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Política: O Heavy Metal e a ideologização partidária

Por Sávio Diomedes Paiva Diniz
Postado em 25 de abril de 2018

Estava eu assistindo a um show em minha cidade, quando em meio a apresentação de uma banda de death metal, alguém da plateia gritou: "FORA TEMER". Ao qual foi respondido por uns que diziam: "FORA PT", e outros que diziam: "FORA BOLSOSHIT". Aquilo imediatamente me chamou a atenção. Não que aquele tipo de manifestação política dentro do "meio metálico" fosse novidade para mim. Já havia me deparado com semelhantes imbróglios políticos, seja na conversa do dia a dia com metal heads mais chegados, seja acompanhando a mídia alternativa vinculada a net. O fato é que aquele ato me serviu de reflexão, e mais do que isso, de inspiração para por para fora essas palavras e colocar minha imagem à execração midiática do que se valem da ala "esquerdista" do metal.

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Antes de chegarmos ao cerne da questão, voltemos pois, no tempo em que o metal era além de um estilo de música, era um estilo de vida ( e quando falo um "estilo de vida" eu digo que "vivíamos" literalmente o metal.) Nesse tempo nossas aspirações políticas estavam centradas, acima de tudo, no combate ao sistema. Seja ele o "sistema" político, econômico, social e religioso ( eu como toco em uma banda de black metal, me interessou mais o combate a escravidão religiosa, por achar esta mais profunda e danosa à integridade humana). Nossas brigas eram mais profundas, pois, tinha um mostro maior a combater: "O SISTEMA". E era isso que nos uníamos em um bloco coeso de contestação. Pois, de um lado estávamos nós - O METAL. Do outro estavam "eles" – O SISTEMA.

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Então, entenda bem: estávamos unidos , porque tínhamos um "inimigo em comum. Que conforme falei nas linhas acima, era o sistema em suas diversas ramificações. Confesso que tenho saudades de outrora. De sentar com amigos e conversarmos por horas, sobre a podridão que nos envolvia e como aquele modelo político, social, econômico e religioso NÃO NOS REPRESENTAVA. E por isso agredíamos e os execrávamos. Lembro que por termos inimigos maiores, não se falava em racismos, feminismos, fascismos e tantos outros "ismos" que tão somente servem para dividir. Escutávamos e idolatrávamos bandas como Mortífera (CG) e Mystifier (BA) pelo que elas eram: PURO HEAVY 'FUCKING' METAL. E não por que defendiam bandeiras desse câncer cultural, a exemplo do politicamente correto.

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Pasmem as gerações mais modernas no metal ( se é que elas de fato existem), mas não havia a hostilidade à bandas que defendiam o nacional socialismo ( para quem não sabe o que é isso ... é nazi-fascismo), Não havia movimentos ou grupos com slogans de intolerância fascista, contra o fascismo ( desculpem o trocadilho) a exceção dos punks. Pois sabíamos que tínhamos algo maior a quem combater do que arquétipos partidários de forças políticas dominantes.

Então, com medo, como diz Pondé, da ditadura do politicamente correto, e dos censores da liberdade de esquerda, simplificarei a questão: NÃO HAVIA DIVISÃO DENTRO DO METAL DE ESQUERDA E DIREITA, PORQUE SABÍAMOS QUE AMBOS ERAM PEÇAS DE UM SISTEMA MAIOR, A SABER: O CAPITALISMO HEGEMÔNICO GLOBALIZANTE. Víamos todo o sistema político como ele realmente é um só aparato de dominação e manipulação das massas bovinas acéfalas. Que aliados aos mecanismos econômico, sócio morais e religiosos comungam em criar o sistema de dominação mais amplo que escravizam os menos esclarecidos, usado a máxima cesariana do seu De bellum Gaellicum: "dividir para conquistar".

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Por essas épocas, recebi uma mensagem de um "metal head" que me conclamava a participar de seu grupo de esquerda, contra as ditaduras nazi-fascistas. Desculpei-me com o mesmo e disse não ser possível fazer parte de tal grupo, haja vista se fascista. Não que o fosse, mas quis chocá-lo quando o assim fazíamos, ao gritar frases obscenas aos sacrários cristãos, antes que isso virasse moda e até ser aceito pelo estabilishment. Quem diria: ser contra as opressões religiosas passou a fazer parte do politicamente correto. Por isso, não quero fazer parte desse politicamente correto que ideologizou o metal, transformando-o em um debate segregacionista de raças, gêneros, política e religião. Prefiro transgredir e mostrar que enquanto os gladiadores lutam na arena pelas suas preferências políticas, são os imperadores, que com o polegar decidem os vencedores. Ou seja, são outros dedos, que movem os fantoches dos bonecos partidários.

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Certa vez escrevi um artigo em que mostrava minha indignação ao que vivíamos. E um amigo a quem muito estimo, disse-me que "a política é como a guerra". Não posso deixar de lhe dar razão. Mas aproveito a ocasião para lhe dizer... saibamos escolher o inimigo e não lutar para eles como marionetes que atendem as vontades de seus "dedos".

A polarização política-ideológica que hoje atinge o metal é apenas um reflexo da superficialidade intelectual que permeia o meio. São como as pessoas que por exemplo, criticam Trump por que é moda e que nunca leram para isso "Ascensão e queda das grandes potências" de Paul Kenedy. É se renderem ao senso comum e ao papagaismo de esquerda tão em volga. Ou a idiotia de direita se preferir, com seus líderes criados por um seguimento tão dogmático e fanáticos quanto seus algozes.

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Hellhammer é guitarrista e fundador do LORD BLASPHEMATE e a 31 anos vem militando no partido do HEAVY METAL e lutando contra os modismos do qual se aproveitam os oportunistas de plantão, interessados em manipular a ignorância alheia.

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