A7X: O novíssimo heavy metal e a energia dos Sevenfold
Resenha - Avenged Sevenfold (Credicard Hall, São Paulo, 03/04/2011)
Por Pedro Zambarda de Araújo
Postado em 05 de abril de 2011
Muitos jovens de 16 anos estavam vestidos com camisetas que tinham caveiras aladas desenhadas neste último domingo, dia 3 de abril. Era a apresentação da banda de new metal Avenged Sevenfold (A7X), no Credicard Hall, zona sul de São Paulo. Assim como System of A Down e Linkin Park, o som dos caras não era nada leve, mas ainda assim cativa principalmente os mais novos. O que o público não sabia é o quanto a apresentação ia ser pesada.
O show começou às 20h20, com vinte minutos de atraso. Os sinos pacíficos de "Nightmare" não sinalizavam bem o som que estava prestes a vir. A base suja e pesada de Zacky Vegeance surgiu e ficou em contraste com a outra guitarra melódica do solista Synyster Gates. Johnny Christ, de moicano e blusa branca, veio disparando no contrabaixo. Todos os sons estavam exageradamente altos por culpa da produção. Mesmo com as caixas de som estourando, o público vibrou, gritou e pulou em sintonia.
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O vocalista Matthew Charles Sanders, conhecido pelo apelido M. Shadows, era um espetáculo peculiar. Mesmo com o som desregulado do Credicard Hall, sua voz potente e absurdamente forte conseguia se destacar entre instrumentos embolados. Quando a música "Beast and The Harlot" foi tocada, praticamente todos os presentes sabiam a letra e cantaram junto com a banda. A canção foi bastante divulgada pelo jogo Guitar Hero II. Os sons se regularam nessa música e todos apreciaram o metal furioso do Avenged sem os problemas técnicos da abertura.
Para quem assistiu os shows dos camarotes e da arquibancada, deu um pouco de aflição ver os bate-cabeças em três rodas gigantes nas pistas normal e VIP. Mesmo assim, o público pareceu curtir a bagunça no show, que tinha músicas propícias para se movimentar e gritar junto. Infelizmente, a aglomeração deixou alguns dos espectadores passando mal com desmaios.
O novo baterista, que assumiu oficialmente a banda no lugar do contratado Mike Portnoy - ex-Dream Theater -, não fez feio. Arin Ilejay tocou com vontade e suas baquetas acertaram com precisão as músicas que abusavam de pratos. Elas foram compostas originalmente por Sullivan "The Rev", baterista falecido da banda, no final de 2009. Uma homenagem foi prestada ao músico em "So Far Away", uma das músicas mais calmas e melódicas da apresentação.
Mas a música mais lenta foi "Fiction", perto do final. O estranho na música era a presença de um piano que, aparentemente, não foi tocado pela banda. O instrumento era mais uma lembrança ao The Rev. "Afterlife" fez os fãs tradicionais da banda lembrarem do som em 2007. "God Hates Us" recuperou o peso. O show acabou, após muitos gritos e saudações agradecidas, com "Save me". O espetáculo todo foi de 1h30 de rock repleto de solos, distorção e som agressivo.
A banda ainda disse que demorou para voltar, sendo que eles fizeram uma apresentação no SWU com Portnoy, no ano passado. Para o público, ficou a sensação que eles são jovens, esforçados e competentes - assim como seus fãs, que tem um autêntico carinho pelo grupo. Provavelmente retornarão diversas vezes, após produzirem mais material novo.
Pedro Zambarda foi convidado ao show pela assessoria da Ericsson. A análise do espetáculo não sofreu qualquer influência da empresa.
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