essa mística banda, que mesmo sofrendo uma certa descaracterização devido à tantas mudanças de formação, ainda era um show que eu queria muito ver. Bom, aqui já era possível ver que esta tour conseguiu fazer uma redução de custos de provocar inveja em qualquer gerente financeiro. Com exceção dos dois vocalistas, o lendário Juan Brujo e seu parceiro Fantasma, a banda era a mesma que havia se apresentado sob o nome de LOCK UP alguns minutos antes – Nicholas Barker na bateria, Shane Embury no baixo e Anton Reisenegger na guitarra. Com peixeira na cinta e fazendo dancinhas muito engraçadas a dupla de vocalistas comandou a trupe, que tocou algumas músicas de seu novo disco, "Pocho Aztlan" (Angel de la Frontera, Satongo), do "Brujerizmo" ( Brujerizmo, Anti Castro – cujo refrão foi mudado de "Soi Anti-Castro" para "Esta muerto") e muitas do talvez mais clássico álbum lançado por eles – pelo menos é para mim, " Raza Odiada". Colas de Rata, Marcha de Odio, Consejos Narcos –esta com a tradicional placa Si – Nò e, claro, La Migra. Eu gostei muito deste show, esperava uma coisa mais barulhenta, mas as músicas foram muito bem executadas e a performance dos dois vocalistas foi muito boa e engraçada. Um show que eu recomendo e que voltaria a ver com certeza. Após a versão do famoso Hit "Marijuana", que pareceu deixar muitos sem entender o que estava acontecendo, o grupo deixou o palco, que começava a ser preparado para a banda principal.

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Sem muitas firulas como já é de costume e após a intro "Apex Predator – Easy Meat", que só tem parte vocal, os britânicos do NAPALM DEATH mandaram a "Evolved as One", do álbum "From Enslavement to Obliteration", emendando com a "It’s a Man’s World", também do mesmo disco. Como é meio usual nos shows do NAPALM DEATH, as músicas acabam embolando um pouco, e mesmo para quem conhece os sons tudo soa um pouco barulhento. Este show não estava dos piores, e a trupe de Shane Embury, que tocava seu terceiro show na noite foi descarregando seu arsenal de petardos em forma de música, enquanto o público ia queimando a sua energia em rodas e até alguns stage dives. O guitarrista John Cooke ainda está tocando no lugar do Mitch Harris e desempenha um ótimo papel, mas faz falta ver o titular do posto, que desde 2015 está afastado da banda. Clássicos como "Suffer The Children", "Scum", "You Suffer" não ficaram de fora do set, mas músicas mais recentes que também já podem ser consideradas clássicas não ficaram de fora do repertório : "The Wolf I feed", "On The Brink of Extinction", "How The Years Condemn" e "Dear Slum Landlord" foram algumas pedradas que deixaram o público e eu muito satisfeitos. Como a discografia da banda é muito extensa, obviamente senti falta de muitas músicas e poderia fazer um outro set list completo com músicas que eles não tocaram. Não é fácil mesmo ser fã. Mas no final das contas sai extremamente satisfeito com todos os shows. Pescoço travado, camiseta ensopada e um sorriso no rosto, como um bom show de metal deve terminar.

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Set List Brujeria

Brujerizmo
Colas de Rata
La Migra
Hechando
Trump
666
Angel Frontera
Satongo
Desperado
Anticastro
Marcha
Revolucon
Consejos Narcos
El Desmadre
Matando Güeros
Marijuana

Set List Napalm Death

Apex Predator
Evolved as One
It`s a Man`s World
The Wolf I Feed
Smash a Single Digit
Stunt Your Growth
On The Brink Of Extinction
Stubborn Stains
Scum
The Kill
Deceiver
You Suffer
From Enslavement To Obliteration
The Code is Red...Long Live The Code
Twist The Knife (Slowly)
Quarantined
Dear Slum Landlord
I Abstain
How The Years Condemn
Suffer The Children
If The Truth be Known
Face Down In The Dirt
Hate, Fear & Power
Nazi Punks Fuck Off
Persona Non Grata / Smear Campaign

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