Ghost: renascendo polêmica sobre anticristianismo
Por Joao Carlos Gomes
Fonte: Noise and Cult
Postado em 25 de setembro de 2013
Em meio à máscaras, capas e muita sombriedade, a apresentação do Ghost foi marcada por uma forte corrente de inaceitação dos presentes no evento e de parte dos credenciados pela cobertura do festival. Revelando um tradicional heavy metal, ora lembrando algumas das várias vozes do dinamarquês King Diamond, ora chamado de Marilyn Manson pelas atitudes blasfêmicas, a banda sueca mostrou agradar uma massa headbanger mais cult das redes sociais e pôs em pauta a essência do heavy metal como nos tempos do surgimento do Black Sabbath e a popularidade do Rock in Rio como principal porta de acesso ao undeground.
O baixista Whipstriker se manifestou no seu perfil do Facebook defendendo a importância e a necessidade de ser ter eventos como o Rock in Rio como a porta de entrada para quem se identifica com o som pesado ou tem acesso apenas às músicas de massa.
"É inegável que o Rock in Rio cumpre uma função de trazer para o lado obscuro novos moleques que estariam perdidos ouvindo música ruim ou mainstream. Ninguém começou ouvindo Sarcófago ou Morbid Angel. Eu não recrimino os moleques novos que vão começar a ser fãs do Ghost a partir de hoje. De repente semana que vem eles já vão ouvir Mercyful Fate, depois thrash metal, death metal e enfim começar a procurar bandas mais undergrounds da Alemanha e do Brasil", destacou Whipstriker.
Levantando a ideia do choque anticristão que ainda é um tabu social e um paradigma, o vocalista do Flagelador, Armando Exekutor, opinou sobre a necessidade de bandas como o Ghost manterem a atitude em um evento de grande porte mesmo sendo massivamente recriminadas por fãs de bandas populares.
"Tava em falta um pouco de polêmica. O rock'n'roll e o heavy metal em geral anda acometido por uma "bundamolice broxante". As bandas de hoje são seguras, sob medida e aprovadas para toda a família: classificação livre. Um pouco de discussão cai bem, rock'n'roll precisa de polêmica", declarou o vocalista nas redes sociais.
Após longo hiato entre o fim das rádios rock no Rio de Janeiro e a organização do Rock in Rio com bandas de expressão como Krisiun e Destruction colocadas apenas como coadjuvantes no humilde palco Sunset, o principal palco do festival ao menos permitiu a chance de apresentação do Ghost provocando o oculto como nos primórdios do nascimento do metal.
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