U2 relembra seu salto ao estrelato em livro
Fonte: Terra Música
Postado em 22 de setembro de 2006
Há 30 anos, em Dublin, quatro estudantes decidiram formar uma banda de música por causa de um anúncio colocado no mural de um colégio. Assim, "sem expectativas", nascia em 1976 o U2, uma das bandas mais influentes do planeta, cuja autobiografia, U2 por U2, foi apresentada nesta sexta-feira em Londres.
Com suas palavras, o carismático líder e vocalista, Bono, o guitarrista Dave Evans, mais conhecido como "The Edge", Larry Mullen, na bateria, e o baixista Adam Clayton revivem momentos.
Acompanhados por imagens, os músicos relembram o vertiginoso salto de quatro adolescentes com poucas idéias na hora de tocar um instrumento dos clubes dublinenses até o estrelato mundial.
A transcrição de inúmeras horas de entrevistas e testemunhos dos componentes do grupo e de seu representante, Paul McGuinness, guiados pelo crítico de rock Neil McCormick, foram reunidos no livro, que chegará ao Brasil em 3 de novembro.
A história do quarteto irlandês mais famoso do mundo começa com o anúncio na escola de Mount Temple (Dublin) de um menino que tocava bateria (Larry Mullen Jr) e queria formar uma banda, desejo compartilhado por Dave Evans; Paul Hewson, o "Bono"; e Adam Clayton.
De algo que surgiu "para passar o tempo, nada mais, sem grandes idéias, sem expectativas", segundo relata Mullen na autobiografia, quatro meninos com personalidades diferentes colocavam em andamento o projeto U2.
"Assim, em 25 de setembro de 1976, um estranho grupo de pessoas se reuniu em minha cozinha, em Artane (Dublin). E ali foi onde tudo começou", lembrou.
U2 por U2 relata a meteórica evolução da banda desde seus shows sem compromisso, com o punk dos anos 70, a sucessão de seus primeiros álbuns como Boy (1980), October (1981), War (1983), sua explosão no rock com The Joshua Tree (1987), seus acordes mais pós-modernos de Achtung Baby (1991) e os trabalhos mais recentes como All That You Can't Leave Behind (2000) e How To Dismantle An Atomic Bomb (2004).
Bono, indiscutível alma do quarteto, um homem extremamente comprometido com a luta pela paz e pela justiça, está convencido de que "uma pessoa não se transforma em estrela do rock, a menos que tenha carência de algo".
"Isso eu tenho muito claro. Se (uma pessoa) está equilibrada e em sã consciência, poderia se sentir normal, sem ter 70 mil pessoas gritando a cada noite que te amam", declarou.
Bono admite que entrou no U2 "para salvar a si mesmo" e diz que hoje há pessoas que se aproximam dele na rua "como se fosse Mahatma Gandhi".
Adam Clayton, "o menino que usava casaco de pele de carneiro afegão, óculos e fumava", segundo Mullen, ou "o hippie tão raro, de quem sobressaía um vistoso penteado afro", como "The Edge" o vê, sempre teve clara sua vocação.
"Eu sempre quis ser uma estrela do rock. Quando consegui meu primeiro baixo, aos 15 anos, descobri que era feito para mim. E não tinha nenhum grupo a quem me unir", confessa Clayton.
A mesma paixão é revelada por "The Edge", que reconhece: atualmente, para ele é "impossível" conceber sua vida fora da música. "Boa música, idéias originais e organizar shows emocionantes e espirituais" são, segundo Evans, os motores do U2 desde o início e continuam vigentes no espírito do grupo.
Dave Evans assegura que todos os motivos que faziam da idéia de formar a banda algo fabuloso naquele momento "ainda perduram".
O U2, grupo em que seus componentes não são "músicos particularmente competentes", segundo o guitarrista, "possivelmente não seja a banda mais profissional musicalmente da história do rock'n'roll", mas é uma "das mais originais".
A "química das personalidades" é outra chave para que a maquinaria irlandesa continue funcionando, segundo "The Edge".
EFE
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