Metallica e Lady Gaga: Para quebrar a República da Geração Mimimi
Por Daniel Junior
Fonte: PipocaTV
Postado em 14 de fevereiro de 2017
Nada vai doer mais no coração (e no resto do corpo) da geração dos reclamãos do que ver o Metallica e a diva do século XXI fazendo o mesmo disco ou estando no mesmo palco.
Tudo que o Metallica não "pode" fazer é sugerir uma nova parceria, especialmente se esse conluio convidar alguém que – em tese – não pertence ao mesmo ambiente. Não sei dizer, sistematicamente, se a performance de Lady Gaga junto a banda cantando "Moth Into Flame" foi um primor, mas no mínimo corajosa.
Em 2012, quando Gene Simmons disse que a sra. Gaga era o que havia de mais rock and roll, transformando-o numa estrela de um riscado que sua banda conhece bem, muita gente não entendeu e também teve muita gente que não quis entender, o que é bem diferente, por mais óbvio que pareça.
O que parece tão óbvio quanto as sentenças acima é que parte do rock – sem generalizar para não cair nas mãos impiedosas dos especialistas em comentários – virou um politicamente correto bunda suja, que não fascina fora de campo e que faz os jogos apenas para ver a plateia gritar gol. O rock and roll sempre foi mais do que cantar hits e ir embora para o backstage para dar entrevistas corretas e cheias de colaborações dos assessores de imprensa.
Transgressor, controverso, cheio de delay e longe de querer compreender ou ser compreendido, o rock and roll não quer o sorriso da imprensa (só pra falar bem do disco) e nem a boa vontade de quem se relaciona com ele. Ele sempre quis sexo,drogas e muito dinheiro. Quando uma banda como Metallica se "arrisca" junto aos puristas e pega ali o subversivo e o underground mais mainstream da história do rock, Lou Reed e lança sob o olhar estupefato da plateia, o manicômio de ideias chamado "Lulu", tava "andando" para opinião pública. A banda já havia conquistado a liberdade de fazer o que queria porque o que pingava na conta continuava a ser da espessura da dignidade que a banda resolveu escancarar em Some Kind of Monster, o documentário.
Não, eu não acho que a banda irá se juntar a cantora pop e integrá-la à banda. Isso envolveria problemas burocráticos do tamanho que Black Sabbath e o senhor Bill Ward enfrentaram desde aquele 11.11.11, mas a ideia é jogar isso na imprensa e esperar – novamente – as bocas decretarem de maneira profética o quanto a banda "já acabou e ninguém enterrou", como eu li em algum campo de sabedoria reservado aos professores de como funciona o show business.
Assim, como enterraram com pá e remédio para emagrecer, a carreira de Axl (Rose) e uma suposta reunião. Cover de si mesmo na banda que ele preferiu continuar chamando de Guns N´ Roses, William foi lá se juntou aos seus velhos amigos (velho clichê também), assinou uns papeizinhos que dividiam algumas fortunas – menos com outros amiguinhos que não aceitaram as regras do jogo – tá metendo uma turnê e ganhando uns cascalhos e para deixar mais gente com raiva: foi lá e mitou com o AC/DC, uma banda até mais importante do que o próprio GNR na história do rock.
Então, sugiro: não caiamos na velha armadilha de cobrarmos que nossos ídolos sejam rock and roll e ao mesmo tempo indiquemos nossas fraquezas quando eles propõem mais uma vez "quebrar tudo" trazendo o inusitado para o palco. Da criatividade de grandes artistas (alguém duvida que Gaga tem o DNA para ser o que dizem que ela é?), podemos ter o resultado de ótimas canções e turnês insanas, no bom sentido da maluquice que poderia nos proporcionar uma das figuras mais carismáticas dos últimos tempos, com a banda que carimba, a ferro e o fogo, a bandeira do rock and roll lá no alto do mastro. Até se der errado, já deu certo.
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