Tamanho não é documento - Um manifesto contra a padronização do cabelo grande
Por Victoria Borges
Postado em 01 de março de 2014
Desde que eu fui inserida pela minha mãe no meio do Rock, eu fui apresentada aos estereótipos. Meu pai dizia que esse gênero era coisa de gente violenta, suja , que gostava de arrumar brigas sem motivo e que não se cuidavam, pois tinham os cabelos enormes e que abrigavam dezenas de piolhos. Já minha mãe, dizia que meu pai era mentiroso e que não podia falar de Rock, já que ele tocava Samba e nunca tinha visto como tudo funciona de perto.
Cresci entre os discos do Queen, Bon Jovi e Van Halen da minha mãe, e fui esquecendo o que meu pai dizia, enquanto cantarolava "You Give a Love a Bad Name" ao lado dela em casa, mas uma coisa ficou cravada na minha mente: "Todo banger tem cabelão", e isso durou só até eu conhecer Judas Priest, me surpreender com a careca reluzente de Mr. Halford e perceber que não havia um padrão rígido e fixo de como um apreciador de metal deva ser.
Mesmo assim, se você der uma rápida volta em meia dúzia de páginas voltadas ao público headbanger, você vai ver o tipo tradicional. Cabeludo, com uma cara não muito amigável, às vezes adornado com tatuagens e piercings, seguidos de alguns comentários com o objetivo de exaltar essa característica marcante dos moços. Se tudo ficasse por aí, não seria algo de que se reclamar, mas não acaba por aqui.
Muitas moças (não estou generalizando, por favor), fazem disso um parâmetro de avaliação para os homens. Já tive de consolar um amigo que levou um fora de namorada porque cortou o cabelo para conseguir uma promoção no emprego. E o que mais me surpreende é que essas mesmas pessoas que dizem abominar estereótipos, acabam o propagando sem perceber, e trazendo junto com ele aquele velho habito de medir o conhecimento musical de alguém pelo tamanho das madeixas, o que nem sempre funciona. Wesley Safadão é o melhor exemplo disso hoje em dia.
Entendam que o problema não é gostar, admirar e querer ter um parceiro de cabelos longos, e sim fazer disso algo padrão e indispensável para qualquer relacionamento. Seja amizade, namoro ou algo parecido.
Moços, não se sintam diferentes por não ter um cabelo gigante, pois isso não te define. O que te define são as tuas atitudes, o jeito como tu te portas e como você pensa. Se tu queres ter um cabelo enorme porque te sentes bem e acha que te favorece, siga em frente! Invista, cuide e faça bom uso de suas longas madeixas. Mas se você quer isso apenas para se afirmar como banger, repense essa ideia. Até porque, se cabelo fosse tão importante, não te mandariam cortar por causa de trabalho, não é?
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
Cinco músicos brasileiros que integram bandas gringas
O álbum clássico do thrash metal que foi composto no violão
Blaze Bayley relembra reação de Steve Harris ao ser apresentado a "Man on the Edge"
O vocalista que irritou James Hetfield por cantar bem demais; "ele continua me desafiando"
Garotos Podres são interrogados pela polícia por causa da música "Papai Noel Velho Batuta"
Por que Frejat demitiu seu guitarrista de longa data: "Eu não saí, fui saído"
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
Sexo ok, drogas tô fora, rock'n'roll é tudo; 5 músicos de hair metal que fogem do estereótipo
Mick Abrahams, guitarrista original do Jethro Tull, morre aos 82 anos
Álbum ao vivo do Scorpions alcança o 2º lugar na parada alemã
O álbum conceitual do Angra inspirado no fim do casamento de Rafael Bittencourt
Höfner vai à falência e Paul McCartney lamenta em declaração
Novo álbum do Linkin Park ganha disco de platina tripla no Brasil
O clássico do metalcore que fez garotas começarem a ir a shows do Killswitch Engage

A nostalgia está à venda… mas quem está comprando? Muita gente, ao menos no Brasil
Afinal o rock morreu?
Será mesmo que Max Cavalera está "patinando no Roots"?
Por que a presença dos irmãos Cavalera no último show do Sepultura não faz sentido
Angra traz "Rebirth" de volta e deixa no ar se a formação atual ainda existe
De fãs a palpiteiros, o que o heavy metal e o futebol têm em comum
Pink Floyd: entenda o "estilo Gilmour" de tocar guitarra
Thrash Metal: a estagnação criativa do gênero


