Shaman: Produção de show acima da média em Porto Alegre
Resenha - Shaman (Bar Opinião, Porto Alegre, 22/08/2002)
Por Eduardo Bobsin Machado
Postado em 22 de agosto de 2002
O espetáculo começou seu alarde uma semana antes, quando o valor anunciado era acima da média para o mercado metaleiro de Porto Alegre. Após reclamações de fãs nos fóruns da banda, a Toplink resolveu dar uma colher de chá: os primeiros 1.000 ingressos vendidos teriam um desconto de 40% no valor.
Na terça-feira uma sessão de autógrafos para a tarde de quarta foi anunciada no rádio. Uma pequena quantidade de fãs compareceu à loja de discos no centro da cidade para experienciar um contato mais informal com seus ídolos e ter seus postais ou encartes do novo CD (que somente naquele mesmo dia chegou às prateleiras) autografados. Também estava autografando junto da banda um quinto elemento, o tecladista de apoio Fábio Ribeiro. Todos os integrates se mostraram muito simpáticos e receptivos com o pequeno público que esteve presente, trocando idéias e posando para fotos. A grande curiosidade ficou a cargo dos passantes que questionavam (e não entendiam) o motivo da fila cheia de pessoas trajadas em sua maioria de preto à entrada da loja.
Ao chegar à frente do Opinião uma hora e meia antes do horário de início do show, minha supresa foi enorme ao ver que a multidão se resumia a uma pequena fila de umas 150 pessoas no máximo. Grande também foi a surpresa ao conferir um pequeno cartaz na bilheteria que exibia o preço do ingresso ainda com desconto.
O tempo ajudou. Comecei a pensar que São Pedro deve ser metaleiro, pelo menos em Porto Alegre. Compareço a shows há uns bons anos e não me lembro da última vez que choveu enquanto eu estava na fila.
A entrada da casa abriu por volta das 21h, quando, sem tumulto algum, a fila começou a se deslocar. Após quase uma hora depois do início anuncioado do show, depois de inúmeras dúvidas sobre a realização de um show de abertura, o telão do Opinião começou a ser erguido, indicando o início da "World Ritual Tour". O público, agora bem maior, acabou com a sua impaciência no momento em que "Ancient Winds" começou a tocar. O show então iniciou com a explosiva "Here I Am", prosseguiu no embalo com "Distant Thunder" e então "Time Will Come", que a pequena massa à beira do palco acompanhou cantando. Foi quando a banda parou por uns segundos para respirar. André logo anunciou a música homônima ao fã-clube da banda: "For Tomorrow".
Percebi que a produção do show estava acima da média dos espetáculos que acontecem no Opinião. As luzes e seus efeitos enalteceram o clima de magia do recinto (magia por finalmente rever no palco grandes talentos). O som estavam muito bom também.
Apesar de o álbum ter sua distribuição prejudicada com relação à data de início da turnê, quem estava por lá acompanhava as músicas novas com uma pequena intimidade, pois muitos já tinham ouvido alguma coisa pela internet. Mas os momentos de estranheza acabaram quando as notas anunciavam "Wings Of Reality", do álbum Fireworks, e cuja letra, agora sim, o público acompanhava com bastante vigor. Tivemos em seguida "Lisbon"; e foi quando André sentiu-se maravilhado pela emoção dos presentes ao deixar que cantassem no lugar dele.
Pausa para o descanso de André Matos: Hugo começa a demonstrar suas habilidades num solo, seguido então de uma jam progressiva bem interessante com os quatro músicos, que passam a bola para um esperado solo de bateria de Confessori. Iniciada outra sessão de música inéditas com "Blind Spell", seguida de "Over Your Head". Quando iniciou a melodia de "Fairy Tale", um grito do fundo de "O BEIJIO DO VAMPIRO" fez André esboçar um sorriso por destrás dos teclados. O final é anunciado com "Pride", que fez o estilo de André voltar aos tempos de Angra para cantar as passagens originalmente de Tobias Sammet na gravação de estúdio.
O primeiro bis começa com "Ritual" e prossegue com "Burn" do Deep Purple. André então senta-se para elogiar o pequeno público e anunciar uma música dos velhos tempos do Viper. Sem muita força pelo diminuto comparecimento, todos cantam "Living For The Night". No segundo bis, fomos finalmente agraciados com a tão pedida "Carry On" que, apesar de ficar muito boa com os vocais originais, sem uma guitarra acabou ficando não tão encorpada como quando a formação original tocou em 96 no mesmo palco. Ao final da música, já satisfeitos, fomos surpreendidos na seqüência com a famosa interpretação de "Painkiller" (pra quem não sabe, do Judas) e que encerrou a grandiosa noite.
Esse foi o início da turnê. Fica aqui a dica de um grande show. Ficam também aqui meus agradecimentos ao Guilherme, operador da mesa de som, que me ajudou a completar o setlist.
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