A visão detalhada de "Sad But True", clássico do Metallica
Por Paulo Severo da Costa
Postado em 29 de abril de 2014
Em 1996, LARS ULRICH declarou para a NME, a respeito da repercussão do petardo "Metallica" que, "todos têm um álbum onde tudo parece fazer sentido". Pelo que se pode depreender dos últimos sessenta anos, pouquíssimos registros fizeram tanto sentido quanto aquele que ficou para a história sob o epíteto de "Black Album". Não parece existir sombra de dúvida que se ‘Black" tirou do METALLICA o posto maior no alto clero do thrash, deu à banda lugar de honra na galeria dos clássicos não fronteiriços; se despertou a ira dos devotos xiitas da "old school", alçou-os ao panteão de unanimidades aristocráticas ao nível dos BEATLES e DYLAN.
Repetindo a história de "Led Zeppelin II" e ‘Machine Head", "Metallica" soube se encontrar no seu próprio tempo. Se composições como "Nothing Else Matters" e a acessível "Unforgiven" iniciaram a conversão de ouvidos acostumados ao pop rarefeito rumo à banda, blindados como "Wherever I May Roam" e a subestimada "Holier Than Thou" mostravam a transição entre o metal da década de 80 e 90. Agora, se "Enter Sandman" deu a deixa, "Sad But True" foi chamada pela ALLMUSIC de "`Kashmir dos anos 90".
"Eu não tinha idéia de que a dualidade era tão flagrante naquela música. Ele pegou a idéia: a oposição entre o bem e o mal, o "eu" público e o "eu "que ninguém conhece", afirmou HETFIELD em 2012 ao comentar sobre a arte de uma das capas do single- dois crânios se fitando, obra do traço inconfundível de BRIAN SCHROEDER, o PUSHEAD. Liricamente, "Sad But True" ( puerilmente tachada de satanista) trata da fé cega e os modos irrefletidos de prática de suas crenças- certamente mais um desabafo (não tão) velado de HETFIELD com respeito à sua própria criação na Ciência Cristã ( que também inspirou, nesse álbum, "The God That failed"). Versos como "Eu estou dentro/ abra seus olhos" e "Você é minha máscara / Você é o que é culpado", parecem indicar claramente uma crítica à procura externa ao próprio indivíduo do significado de divindade. Segundo bem apontou MICK WALL na biografia sobre a banda, "as palavras não vinham mais do que ele assistia na CNN, vinham de um lugar mais íntimo".
Segundo HETFIELD, a temática foi inspirada no filme "Magic" de 1978 onde um ventríloquo é dominado por um boneco incorporado pelo mal. Na realidade, a filosofia do vocalista sempre foi orientada por uma visão de rejeição àmeios de manipulação- "Política me deixa louco, e eu não gosto de falar de política. A Política fica no caminho das coisas; eles ficam no caminho da escolha de livre, e nossa música é tudo o que quero fazer. Nossa filosofia é "pensar por si mesmo", no final do dia - fazer o que você acha que te fará bem, declarou em 2007. Assim como em "Master of Puppets"- onde se traça uma analogia da submissão pela relação entre dependente químico e o vício, "Sad" também se agarra à liberdade de ação como telos individual.
Assim como na antecessora "The Thing That Should Not Be", o METALLICA usou pela segunda vez a afinação em D standard nas guitarras (nota: afinação menor em ré, que seria novamente utilizada em ‘Devil´s Dance" e nos covers de "The Small Hours, e "Crash Course in Brain Surgery".), enquanto o baixo de cinco cordas de NEWSTED foi afinado em A(Lá) standard, o que conferiu ainda mais força ao crunch dos riffs. Segundo BOB ROCK: "Nós estávamos em pré-produção, o que era desconfortável porque ninguém nunca tinha se intrometido tanto em suas composições antes. Em meio a seis músicas ' Sad But True' veio junto. De repente, percebi que todas as música , incluindo esta, era no tom de E (nota: afinação padrão em Mi). Eu chamei a atenção disso para a a banda, e eles disseram : "Bem, Mi não é a nota mais baixa ? Então eu disse a eles que em` Dr. Feelgood` (nota: disco do MOTLEY CRÜE, de 1989, que motivou o METALLICA a convidar ROCK para produzir o álbum preto), a banda afinava em D. O METALLICA então afinou em D, e foi aí que o riff se tornou realmente enorme; uma força que você simplesmente não pode parar".
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