Funk: O gênero chegou a ter o mesmo status do rock no Brasil
Por Ayr Antunes
Postado em 16 de dezembro de 2017
Existe uma orquestração pesada contra o funk, mas no gênero da forma que se faz no Brasil. Na verdade tais críticas, muitas vezes preconceituosas, partem de pessoas que nem entendem de música e que nem sabem que existe algo que é o verdadeiro funk, o que nasceu nos Estados Unidos. O funk brasileiro, podemos dizer assim, nascido nas favelas do Rio de Janeiro, tem alguma influência do gênero Miami bass, nascido na Flórida, mas algo muito distante do que fazia o ícone do funk norte-americano JAMES BROWN (1933-2006), uma celebridade na música tão cultuado no Brasil quando os ídolos do rock, aliás, ele esteve aqui várias vezes e em todas lotou a casa. Em 1973 se apresentou no Teatro Municipal de São Paulo e, no Rio de Janeiro, no Canecão, depois o também chamado "pai do rap" voltou em outras ocasiões e sempre envolto a grandes multidões.
O termo "funk" para o que se faz no Brasil é em parte atribuído ao estilo dos bailes, e não exclusivamente ao ritmo musical, isso é bom deixar claro, nada tem a vez com o que fez JAMES BROWN, que até se confundia com um roqueiro, ele que esporadicamente "tricotava" sobre som com o amigo CHUCK BERRY.
Fazendo um adendo, muitos não gostam do funk brasileiro mas observa-se que a resistência ao gênero tem muito a ver também com a discriminação à pobreza material , ao "morenismo" do morro e de quem o adere, assim como a pobreza criativa. Por outro lado há quem faça relação entre o funk com a obscenidade, à violência, ao consumo e ao tráfico de drogas, mas isso chega ser injusto no exato momento em que deslizes de caráter como estes também são observados entre os "filhos de papai" em seus rachas com carros de luxo, e não seria radicalismo algum aqui afirmar que ignorar isso é pura hipocrisia.
Nascido na década de 1960 nos Estados Unidos, o funk de lá é uma mistura do soul, do jazz e do rhythm blues e uma de suas características é ter menos melodia e harmonia e ter ritmo mais levado pelo baixo elétrico e a bateria ao fundo, algo que influenciou gente boa do jazz como Miles Davis, George Duke e Herbie Hanckok. O nome "funk" é um adjetivo inglês para descrever música com ritmo mais lento mas ao mesmo tempo sexy, além de frases musicais repetidas. Além de JAMES BROWN, praticamente o papa do gênero, alguns outros dignificantes nomes do funk são os seguintes: as bandas PARLIEAMENT , FUNKADELIC, AVERAGE, WHITE BAND, THE COMMODORES; EARTH, WIND & FIRE; ; K.C. AND THE SHUNSHINE BAND; KOOL & THE GANG; também RICK JAMES; CHAKA KAN e até MICHAEL JACKSON E PRINCE.
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