Anthrax: "Jovens pensam que a música é gratuita"
Por Renato Rossini
Fonte: Denver Westword
Postado em 19 de julho de 2012
Brandon Marshall do Denver Westword recentemente conduziu uma entrevista com o baterista do ANTHRAX, Charlie Benante. Alguns trechos da conversa seguem abaixo.
Denver Westword: Como você vê o atual cenário da indústria da música, e o que você acha que deve ser feito para que novos artistas sobrevivam a isso?
Charlie Benante: Esse é um assunto muito delicado, pois não há uma indústria da música. Basicamente, você está aí por si só, cara. A coisa que irrita sobre as crianças e jovens é que eles pensam que a música é gratuita, e eles não deveriam ter que pagar por isso.
Denver Westword: Em 2000, quando Lars Ulrich (Baterista do Metallica) foi ao Senado contra o Napster, você suspeitava que fazer download de música seria tão prejudicial aos artistas? Você apoiou a decisão de Lars?
Charlie Benante: O sim, eu suspeitava e apoiei Lars.
Denver Westword: Muitos desses jovens não terão uma capa de álbum ou encarte, porque as bandas não vão mais lançar CDs físicos. Isso se torna uma perda financeira e artística.
Charlie Benante: Certo, mas o que eles não conhecem não afeta eles. Bem, pense em coisas como estas, pessoas cresceram sem entender o que era um disco, e então surgiu a fita. Então, veio o CD, e muitas pessoas nunca conheceram uma fita VHS. Isso foi abandonado há muito tempo. Em poucos anos, você não saberá nem o que é um CD, porque tudo será em download digital. Você não terá cópias físicas em sua mão para curtir. Será apenas ar (risos).
Denver Westword: Por que você acha que o thrash metal tem um apelo tão global, e você ficou surpreso por lugares como Brasil e Alemanha serem um lugar tão vivo para isso?
Charlie Benante: Bem, deixe-me dizer algo sobre o público da América do Sul: Eles são provavelmente uma das melhores audiências que o hard rock e o heavy metal tocarão. Eles são tão devotos e apaixonados pela música. É maravilhoso ver aquilo. Eu adoro. Não estou falando mal de outros lugares, como os EUA, ou partes da Europa, ou qualquer que seja, mas às vezes eles ficam um pouco cansados, pois eles sempre têm shows. Quando você vai para a América do Sul, onde eles não têm shows com tanta frequência, você percebe o quanto eles apreciam isto. É uma vibração diferente. Eles deixam as coisas fluir.
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