Elvis Presley: o único "quase unânime" da história do Rock?
Por Maximiliano P.
Fonte: Blog rockrevista
Postado em 22 de março de 2011
O que move a carreira de uma banda ou de um roqueiro? O dinheiro, o sucesso, a fama, o reconhecimento, mulheres, a possibilidade de tentar alcançar a perfeição musical... Muitos artistas conseguiram isso tudo e muito mais ao longo dos anos.
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Entretanto, quantos conseguiram chegar ao olimpo dos músicos? Quantos obtiveram o respeito maciço da crítica, conseguiram formar de uma legião de fãs e alcançar a reverência dos colegas músicos? Resumidamente, quem chegou à unanimidade ou ficou a milímetros dela?
Beatles e Stones? Não creio. Sempre há quem prefira um ao outro... Led Zeppelin, Pink Floyd, Rush, Stevie Ray Vaughan, Iron Maiden, Ramones, Black Sabbath, etc.? São ícones, mas sempre tem algum espertinho pra restringir alguma coisa relativa a eles.
Na minha modesta opinião apenas um músico conseguiu chegar perto da unanimidade: ELVIS Aaron Presley, o maior artista do século 20. Talvez o único cantor com livre trânsito entre fãs de música clássica, ópera, metal, rock e pop. Mesmo quem não o conhece devidamente o respeita.
Falar de ELVIS parece chover no molhado. Pra mim a expressão "The King of Rock’n Roll" já diz tudo. Não vou ficar elogiando sua voz quase inigualável, seu carisma absoluto, sua contribuição de abertura do mundo para o rock... Isso todo mundo já fez, e muitos fizeram extremamente bem.
Prefiro ir por outro caminho, o dos fatos. As opiniões são importantes, mas facilmente contestáveis. Contra os fatos a argumentação precisa ser muito mais forte.
Nunca houve um artista na história da música que tenha vendido tanto. Segundo informações extraoficiais, mas bem respaldadas em sites confiáveis, ELVIS vendeu mais de 1,2 bilhão de álbuns, compactos e CD’s ao redor do mundo desde 1954. É como se um em cada sete habitantes do planeta tivesse um disco dele.
ELVIS também é o recordista de músicas no top 100 da parada americana (149 canções) e de pessoas assistindo a um evento de rock pela TV (seu concerto "Aloha from Hawaii", em 1973, teve audiência estimada em 1,5 bilhão de pessoas). Mesmo depois do seu falecimento ELVIS continua movimentando multidões. Estimam-se em 65 mil o número de imitadores do rei ao redor do mundo, e mais de 600 mil pessoas visitam anualmente a casa onde ele morou durante 20 anos, em Graceland.
Assim como o público, os críticos também se renderam a ELVIS desde o início. Mesmo porque pouco poderiam fazer de diferente diante de um homem de caráter irreparável, adorado pelas multidões e talentoso, acima de tudo. Ao contrário das severas e quase sempre injustas apreciações feitas a artistas como Led Zeppelin, Rush e Bob Dylan, a mídia preferiu os rasgados elogios à incrível capacidade de ELVIS para compor, cantar e interpretar.
Frases como "daqui a dois mil anos ainda estarão falando sobre ELVIS Presley", do radialista norte-americano Wolfman Jack, e "ele não foi um grande artista por um ou dois anos isolados, mas sim por duas décadas quase contínuas. Incrédulos devem ouvir as evidências. A defesa encerra", do escritor e jornalista Dave Marsh, são uma ligeira amostra do que ouvimos e lemos sobre ELVIS desde a década de 50.
Entretanto, nenhuma remissão sobre o monstruoso talento de ELVIS me parece tão perfeita quanto a do historiador Pablo Aluísio, ao comentar um dueto do Rei com Frank Sinatra, na dé-cada de 60: "ELVIS simplesmente estraçalha com Sinatra. Frank chega ao ponto de satirizar a letra de ‘Love me Tender’ e tenta em vão boicotar o seu próprio dueto com ELVIS. Depois disso Sinatra nunca mais chamou ELVIS para um dueto, por ser muito egocêntrico e não gostar nada de ficar na sombra. Mas com ELVIS ao lado, coitado, ele simplesmente desapareceu!".
O rei sempre soube o quanto era talentoso e quão importante foi para o rock e para o próprio show business. Ao falar sobre seu sucesso, ELVIS resumiu o status do seu papel na história da música e do cinema: "Eu li gibis e me tornei o herói dos gibis; assisti filmes e me tornei o herói nos filmes. Assim, cada sonho que eu sonhei se tornou realidade centenas de vezes.".
O sucesso de ELVIS também esteve diretamente ligado ao fato de adorar o que fazia. Tocava violão desde os 11 anos e era um apaixonado incondicional pela música. Gravou seu primeiro single aos 18 anos e só parou de cantar já adoentado, semanas antes de falecer, em 1977. Em um de seus mais belos discursos disse, em 1971: "Eu gostaria de dizer que eu aprendi, muito cedo na vida, que sem uma música o dia nunca terminaria, sem uma música o homem não tem amigos, sem uma música a estrada nunca teria uma curva... Então eu continuarei cantando a música."
ELVIS foi uma referência marcante para qualquer roqueiro que empunhasse um microfone desde a década de 50. Não há prova maior disso do que as citações elogiosas de outros músicos, de várias épocas e estilos:
"Quando eu falo sobre ELVIS eu digo ‘Isto é Rock and Roll, Rock and Roll mesmo!’. Eu poderia dizer seis ou sete nomes, mas ele está acima de todos eles." (Tom Petty)
"O ponto alto de minha carreira? Essa é fácil... Quando ELVIS gravou uma de minhas canções..." (Bob Dylan).
"ELVIS foi o primeiro e o maior." (Roy Orbison – o ídolo de ELVIS).
"ELVIS foi o ponto inicial, onde tudo começou para nós" (Robert Plant – Led Zeppelin).
"Conhecer ELVIS Presley foi um dos grandes momentos da minha vida" (Paul McCartney - Beatles)
"O meu cantor preferido sempre foi ELVIS Presley. Ele foi o mais criativo e deixou tudo pronto pra quem veio depois." (Jim Morrison – The Doors).
"ELVIS Presley é o Big Bang do Rock'n'Roll, o começo de tudo" (Bono Vox – U2).
"Descrever ELVIS? Ele é o maior que já existiu, ou que irá existir..." (Chuck Berry).
"ELVIS era absolutamente brilhante! Ouvir a voz dele me fez querer fazer algo parecido." (David Gilmour – Pink Floyd).
"ELVIS... Ele era único... Uma pena que não tenha cantado mais o blues..." (B.B.King).
"Só existia uma pessoa que os Beatles queriam conhecer nos EUA: ELVIS!" (John Lennon - Beatles).
"Houve vários caras valentes, vários enganadores, vários concorrentes, mas só um Rei" (Bruce Springsteen).
"Ninguém o igualará. Ele é o original em uma área de imitadores." (Mick Jagger – Rolling Stones).
"Quando ouvi ELVIS cantar a minha ‘Bridge Over Trouble Water’ pela primeira vez achei inacreditável e pensei: como é que posso competir com isso?" (Paul Simon).
"Antes de ELVIS tudo era preto e branco. Depois dele, um colorido glorioso..." (Keith Richards – Rolling Stones).
"ELVIS será sempre o Rei. A razão é simples: ele foi o melhor cantor que já existiu." (Ian Gillan – Deep Purple).
"Eu agradeço a Deus por ELVIS Presley. Agradeço a Deus por ter mandado ELVIS para abrir a porta para que eu pudesse atravessar e caminhar pela minha estrada..." (Little Richard).
"ELVIS é o maior cantor de Blues do mundo..." (Joe Cocker).
"ELVIS é o meu homem" (Janis Joplin)
"ELVIS era o rei... Pessoas como eu e Mick Jagger simplesmente seguimos as suas pegadas..." (Rod Stewart).
Aprendo a apreciar mais e mais a obra de ELVIS todos os dias. Sua habilidade como cantor e front man, seu legado musical e suas simples lições de vida. Como seria possível não admirar um cara que, apesar de ser um dos mais importantes artistas da história, diz o seguinte no auge da sua carreira: "Eu acho que a coisa mais importante na vida de uma pessoa é felicidade, e não coisas materiais como carro, dinheiro, casa. Você pode ter tudo, mas se você não for feliz, o que você tem? Então eu acho que se eu puder apenas continuar fazendo a vida das pessoas agradável e fizer minha própria vida feliz, então é tudo o que eu poderia esperar da vida.".
ELVIS é unânime? Provavelmente quase... Basta que alguém discorde para que a unanimidade caia por terra, restando "apenas" o reconhecimento da esmagadora maioria. Entretanto, relembrando Nélson Rodrigues, me escoro nos fatos e na opinião dos "meus amigos" acima para dizer, sem medo: em se tratando de ELVIS, a unanimidade não seria burra...
Abaixo, segue clip de uma apresentação de ELVIS em 1970, cantando a fantástica "Suspicious Minds". Essa é uma das mais belas e emblemáticas interpretações do Rei. A letra e canção original são de um cantor de Memphis chamado Mark James, que gravou a música na década de 60 sem ter conseguido sucesso. ELVIS teve acesso à canção em 1969 e se apaixonou por ela. "Suspicious Minds" foi lançada no mesmo ano, alcançando o topo nas paradas e sendo imortalizada pelo Rei como mais um clássico do rock.
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