Alice Cooper: Rock puro e simples mas com uma magia única
Resenha - Alice Cooper (Citibank Hall, Rio de Janeiro, 03/06/2011)
Por Rafael Carnovale
Postado em 05 de junho de 2011
O relógio marcava meia noite e dez minutos do dia 04 de junho (sábado). Neste momento, ao voltar para o mundo real depois de sair do Citibank Hall, aonde conferi os 100 minutos do show de Alice Cooper, notei que estava voltando de um mundo de fantasia, aonde o rock and roll foi a trilha sonora. Terror, humor, sarcasmo e muitos sentimentos se passaram nesse período, portanto declaro a todos os que vierem a ler este texto que estou me desfazendo de quaisquer resquícios de imparcialidade que tenho dentro de mim (se é que um dia tive isso), afinal o show foi FODA! E não foi um FODA qualquer, foi uma aula de rock and roll e teatro que nem Rob Zombie nem Marylin Manson sonhariam em produzir. Rock, desde seu lado mais puro ao mais visceral, e teatro, do brega ao chique, do tosco ao refinado, tudo isso com um senhor de mais de 60 anos que esbanja sarcasmo, empolgação e boa forma. Rock and Roll puro e simples, mas com todo a magia que Tia Alice vem fazendo desde os anos 70, só que apoiado pela tecnologia do mundo moderno.
Fotos: Antônio Cesar
O show, marcado para as 22 horas, foi antecipado por várias músicas do mesmo que rolavam no som mecânico de um Citibank Hall não cheio, nem vazio, mas bem aquém do esperado. Por volta das 22hs eis que as luzes se apagam e começa uma soturna narração de Vincent Prince, que culmina na fulminante "Black Widow". A banda, formada por Glen Sobel (bateria), Chuck Garrick (baixo) e três ótimos guitarristas (Tommy Henrik, Damon Johnson e o clone de Santana/Rob Halford Steve Hunter) sobe ao palco esbanjando pique, mas cadê o cara? Olhando para cima, vemos Alice em uma plataforma vestido como se fosse a encarnação da viúva negra, com direito a faíscas em suas mãos). A continuação com a pesadíssima "Brutal Planet", a emblemática "I´m Eighteen" e quatro massacres sonoros que fizeram o público urrar com todas as suas forças ("Under My Wheels", "Billion Dollar Babies", "No More Mr. Nice Guy" e "Hey Stoopid") fez tremer a casa. Particularmente se o show acabasse neste momento eu me daria por satisfeito, mas para a alegria geral ainda tínhamos muito para ver, e Alice muito a mostrar (vale citar que sua espada "endinheirada" em "Billion Dollar Babies" fez muito marmanjo se emocionar).
Algo que vale ser citado é que você não verá Alice Cooper falando com a plateia, interagindo diretamente, apesar de um ou outro sorriso, afinal o personagem que destila "Is It My Body", "Halo Of Flies" (com uma "jam" e um solo de bateria bem colocado) não fala, deixa a música falar, como quando aparece com uma jaqueta acenando que estaríamos diante de um novo som, "I´ll Bite Your Face Off", puro Alice Cooper, e que estará presente em seu próximo trabalho, "Welcome 2 My Nightmare". Havia ainda espaço para invasões da imprensa ao palco e Alice e sua amante, durante "Only Women Bleed" e "Cold Ethyl" , e um Alice "Frankstein" (Eddie aprendeu bem...) em "Feed My Frankstein" (nada mais apropriado). O fato é que neste momento ficou difícil imaginar o que mais ele aprontaria para todos, mas houve espaço para mais diversão e muita música, como "Clones (We´re All)" e o mega-sucesso "Poison".
Cansou? Eu não... ninguém saía do lugar (os bares estavam vazios, ninguém comprava cerveja fora do santuário aonde Alice foi decapitado enquanto a banda levava "Killer/I Love the Dead", com destaque para a presença de palco do baixista Chuck, além da performance geral da banda, que trouxe peso e energia para todos os sons). Alice reapareceria das cinzas vestido como um rei para "School´s Out", aonde o mesmo inseriu um trecho de "Another Brick In The Wall (Part II)". Esta combinação ficou sensacional, afinal ambas as músicas falam de rebeldia estudantil, só que Alice é o legítimo rebelde (Roger Waters tinha um lado mais ... filosófico).
Neste momento a banda se retira e aguardamos o bis, extasiados, muitos cansados, afinal todos puderam ter seu momento de gritaria, de êxtase, pois a "No More Mr. Nice Guy Tour" trouxe boa parte dos clássicos deste grande artista. Faltaram sons, claro que sim. Mas o "Bis" com "Elected" (com Alice vestindo a camisa 18 da seleção brasileira) e o fechamento com "Fire" de Jimi Hendrix, fizeram até com que o menos interessado no show de Mr. Cooper desse o braço a torcer e se rendesse ao poder do rock and roll, quando executado por quem realmente entende do riscado.
Eis que agora estou novamente saindo do Citibank Hall, encontrando maneiras de entender como voltar ao mundo real depois de um passeio pela magia do rock, coisa que só um senhor experiente como Alice Cooper pode proporcionar. Só mesmo um show desse para me fazer voltar a escrever sobre rock and roll, thanks Al!
Set List:
Vincent Price "Intro"
1 - The Black Widow
2 - Brutal Planet
3 - I’m Eighteen
4 - Under My Wheels
5 - Billion Dollar Babies
6 - No More Mr. Nice Guy
7 - Hey Stoopid
8 - Is It My Body
9 - Halo of Flies
10 - I’ll Bite Your Face Off
11 - Muscle of Love
12 - Only Women Bleed
13 - Cold Ethyl
14 - Feed My Frankenstein
15 - Clones (We’re All)
16 - Poison
17 - Wicked Young Man
18 - Killer/I Love the Dead
19 - School’s Out
Bis
20 - Elected
21 - Fire









Luis Alberto Braga Rodrigues | Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |


Outras resenhas de Alice Cooper (Citibank Hall, Rio de Janeiro, 03/06/2011)
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O primeiro supergrupo de rock da história, segundo jornalista Sérgio Martins
O "Big 4" do rock e do heavy metal em 2025, segundo a Loudwire
A música que Lars Ulrich disse ter "o riff mais clássico de todos os tempos"
O lendário guitarrista que é o "Beethoven do rock", segundo Paul Stanley do Kiss
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
Guns N' Roses teve o maior público do ano em shows no Allianz Parque
Dio elege a melhor música de sua banda preferida; "tive que sair da estrada"
Iron Maiden vem ao Brasil em outubro de 2026, diz jornalista
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
Os onze maiores álbums conceituais de prog rock da história, conforme a Loudwire
Bloodbath anuncia primeira vinda ao Brasil em 2026
A banda que gravou mais de 30 discos inspirada em uma única música do The Doors
Os 11 melhores álbuns de rock progressivo conceituais da história, segundo a Loudwire
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
O solo de guitarra do Led que Jimmy Page patinou pra conseguir fazer
A compreensível reação de Bruce Dickinson ao ouvir Ronnie James Dio pela primeira vez
O clássico do Metallica que produtor considerava a "Kashmir dos anos 90"


Os 50 melhores álbuns de 2025 na opinião da Classic Rock
A banda que Joe Perry quase escolheu no lugar do Aerosmith; a proposta parecia fazer sentido
Com mais de 160 shows, Welcome to Rockville anuncia cast para 2026
Metal Church recruta ex-membros do Megadeth e Alice Cooper para nova formação
Três Álbuns Seminais Lançados em 1975, nos EUA
A banda que Alice Cooper recomenda a todos os jovens músicos
Aos 77 anos, Alice Cooper explica como nunca perdeu a voz
Metallica: Quem viu pela TV viu um show completamente diferente
Maximus Festival: Marilyn Manson, a idade é implacável!

