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Graspop: O que rolou no melhor festival de Metal de 2016

Resenha - Graspop Metal Meeting (Dessel, Bélgica, 17 a 20/06/2016)

Por Gracielle Fonseca Pires
Fonte: Festivalando
Postado em 31 de julho de 2016

O Graspop Metal Meeting - GMM é um festival de Rock, Heavy Metal e Punk sediado desde 1996 em Dessel, município pertencente à província da Antuérpia, na Bélgica. A edição de 2016 aconteceu entre os dias 17 e 20 de junho.

O evento faz parte da segunda leva de grandes festivais europeus de metal, aqueles que são precedidos historicamente pelo gigante alemão Wacken Open Air e às vezes ficam um pouco à sombra dele. Mas, a cada fica mais claro que o Wacken tem deixado de ser a ‘Meca’ do Heavy Metal, enquanto outros festivais como o Graspop e Hellfest despontam como passagens imprescindíveis no currículo dos metalheads.

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A edição épica organizada pelo GMM neste ano não deixou dúvidas sobre isso. O Graspop foi um dos únicos festivais europeus a proporcionar, em um mesmo dia, estar em concertos de bandas como King Diamond e Black Sabbath, Iron Maiden, Saxon, Anthrax, Twisted Sister, Overkill e por aí vai. Ou seja, foi uma edição muito especial.

LINE-UP ÉPICO

O line-up do Graspop 2016 arrastou mais de 100 mil pessoas para o festival deste ano, criou muitas expectativas e felizmente as cumpriu. Uma fórmula com ingredientes tais como Black Sabbath, Iron Maiden, Twisted Sister, Saxon, Anthrax, Slayer, Megadeth raramente poderia dar errado, afinal! Por isso, até mesmo a chuva, a lama e alguns pecados de organização do festival acabaram menos importantes perto da grandeza dos concertos do Graspop 2016:

Despedidas e aniversários

Black Sabbath – Uma das atrações mais esperadas da primeira noite de Graspop e, certamente, um dos melhores shows daquele mesmo dia. Assim como eu, muita gente estava cansada e triste com a lama e a chuva, mas quando aqueles senhores entraram no palco, a introdução da música Black Sabbath fez da chuva apenas um elemento cenográfico da grande celebração que se iniciou ali. Estávamos todos diante dos criadores, a escutar embasbacados a criação musical que leva todos os anos mais de 150 mil pessoas a se reunirem naquele mesmo lugar, ou seja, o Heavy Metal.

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Aqueles senhores à nossa frente estavam se despedindo. The End tour marca o encerramento das atividades da primeira banda de heavy metal do planeta. Mas, sabemos que tal despedida não é definitiva. Afinal, em várias notas de músicas de heavy metal, no jeito de se vestir e se portar dos artistas, encontraremos sempre traços do Black Sabbath.

Sem muitas novidades em relação aos demais shows da turnê da banda, o set list tradicional da turnê foi seguido religiosamente – tão religiosamente que foi possível prevêr até mesmo quando Ozzy faria pausa, quando diria "I can’t hear you" e "louder", ou mesmo quando pedia para todo mundo ficar o mais maluco possível na plateia. Começaram o show com Black Sabbath, seguiram com Fairies Wear Boots, After Forever, Into the Void e por aí vai, terminando com Paranoid. A única coisa que percebi diferente entre o show do Graspop e o da turnê que passou pelo Brasil em 2013 foram as imagens escolhidas para o telão. Por exemplo, durante a execução de Dirty Woman no Brasil foram exibidos vídeos com fotos de Betty Page. Já no show do Graspop a produção optou por imagens mais psicodélicas.

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Como também já era esperado, e nem por isso deixou de ser maravilhoso, a plateia cantou cada estrofe das letras das canções do Sabbath, formando um coro apaixonado e que fez daquela noite algo ainda mais especial. Ah, ainda por cima foi uma bela noite de lua cheia em Dessel aquele dia.

Satyricon – A obra de arte da carreira do Satyricon executada na íntegra, ao vivo, diante de nós. Como não amar o Graspop por ter nos permitido ver aquilo? A turnê especial em comemoração aos 20 anos de Nemesis Divina foi privilégio para aqueles que viram a passagem da banda por alguns festivais da Europa neste ano. O Satyricon fez, provavelmente, o show mais emocionante dentre aqueles que vi a banda fazer. Nenhum vestígio de problema de saúde ou abatimento transpareceu ao vocalista, que havia sido diagnosticado com tumor há alguns meses atrás. Vai ver que é na própria música que se encontra a cura das nossas mazelas.

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A banda estava em sua condição ótima, podemos dizer assim, considerando-se que Frost tocou com um estilo mais rápido e agressivo, diferente daquele desenvolvido pela banda nos trabalhos mais recentes.

Nemesis Divina foi tocado de acordo com a sequência do álbum, exceto por Transcendental Requiem que foi trazida para antes de Immortality passion. Em seguida, e quando toda a audiência já se encontrava em êxtase musical com tamanha beleza do que foi visto e ouvido, Satyr solta: agora, vamos tocar algo mais rápido, agressivo. "Quero ver um mosh pit, e quem sabe até mesmo sangue", disse. Bom, achei que ele tocaria algo dos primeiros álbuns. No entanto, anunciou Balck Crow on a Tombstone, emendando Fuel for Hatred e K.I.N.G..

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É, acho que só no momento em que o Satyr atribuiu mais velocidade e agressividade à essas canções é que pude notar que algo não estava bem com a sua saúde. Brincadeiras à parte, as canções escolhidas também animaram a audiência e fizeram com que o palco Marquee, dedicado a bandas extremas, tremesse!

Twisted Sister - O Graspop 2016 não poderia ter sido fechado de maneira melhor. Twisted Sister fez com que eu me sentisse – bem como toda aquela multidão de mais de 100 mil pessoas, como se estivéssemos todos em uma grande festa. Festa mesmo, onde todo mundo toma um belo porre, canta e dança ao som das bandas de metal dos anos oitenta. Foi uma noite inesquecível e sem chuva, finalmente. Quase todos os artistas daquele dia fizeram piadinhas com isso, de que eles teriam feito um trato para que a chuva parasse. Sinder também agradeceu à chuva "bitch" por ter parado naquele momento.

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Dee Snider é mesmo um grande frontman, um mestre de cerimônias sem igual, e diretor de palco também: luz na banda agora, luz no público, apaguem a luz – ele mandava os técnicos executarem, e assim orquestrava um dos maiores espetáculos de rock e metal que os presentes poderiam ter visto. A participação especial que Snider fez durante o show do Rock in Rio 2015 foi sensacional, deixou fãs querendo ver um show completo do Twisted Sister. Assim, o show da banda no GMM 2016 veio como um presente para fãs da banda.

Snider garantiu que eles estavam se despedindo, mesmo. Ele deixou claro que esse não era o mesmo adeus dado pelo Scorpions, não era o Ozzy Osbourne "no more tours". Falou também que já era hora do Twisted Sister encerrar as atividades, "afinal, são 40 anos de carreira e a gente nem tem um Eddie ou um avião, como o Iron Maiden", brincou com o outro headliner do festival que tocou antes de eles entrarem no palco.

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No início, as imagens do telão já nos mostraram o que estava por vir daquele grande show: as capas de álbuns e fotos de diversas fases da banda eram um indício de que iniciaríamos uma deliciosa recapitulação histórica do rock ‘n’ roll e heavy metal faceiro da banda. E assim foi, clássico atrás de clássico, incluindo Burn in hell, I wanna rock, The fire Still Burns, I’m me, The Price, I believe in Rock ‘n’ Roll e claro, We’re not gonna take it. O show teve muitos ápices, incluindo o momento da execução de The Price, com homenagens lindas aos mortos do heavy metal no ano passado, entre eles, AJP, baterista original do TS e que estava sendo substituído pelo Mike Portnoy nesta turnê de despedida.

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We’re not gonna take pode ser considerado uma espécie de hino do GMM 2016, pois além de ter sido repetido por todos durante o show, também foi repetido durante a madrugada inteira ao fim do festival: nas filas dos banheiros, nos transfers e até mesmo no aeroporto na hora de voltar para casa havia alguém repetindo "we’re not gonna take it, no, we ain’t gonna take it…". E é claro, esse coro está se repetindo em minha cabeça neste momento, ainda. 110 mil pessoas cantando tudo isso e se divertindo em um clima de festa delicioso.

Os headliners Absolutos

Iron Maiden – Mal se podia andar entre os palcos principais no momento em que a donzela estava para iniciar seu concerto. Eles tocariam apenas às 21h, mas desde a manhã já havia gente plantada na grade, para esperar uma das bandas mais queridas. O Iron Maiden estava ali para tocar seu novo disco, The Book Of Souls. Não houve nada muito diferente daquilo que foi feito para os shows da turnê que passou pelo Brasil em março deste ano, bem como os demais shows da banda que vêm acontecendo dentro e fora dos grandes festivais. Assim, da mesma forma que os demais, o show continuou morno no início, com as músicas do novo disco, que não são tão potentes quanto as demais.

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Children of the Damned animou bastante a audiência, mas logo se seguiram mais músicas novas. The Trooper e Powerslave fizeram os fãs esquentarem as cordas vocais. Mas em seguida, Bruce começou a entoar Death or Glory, com um macaquinho de pelúcia no pescoço e mais músicas do novo álbum que não cativaram tanto.

O vocalista brincou com a idade da plateia, dizendo que havia muitos ‘legados’ por lá – que preferia chamar de legado ao invés de velharia, ou pessoas velhas. Também brincou com a interrupção do show pelo som de guitarra que atravessou o placo em uma imprópria passagem de som feita pelos técnicos do Twisted Sister no momento do show do Iron Maiden. Dee Snider até brincou com isso depois, dizendo que iria despedir o técnico, e fez a plateia inteira chamar o cara de idiota depois.

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Um belo coro com Fear of the Dark e Wasted Years já eram esperados e aconteceram em meados do concerto. O final com emoção e mensagens de paz com Blood Brothers, também.

Foi uma bela apresentação, mas certamente não foi a mais empolgante do festival, apesar de estar completamente lotada. Mas o Iron é Iron, e sempre fará grandes shows, para uma legião de fãs, em qualquer lugar.

King Diamond – Quando as primeiras notas ultra-agudas foram emitidas pela majestade das trevas, muitas pessoas estavam amontoadas perto do palco principal número dois, mesmo debaixo de chuva, para participar de um show que parecia até mesmo um culto, uma adoração aos seres demoníacos. Certamente, poder-se-ia até sentir algum cheirinho de enxofre exalando daquele palco. Uma apresentação teatral, não tão cheia de clássicos da carreira solo de King Diamond e também do Mercyful Fate, mas ainda sim contendo Halloween, Melissa, Welcome Home, Abigail, A mansion in darkness entre outras canções.

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As pessoas tentavam cantar junto e imitar os falsetes de Kim Petersen, o que tornou o show do rei bem engraçado. Do teatro do metal, como ele e Alice Cooper sabem bem performar, mais uma vez o show de King Diamond contou com um ótimo trabalho de cenografia, tal como o concerto do Wacken em 2014, e com as performances de uma atriz e King, encenando rituais ocultistas diante de uma grande audiência. Certamente, um dos shows mais bacanas do festival.

Slayer – Em um certo momento da vida eu havia me recusado a assistir a mais shows do Slayer. Eram muitos, já tinham se tornado muito repetitivos e pouco criativos em vários sentidos. Porém, quando entraram no palco principal do Graspop, no sábado, foi possível perceber a força do trabalho atual da banda, ao vivo. Repentless foi como um cala-a-boca para quem algum dia teria duvidado da capacidade do Salyer de continuar a ser uma das principais bandas de thrash. Foi de fato muito brutal estar no meio daquela plateia que logo abriu vários moshs que levantaram a lama por toda parte. Porém, em seguida foram poucos os trabalhos contemporâneos apresentados. Os clássicos tomaram conta do show e foram executados de maneira menos burocrática.

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Megadeth – Dave Mustaine tinha uma performance vocal desta vez bem melhor do que aquela vista na abertura dos shows do Black Sabbath no Brasil, em 2013. Além disso, a banda ainda contava com o talento do brasileiro Kiko Loureiro, que toca tão em sintonia, faz os backing vocals e tem uma presença de palco tão interessante que não parece ser um membro substituto.

O set list foi bem selecionado, equilibrando músicas do passado com alguns trabalhos novos. O show foi um dos mais animados. Desde a primeira música, a Hangar 18, passando por Tornado of Souls, Sweating Bullets, Peace Sells e Holly Wars, banda e público deram 100% de si.

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O presente promissor

Volbeat - Abram alas! Havia mais gente no concerto destes caras do que talvez houvesse em toda a Dinamarca, país de origem do Volbeat. Eles não são muito conhecidos no Brasil, mas, na Europa eles se tornam cada vez maiores, desde o segundo álbum lançado. A banda tem algumas sacadas bem pop-rock e está em pé de igualdade ao Muse em muitos quesitos. Um rock n roll fácil de ouvir, potente e descontraído, letras e refrões do estilo chiclete que gruda na sua cabeça. Sim, eles sabem a fórmula do sucesso e uma multidão de pessoas estava a cantar junto e comprovar que Volbeat é algo significativo na indústria do rock e metal, atualmente.

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Achei estranho desde o início eles serem um dos headliners do festival, mas desde o momento em que cheguei à área do evento e me deparei com tantas camisas do Volbeat comecei a desconfiar de que o show deles de fato teria uma grande adesão. E a adesão não foi apenas de presença, mas sim de corpo e alma. Cada fã cantava todas as músicas, estrofe por estrofe.

O Show reuniu pessoas de todas as idades que, além de cantar, não se incomodaram hora alguma em sacudir o esqueleto e até mesmo bater cabeça junto, pois algumas músicas permitiram isso, devido ao peso.

Tudo muito bem executado e um vocalista que parece ter se emocionado com sinceridade ao ver tantas pessoas enlouquecidas naquele show, mesmo debaixo de uma chuva muito chata que não parava, tendo sido uma das mais fortes chuvas durante todo o festival – por isso, aquele aglomerado de pessoas que cantavam e participavam do show com paixão foi um feito, algo admirável para a banda!

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Foram 18 músicas ao todo, cantadas do início ao fim pelos fãs.Para mim, as mais interessantes ao vivo foram The Devil’s Bleeding Crown, Guitar gangsters and Cadillac Blood, Hallelujah Goat, 16 Dollars, Radio Girl e The mirror and the ripper… nossa, quase todas, na verdade!

Myrkur - Meio dia foi o horário que reservaram à Myrkur no Graspop Metal Meeting, uma das poucas mulheres a fazerem show neste festival de metal. Desde então, é possível problematizar que esse horário diz muito de escolhas machistas na construção da grade do festival, pois seria um horário que desprivilegiaria a apresentação da artista, que supostamente ficaria esvaziada.

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Mas o feitiço se virou contra o feiticeiro, por assim dizer, pois Amalie e sua banda levaram um grande número de pessoas ao palco Marquee naquele primeiro dia de festival. Myrkur está se tornando mais conhecida desde 2015 e a talentosa e competente artista já conseguiu muitos prêmios em sua jornada. Amalie é multinstrumentista e possui um domínio impressionante das técnicas vocais – não é algo fácil variar entre o lírico e o gutural rasgado do black metal. O mais conveniente e feito por artistas homens dentro do metal é chamar uma pessoa para cada vocal. Amalie dispensa isso. Faz as duas vozes, compõe letras excelentes, cria arranjos e riffs interessantes, além de tocar piano e violino.

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Eu havia assistido à primeira apresentação de Myrkur no Roskilde festival 2015, que foi fantástica, mesmo que toda a banda ainda estivesse um pouco crua e insegura para os palcos. Agora, o conjunto se mostrou mais entrosado e confiante, o que fez o show ser ainda mais interessante.

Recentemente, Amalie foi alvo de críticas machistas e até mesmo acusações de ser uma "farsa". Se for mesmo uma farsa, preciso dizer que multidões têm sido enganadas ou hipnotizadas, pois a dinamarquesa faz então muito bem o papel de uma grande artista, realizando shows tão bons como este do Graspop, que misturam a delicadeza e a brutalidade – o que todos tanto tentam separar no meio metal, e atribuir a primeira característica sempre à mulher, e a segunda como exclusiva do homem. Talvez por unir isso, com muito talento, Amalie desperte tanta chama dentro dos haters de plantão que vão ter que engolir mais uma grande apresentação da musicista e multinstrumentista dinamarquesa.

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Crobot – Foi um dos primeiros shows do último dia de festival e que certamente não ganharia tanta atenção, ainda mais conflitando horários com o Overkill, um dos expoentes do thrash metal. Mas, a minha curiosidade falou mais alto. Fui ao encontro desta banda americana e não me arrependi nem um pouco.

A banda é ligada nos 220v, não param e a performance de todos foi impressionante. Um hard rock cheio de pitadas de blues, com groovy surpreendente. Eu não os conhecia, mas agora que vi o show, já não saem mais da minha playlist.

Todos eles entendem que show de rock e metal tem que ser algo além de robôs semi articulados tocando guitarras. O vocalista e o guitarrista da Crobot, principalmente, mostraram que o rock não se distanciou definitivamente das suas origens. Os quadris soltos e as acrobacias com a guitarra fizeram tudo ficar especial. Crobot fez uma apresentação hipnotizante. Caso ainda não os conheça, corra aqui para dar o play.

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A EXPERIÊNCIA DO GRASPOP: CHAFURDAR NA LAMA E SER FELIZ

Quando você chega a um festival europeu, certamente não espera encontrar às proximidades manilha de esgoto estourada, lixo e lama mal cheirosa. O Graspop é um festival em que isso acontece, principalmente se chove e as coisas ficam um pouco fora de controle. No entanto, desde o início a sensação é de segurança de que, apesar de tudo aquilo, a gente está naquele lugar para passar bons momentos. Mesmo que a razão insista em avisar que é cilada, é possível encontrar a felicidade no Graspop. A razão perdeu, felizmente.

Apesar de todos os percalços e uma organização que perdeu a mão das proporções que o festival tomou, o Graspop continuou sendo um espetáculo. Não só pelo line-up incrível que foi escalado para este ano, mas também por ter no público presente uma espécie headbanger das mais animadas. Belgas em massa, e também holandeses e alemães fizeram a festa acontecer – sem contar a plateia internacional vinda de todos os cantos do planeta, inclusive a brasileirada toda. Alguns pontos importantes na estrutura – como o ótimo sistema de transporte e pontualidade dos shows fizeram com que fossem superados os problemas irritantes trazidos pelas chuvas.

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Diante da recorrência nos anos de festival das chuvas constantes, é preciso ressaltar para aqueles que pretendem ir ou voltar ao evento: galocha e capa de chuva são peças obrigatórias no vestuário Graspop.

Houve muitos motivos para odiar o Graspop, assim como outros tantos para amar. Das que nos fazem odiar um pouco, estão a chuva, claro (que não é culpa dos caras), há também os malditos tokens, que fazem o comércio do festival ser estabelecido em razões desproporcionais (em que um banho vale a mesma quantidade de tokens do que uma garrafa de água para beber, por exemplo). Acampar quatro dias nesse festival te dá uma sensação bem verossímil de estar em um chiqueiro – e de vez em quando você até encontra alguns doidos pelo caminho para fazer oinc oinc – um salve para as onomatopeias! Há também a irritante limitação dos horários de banho e a insuportável sujeira dos banheiros, bem como a falta de atitude com relação à lama que tomou conta do local do festival – ok, colocaram cascalho e serragem para tentar amenizar, mas a madeira moída só piorou o cheiro insuportável que havia pelos locais. As comidas extremamente caras e também foram um ponto bem chato.

Por outro lado, era preciso amar o Graspop 2016 por ter sido um dos únicos festivais europeus a proporcionar que víssemos em um mesmo dia bandas clássicas e muito importantes. É preciso amar também o fato de os belgas serem tão gentis, animados e loucos e terem cantado "We’re not gonna take it" do Twisted Sister durante todo o show e pela madrugada afora do último dia de fetival, o que transformou a música em um hino desta edição. É preciso amar também a prestatividade dos vizinhos de camping na hora da necessidade e, da equipe do FestiTent e das pessoas responsáveis pela segurança do festival, os quais foram muito especiais ao nos tratar em nossa estadia por lá. É preciso amar que havia transporte para Dessel a maior parte do tempo e que qualquer coisa que precisássemos buscar na cidade, inclusive comida mais barata, era possível e indicado.

Graspop assusta, engana com seu jeitão ogro e sujo, mas conquista no final. A dor de cotovelo pós-festival está forte para mim e certamente para os que foram ao festival. E à lista das maravilhas belgas entre as quais estão as cervejas e chocolates, é preciso adicionar o GMM, apesar de todos os pesares.

ESTRUTURA: DA LAMA AO CAOS, E DO CAOS ÀS TENTATIVAS DE ORDEM

O Graspop Metal Meeting está no primeiro escalão dos festivais de metal europeus no quesito estrutura. São seis palcos, sendo dois deles bem grandes e com ótima qualidade de som, outros três um pouco menores e cobertos - o Marquee, Metal Dome e Classic Rock, foram muito convenientes para a situação meteorológica desastrosa que sempre acomete o festival, e um palco menor, o Jupiler Stage, com novidades musicais interessantes.

Em uma análise fria dos fatos, é preciso reconhecer que o Graspop possui uma estrutura respeitável, apesar de todos os percalços ocorridos devido à situação meteorológica que deixou a região muito molhada e cheia de lama durante o festival. No camping, tal como a área de shows, havia locais intransitáveis, em que se poderia literalmente atolar na lama ao tentar passar de um palco para outro. Para remediar, serragem, cascalho e algumas placas de metal que ajudaram o deslocamento dentro da área, mas não impediram muitos tombos, atoleiros e ainda gente que teve que quebrar ou sujar suas malas as transportando para as regiões de camping. Toda aquela lama pedia botas de chuva, de borracha. No entanto, nem todos vieram preparados e, somente no segundo dia de festival elas passaram a serem vendidas no metal market, a preços relativamente salgados.

Trata-se de um festival que possui ótima infraestrutura de transporte, com serviços racionalizados: é possível comprar os tickets para trens e ônibus antes do festival começar. Existem boas opções de conexão especial entre os aeroportos e a estação de MOL, de onde saem os ônibus que levam ao festival. Estes ônibus eram ofertados em grande número, além de também terem sido úteis para transportar os festivalgoers em suas idas turísticas à Dessel, ou até mesmo aos supermercados.

Em termos de acomodação, o festival ofereceu uma boa gama de possibilidades na Metal Town, onde se poderiam alugar espaços para os motorhomes, ou mesmo alugar uma cabana ou cabine já montada para dormir. A Metal Town ficava a poucos metros da área do festival e poderia ser facilmente alcançada a pé. O festival também ofereceu algumas vagas com preços especiais em resorts da região.

Além disso, na área de camping do festival havia a possibilidade de você levar a sua própria barraca ou alugar uma FestiTent, já montada e equipada. Porém, era perceptível que essas tendas para aluguel foram colocadas nas melhores regiões da área de camping, aquelas que menos sofreram com a lama e alagamento. Os que optaram por acampar com barracas próprias enfrentaram uma situação relativamente precária, que não foi totalmente resolvida pelo festival.

Os banheiros mantinham graus de limpeza ruins, apesar de serem todos adaptados com descargas de água corrente. Havia também limitações de horário para tomar banho, o que foi muito chato.

Os pontos para hidratação eram muitos, instalados tanto na área de camping quanto na área de shows. Já os pontos para alimentação eram escassos na área de camping, limitando-se à parte inicial da mesma, mas com boa distribuição dentro da área de shows. Em termos de alimentação, o festival trouxe opções variadas, culinária de várias partes do mundo, opções veganas e ótimas batatas fritas, tradição belga. Boas cervejas e bons drinks, porém, tudo muito caro. A grande vantagem é que era possível pegar um transfer do festival a qualquer momento e ir ao supermercado – acredite: come-se muito mais com 25 euros (cerca de 100 reais) em um supermercado do que com a mesma quantia dentro do festival. Na verdade, 25 euros poderia ser o valor de um simples lanche feito em uma tarde.

O festival optou pelo uso de tokens- uma moeda própria para as trocas comerciais dentro do GMM, que custava 2,50 euros (cerca de 10 reais) na venda antecipada e 2,75 euros nas vendas durante o festival. Pareceu ser um sistema fácil, mas na verdade trata-se de uma jogada para dar mais lucro para a organização, pois a equivalência de alguns produtos era absurda – um banho e uma garrafa de água, por exemplo, bem como pela ilusão que se tinha de gastar pouco quando algo valia apenas 1 token ( o que na verdade já eram quase 10 reais). Apesar de haver grande disponibilidade de máquinas para vendas dos tokens, as filas para elas continuaram grandes.

As tendas de alimentação possuíam, em geral, um rápido atendimento. No entanto, as tendas de merchandising oficial eram uma lástima. Sempre lotadas e às vezes com apenas um atendente para uma legião de pessoas.

Em termos de conectividade, o festival não é lá essas coisas, porém se sai melhor do que muitos outros, como o Wacken, por exemplo. A internet pegava relativamente bem nos palcos cobertos, bem como no bar dos clássicos de rock, perto da entrada da área de shows e era aberta para todas as pessoas, sem códigos. No entanto, a rede caía com certa frequência.

O GMM é também um dos festivais mais seguros. Existem várias revistas: uma para entrar no camping, que além de contar com a revista pelo agente de segurança ainda inclui o uso de detectores de metal. O mesmo esquema se repete na entrada da área de festival. Às vezes isso gerava uma grande lentidão na entrada de shows mais procurados, no entanto era resolvido rapidamente.

Os palcos do Graspop são um dos pontos mais bem cuidados. Não muito distantes um dos outros, com ótima acústica e estrutura. A área para se esconder da chuva também era relativamente grande e a presença de patrocinadores era menos ofensiva da que é possível ver em outros festivais no mundo. O metal market também tinha opções interessantes de vendas de vestuário e CDs, mas pecava pelo fato de nem todas as vendas aceitarem cartões de débito e crédito.

Apesar de alguns pontos negativos, principalmente com relação à limpeza e a contenção da chuva e da lama no festival, O Graspop tem uma estrutura que atende e vai além. E também por isso deve estar em sua lista para as próximas #FestivalTrips.

Dicas importantes para quem quer ir ao Graspop 2017

Compre tickets aéreos com até 45 dias de antecedência para o festival, ou faça alertas para preços especiais de passagem em sites especializados;

Prepare galochas, capas de chuva, roupas impermeáveis, peças para frio e calor;

Compre seus tokens e tickets de trem especial para o festival com antecedência;

Prefira ficar nas Festitents, festihuts ou hotéis locais, pois o camping é uma opção somente para o último caso;

Fique ligado nas dicas do www.festivalando.com.br.

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