Admirável Áudio Novo: o futuro pra quem coleciona música
Por Nacho Belgrande
Fonte: Site do LoKaos Rock Show
Postado em 03 de setembro de 2011
O produtor RICK RUBIN exigiu uma masterização específica para iTunes do último disco do RED HOT CHILI PEPPERS, ‘I’m With You’. Mas não para aí. Acontece que a equipe de masterização no estúdio Masterdisk criou três versões masterizadas separadamente: uma para AAC (iTunes), uma para o vinil e outra para CD, de acordo com informações compartilhadas com o site Digital Music News.
Então, para onde o processo de masterização está indo? Eis uma entrevista detalhada com VLADO MELLER, que masterizou o disco no Masterdisk com a ajuda de MARK SANTANGELO.
Digital Music News: Você mencionou que há três versões distintas da masterização do disco dos Chili Peppers: o master do CD, o do vinil, e um master especial preparado especificamente para AAC do iTunes. Isso é considerado comum nos lançamentos? Afinal, esse tem sido considerado o primeiro disco de rock masterizado especificamente para o iTunes.
Meller: Até agora, sim, é algo fora dos padrões. Apenas alguns poucos discos passaram por esse processo para o iTunes. Nós acreditamos que essa se tornará uma prática padrão na indústria musical.
Digital Music News: Qual dessas três versões tem a maior qualidade? Ou a comparação é injusta?
Meller: Bem, é meio como comparar maçãs com laranjas, especialmente quando se fala de vinil. Se eu tivesse que nomear um formato como o de ‘maior qualidade’ para qualidade comercial, eu diria que é o máster do CD. Os arquivos AAC otimizados para o iTunes foram desenhados para reter a resposta de frequência e o nível do CD e a qualidade desses arquivos é muito boa também.
Quando se trata de vinil eu mencionei ‘maçãs e laranjas’ – isso porque o formato vinil tem algumas limitações, como uma queda na qualidade à medida que você se aproxima do fim de um lado. Ainda assim, tem uma coloração que muitas pessoas adoram. Os amantes do vinil com sistemas hi-end podem superar as falhas do formato, mas elas existem. ‘I’m With You’ foi cortado a partir de arquivos 24/96, então a qualidade do som é maravilhosa.
Digital Music News: Há alguma opção para que os consumidores que queiram ir além consigam algumas versões com a fidelidade e qualidade dos masters?
Meller: No momento, a qualidade mais alta é a do lançamento comercial, o master do CD. Com alguma esperança, no futuro, os distribuidores digitais poderão fornecer arquivos de alta resolução.
Digital Music News: Quais considerações específicas são levadas em conta para o processo de masterização em AAC? Você pode mesmo fazer uma versão que incendeie os fones de ouvido, ou não se trata disso?
Meller: Sim, com um master otimizado para o iTunes, o ouvinte conseguirá desfrutar de mais clareza e uma qualidade de som melhor do que a que está disponível atualmente.
Digital Music News: E quais considerações específicas são levadas em conta para o processo de masterização para vinil?
Meller: O vinil tem suas próprias limitações, então nivelamento e freqüências altas e extremamente baixas têm que ser manipuladas com cuidado. O purista do vinil aprecia o calor e a profundidade do vinil e pode perdoar os ocasionais estalos e chiados – ele ou ela pode até gostar mais disso com um pouco de barulho de superfície. Para que o vinil soe da melhor maneira possível, prensagens de teste são feitas e comparadas com o master original de alta resolução. Ajustes nos tons e níveis são feitos de modo que o vinil seja executado sem distorção e sem pulos. É um processo muito físico.
Digital Music News: E quais as considerações específicas são levadas em conta para o processo de masterização para o CD?
Meller: por muitas vezes, os estúdios de masterização recebem arquivos de alta resolução que infelizmente precisam ter sua qualidade reduzida para qualidade de CD 44/16. Basicamente sempre se tenta obter o melhor som possível comparado ao arquivo com a mixagem original. É um esforço colaborativo entre o artista, o produtor e os engenheiros envolvidos.
Digital Music News: Você é um profissional do áudio, e provavelmente consegue ouvir coisas que mesmo cachorros não conseguem. Mas os ouvintes ocasionais podem de fato ouvir a diferença? Realmente muda alguma coisa pro consumidor, ou isso é basicamente feito para satisfazer aos desejos de produção criativa dos artistas e engenheiros?
Meller: Com certeza, sim, faz diferença pro ouvinte. Se os consumidores fossem ouvir a qualidade de um CD comercial em comparação ao download digital padrão correspondente, eles notariam que há bastante diferença. À exceção de ouvintes mais críticos por aí, as pessoas no geral não fazem esse tipo de comparações entre as duas mídias – mas se elas o fizessem, poderia ser notado. Com a otimização para iTunes durante a masterização, os arquivos AAC estão muito mais próximos do som do CD comercial.
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