A Magnificência do Iron Maiden
Por Haggen Kennedy
Postado em 03 de março de 2000
É bem verdade que é comum o fato de especulações surgirem aos montes quando uma banda está prestes a lançar um novo disco ou quando aquela turnê vai começar ou ainda quando tem-se a impressão de que algum membro do grupo não vai muito bem na carreira. Só que também não se pode negar que o Iron Maiden está no ranking dos conjuntos mais falados e especulados do planeta. Não há como não dizer que a Donzela definitivamente seja um dos alvos preferidos da boataria global.
"Boateiros, uni-vos": foi o lema que parecia ecoar na cabeça daqueles que adoram ver o circo pegar fogo com uma hipótese aqui, uma suposição ali. O que terminou acontecendo é nada menos que uma constante no mundo dessa banda, que desde o início da carreira tem encontrado tantos rumores, de tamanho proporcional à fama. Mesmo assim, a vida continua. O problema é que os boatos vão acompanhando. E foi o que aconteceu – como de praxe – nessa época de extrema agonia para os fãs mais ardorosos do Iron Maiden.
Desde que Blaze Bayley saiu, parece que o mundo virou de cabeça para baixo. Pelo menos para os fãs da Donzela. De lá pra cá, tanto os rumores quanto a ansiedade aumentaram. A bem da verdade, o silêncio ecoado por entre as paredes do escritório da Sanctuary Music é simplesmente insuportável. Às vezes não há nem como culpar alguém por uma mentirinha aqui ou ali. A tensão realmente é grande.
O fato, entretanto, é que desde que se soube que o novo produtor do Iron Maiden seria Kevin Shirley, a pressão aumentou. A coisa toda parece panela de pressão. No começo, é fácil de segurar... mas quando vai esquentando, chega um ponto em que se atinge o limite – e ai de quem não se segurar, porque quando explodir é pedaço pra tudo que é lado. E é mais ou menos assim que as coisas costumam acontecer na carreira da Donzela. Piorou quando se soube que o estúdio em que gravariam/mixariam seria em Paris e não na casa de Steve, como anteriormente, ou mesmo nas Bahamas. E daí a vir à tona certos boatos com relação ao novo disco é realmente um passo pequeno.
Terra dos Répteis em Outra Dimensão?
Já era de se esperar. "Another Dimension" foi o primeiro título a ser cogitado para o novo álbum da banda. Porém, não demorou muito até que a opção seguinte aparecesse. "Land of Reptiles", a versão mais duradoura da história, chegou a convencer muita gente. Chegou-se mesmo a dizer que haveria um single de nome "Escape" a ser lançado na mesma época.
Histórias à parte, a verdade ainda estava um tanto longe de ser dita. O problema todo não são os boatos infundados. Na verdade, alguns dos boatos têm até algum fundamento. O que acontece é que geralmente alguém de lá de dentro deixa vazar a notícia e aí não tem mais jeito: a novidade corre mundo afora. Não tem como segurar. O fato interessante da coisa toda é que os títulos supracitados poderiam mesmo ser verdadeiros; o problema-mor disso é que o disco ainda estava em fase de gravações e o título ainda não tinha sido definitivo. E, na verdade, as chances para isso ocorrer são pouquíssimas. Ninguém sabe quantas vezes uma música pode ser mudada no estúdio. Pior ainda com o nome de um disco – que, convenhamos, é algo a ser pensado e repensado, pois é algo que precisa ter impacto.
O que aconteceu mesmo é que tudo terminou como sempre termina: em pizza. Nem "Land of Reptiles" nem "Another Dimension" nem "Escape" nem nada disso veio a fincar-se como verdade absoluta. E os fãs, pra variar, continuam no purgatório, esperando pelas novidades do próximo capítulo da besta.
A Magnificência de Gaia
Eis que a verdade sempre surge, mesmo que em meio às mais negras trevas. E eis que finalmente, há cerca de duas semanas e meia, a verdade chegou às mãos deste que se aventura a descrevê-la.
"Majesty of Gaia" seria, enfim, o verdadeiro título do novo petardo do sexteto proveniente da cortina de ferro. O problema é que, novamente, a informação vazou. E sabe Deus se o pessoal lá de dentro – exatamente por causa da vazão – trocará o título. Todos esperemos que não. E há razões, aliás, para acreditar que não. Primeiro, que quando o nome "Another Dimension" foi cogitado, o velho Lars, presidente do fã-clube oficial, não disse uma palavra a respeito. Com "Land of Reptiles" a mesma coisa. Porém, com "Majesty of Gaia", a coisa muda totalmente de figura. Como se num passe de mágica, a reação ao descobrimento do nome causou um furor tão grande lá pros lados de trás da cortina de ferro que o homem resolveu se pronunciar e dizer que era uma boataria sem fundamento, como sempre. A mágica da coisa toda fica no fato de que, em fins de 98 e começo de 99, praticamente todos já sabiam que Bruce estaria voltando à banda e o mesmo Lars se prontificou a dizer que tudo não passava de meros rumores. Resta aos fãs aguardarem pelo resultado final.
De resto, a verdade. Para aqueles que lutaram vigorosamente para controlar a ansiedade arrebatadora, vem as novidades cem por cento verdadeiras a respeito do disco: até uma semana atrás, a track list do disco teria mesmo ou 9 ou 10 músicas – dependendo da escolha das músicas que entrariam para o disco e das que ficariam para o single.
Sobre as músicas: a duração das ditas cujas é de 5 minutos, em média, com exceção de duas faixas – uma com 7 minutos e outra com 9 minutos e 46 segundos. Mesmo que os títulos das músicas ainda não estejam definidos (apenas 6 músicas estão completamente terminadas, as outras 4 estão em fase final de mixagem), o que importa é a sonoridade das mesmas. E é disso que se trata o próximo parágrafo.
Pra ser curto e grosso: são simplesmente uma porrada Iron Maideniana. Para aqueles que tinham alguma dúvida sobre esse disco ser leve ou seguir a linha de "Virtual XI", esqueçam definitivamente. Visualize os velhos e bons riffs galopantes de Steve Harris. Agora junte com uma puta performance do bom e velho Bruce ‘Air Raid Siren’ Dickinson. E finalize com trabalhos de guitarra num misto de "Powerslave" e "Seventh Son of a Seventh Son". Pois é, é assim que está. Sem falar nas harmonias do disco, que estão simplesmente sensacionais. Algumas músicas têm até mesmo solos de três guitarras.
"E a produção?!". Pois é, quanto à produção, nem se preocupe, caro leitor: está perfeita e simplesmente encaixadíssima no estilo Maiden. Definitivamente melhor que "X-Factor" e "Virtual XI". Está limpo, pesado e com bastante espaço para evidenciar o som das guitarras e até a bateria. Eu poderia dizer que a cozinha está realmente em alto nível, quase sempre galopando. E rápido.
E Bruce... ah, o bom Bruce... lá está ele. De volta. E pra arrebentar. Dentre as seis músicas prontas (e ouvidas!), três delas têm no refrão simplesmente uma pura obra de arte. E todas as melodias vocais são, talvez, as melhores já ouvidas em toda a história do grupo. Mr. Dickinson usou mudanças de tons extremamente boas. De altos a baixos, a alguns realmente malévolos. É a velha interpretação de um cara que sabe o que faz e como faz.
Realmente o novo disco do Iron Maiden tem tudo para ser o melhor já feito. Daqui a poucas semanas começarão a ser distribuídas as primeiras cópias promocionais do disco. E os habitantes de Mãe Gaia poderão, finalmente, ouvir esse petardo fenomenal. E os menos desavisados que se cuidem: vai ser Iron Maiden pra tudo que é lado.
Up The Irons!!!
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Os 5 melhores álbuns do rock nacional, segundo jornalista André Barcinski
A banda de thrash fora do "Big Four" que é a preferida de James Hetfield, vocalista do Metallica
Guns N' Roses é anunciado como headliner do Monsters of Rock 2026
Os dois maiores bateristas de todos os tempos para Lars Ulrich, do Metallica
Os 16 vocalistas mais icônicos da história do rock, segundo o The Metalverse
Os 50 melhores discos da história do thrash, segundo a Metal Hammer
A música favorita de todos os tempos de Brian Johnson, vocalista do AC/DC
Exodus: quando a banda "engoliu" o Metallica e nunca mais abriu para eles
Dave Mustaine confirma que regravou "Ride the Lightning" em homenagem ao Metallica
A música sobre melancia e infância que fez Ricardo Confessori voltar ao Angra
Adeus Megadeth! Último disco será lançado no Brasil em janeiro de 2026
A canção do Genesis que a banda evitava tocar ao vivo, de acordo com Phil Collins
Rick Rubin elege o maior guitarrista de todos os tempos; "ele encontrou uma nova linguagem"
"Entrei na turnê de despedida do Judas e ainda estou aqui 15 anos depois", diz Richie Faulkner


Paul Di'Anno era mais lendário que Bruce Dickinson, opina Blaze Bayley
A pior música do melhor disco do Iron Maiden, segundo o Heavy Consequence
Regis Tadeu toma partido na briga entre Iron Maiden e Lobão: "Cafona para muitos"
O álbum "esquecido" do Iron Maiden nascido de um período sombrio de Steve Harris
Nicko McBrain revela se vai tocar bateria no próximo álbum do Iron Maiden
A capa de álbum do Iron Maiden que Bruce Dickinson acha constrangedora
Os 75 melhores discos da história do metal, segundo o Heavy Consequence
Steve Harris não sabia o que esperar quando Bruce Dickinson e Adrian Smith voltaram ao Iron Maiden
As 10 melhores músicas do Iron Maiden, de acordo com o Loudwire
Cinco bandas menos conhecidas que revelaram grandes nomes do metal
Bruce Dickinson é mais rico que Steve Harris, líder do Iron Maiden? O cantor "responde"


