'Love me do' ofusca 'quinto beatle' em leilão
Fonte: Terra Música
Postado em 30 de julho de 2003
O chamado "quinto Beatle" parece condenado a ficar na sombra do conjunto de rock mais influente de todos os tempos: nenhum de seus objetos pessoais, leiloados nesta terça-feira em Londres, conseguiu despertar tanto interesse como um single de Love me Do.
Uma cópia assinada por Paul McCartney deste single, com o qual a banda se lançou, em 1962, foi vendida por 16.276 euros (cerca de US$ 18.700) a seu proprietário original, o DJ inglês Tony Prince. "Voltei para comprá-lo e estou feliz", declarou Prince à EFE.
Esta venda monopolizou as atenções do leilão, enquanto que a prestigiosa galeria Bonhams só conseguiu vender alguns dos muitos objetos do falecido baixista dos Beatles Stuart Sutcliffe, que deveria ser o personagem principal do evento.
Sua irmã Pauline, proprietária da maioria dos objetos, disse há dias que o leilão confirmava que não tinha perdido quarenta anos de sua vida em vão defendendo a influência de Sutcliffe no grupo.
Entre os objetos pessoais havia poemas e cartas de amor, obras de arte - a verdadeira paixão de Sutcliffe -, sua certidão de nascimento e diplomas escolares e fotografias que mostram o músico após deixar o lendário grupo e pouco antes de morrer, com apenas 21 anos.
As imagens mostram a um jovem vestido de couro preto e penteado para frente, com a linha da franja emoldurando seu rosto - na verdade o mais atraente dos cinco -, e que, embora desconhecido pelo grande público, é o principal responsável pelo visual inicial dos Beatles.
Suscitaram interesse especial um caderno de preparação para sua admissão no Royal College of Art de Liverpool, que data de 1957 e qu foi vendido por 4.246 euros (uns US$ 4.900).
Uma carteira de cor creme com o nome "Stuart" escrito com a letra de Sutcliffe e que continha, entre outras coisas, uma foto de sua namorada Astrid, que escreveu "Te amo sempre e para sempre", foi vendida por 1.981 euros (US$ 2.300), muito abaixo do lance inicial, de 4.246 euros.
Uma série de ensaios sobre a história da arte escritos pelo artista foi vendida por 3.397 euros (US$ 3.900), apesar de seu lance inicial ser 7.077 euros (quase US$ 8.200).
Um retrato a tinta de Pauline feito por por Sutcliffe em 1958 foi um dos objetos que alcançaram o melhor preço, saindo a 4.954 euros (US$ 5.700), embora a expectativa fosse de que chegasse a 11.323 euros (US$ 13 mil).
Deste lote avaliado inicialmente em 1,4 milhão de euros (US$ 1,6 milhão), poemas, fotografias e diplomas foram os objetos que tiveram o pior desempenho.
Toda a expectativa se voltou para a demo (single de demonstração) da música de estréia dos Beatles, Love me Do, que Paul McCartney enviou ao conhecido DJ Tony Prince quando este trabalhava no estúdio londrino da Rádio Luxembourg, emissora conhecida internacionalmente por divulgar novidades.
A canção, incluída no primeiro álbum do grupo, Please, Please Me (1963), lançou a fama da banda em 48 horas.
Apesar de seu preço ter oscilado entre 17.692 e 19.107 euros (entre US$ 20.300 e US$ 22 mil), seu comprador hoje, o mesmíssimo Tony Prince, pagou 16.276 euros (US$ 18.600) por ele, 2.123 euros (US$ 2.400) acima do preço a que foi vendido a um colecionador espanhol em 1994, quando estava precisando de dinheiro.
Prince, já perto de completar 60 anos, explicou: "É o disco original que a Rádio Luxemburgo tocou. O primeiro disco dos Beatles divulgado no rádio".
Outra das peças relativas à banda de Liverpool que suscitou rivalidade entre os compradores, eclipsando de novo Stuart Sutcliffe, foram autógrafos dos músicos, que superaram o preço máximo estimado, de 3.963 euros (US$ 4.500), saindo por 4.812 euros (US$ 5.500).
Sutcliffe entrou no grupo através de John Lennon, assassinado em 1980, de quem se tornou amigo íntimo quando os dois estudavam arte em Liverpool, em uma época na qual dividiam um apartamento.
Lennon convenceu Sutcliffe a comprart um baixo com o dinheiro obtido com a primeira venda de uma obra sua para unir-se aos iniciantes Beatles, que na época faziam suas primeiras incursões na Alemanha com alguns shows em Hamburgo.
Foi lá que Sutcliffe se apaixonou profundamente por Astrid Kirchher, uma jovem fotógrafa alemã com a qual viveria na casa de sua mãe, em Hamburgo, onde estudaria arte na mesma escola que ela, depois de deixar o grupo.
Um derrame cerebral matou o jovem em 1962, nos braços de sua namorada. Existem várias teorias sobre a morte do "quinto Beatle", entre elas de que teria sido atingido na cabeça várias vezes durante uma briga em circunstâncias ainda não esclarecidas ou que ela foi resultado de uma overdose de anfetaminas.
O casal planejava se casar, mas seus planos foram frustrados com a progressiva deterioração do estado de saúde de Sutcliffe.
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