B. B. King: o melancólico fim de carreira da lenda viva do blues
Por Nacho Belgrande
Fonte: Playa Del Nacho
Postado em 07 de abril de 2014
B.B. KING passou décadas cantando "The Thrill Is Gone", e talvez ela tenha realmente se findado.
Não se engane: King é uma lenda viva, um tesouro cultural vivo dos EUA e do mundo, e a personificação do termo ‘rei do blues’, título que ele fez por merecer. Estar na mesma sala que ele e respirar o mesmo ar que ele respira é uma honra e um privilégio.
Contudo, durante a maior parte de seu recital na Peabody Opera House na noite da última sexta, a plateia de tamanho considerável pode ter pensado que era só isso que iriam vivenciar.
Os shows de King nos últimos anos têm tido tanta conversa como música, e o músico de 88 anos está obviamente tirando o pé do acelerador, tal como qualquer um estaria. Mas a maionese desandou bem nesse show. King sentou-se ao centro do palco e falou, por vezes incoerentemente, por vezes inaudivelmente. Ele flertou com mulheres nas primeiras filas e fez alguns comentários jocosos, sem pedir desculpas. "Eu gosto de me divertir", ele disse. "Eu amo quem eu sou e o que faço".
Por um tempo, o público abraçou o lance, rindo de suas piadas e gracejos. Mas foi só aos 45 minutos de show que King começou a tocar qualquer coisa parecida com uma música. E mesmo aí, sua execução à guitarra foi falha. Ele explicou que ele e a banda estavam parados fazia dois meses, fazendo com que ele perdesse confiança.
Depois de uma performance de ‘Rock Me Baby’, ele tocou ‘You Are My Sunshine’ e pediu que a plateia cantasse junto. As luzes da casa se acenderam e King começou a notar pessoas e acenar a elas. À medida que a música era estendida, se arrastando por – exatos e contados – 15 minutos, membros do público começaram a se manifestar, gritando pedido por faixas especificas ou simplesmente intimando King a ‘tocar qualquer coisa!’. Alguns se retiraram.
King sentiu a encrenca começando, mas não podia entender as coisas que estavam sendo gritadas a ele. Eventualmente, a música parou e a apresentação teve uma pausa intensamente desconfortável.
Finalmente, King se deu conta do que salvaria o dia, e sua guitarra soou as notas que dão início a seu maior sucesso, ‘The Thrill Is Gone’.
Aquele momento deu uma amostra do brilhantismo que as performances de King podem alcançar. Ele completou apenas duas outras músicas.
É odioso tripudiar em cima de uma lenda, especialmente uma que já adentra sua nona década. Mas King está cercado por uma banda enorme e uma equipe, e neles, tá valendo.
Seja lá quem tenha decidido que as luzes da casa deveriam ficar acesas até quase metade do show, distraindo King de sua apresentação, precisa pensar na vida, e depressa.
E quando King se perdeu com a letra ou simplesmente com o que fazer e tocar em seguida, a banda parecia estar mais do que feliz em ficar respeitosamente parada e assisti-lo [metaforicamente] morrer.
Foi o suficiente para dar àqueles presentes uma dose de tristeza. E não no contexto positivo do blues.
Texto original por DANIEL CURCHHOLZ para o site STL TODAY
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
Dream Theater anuncia turnê que passará por 6 cidades no Brasil em 2026
O disco que Flea considera o maior de todos os tempos; "Tem tudo o que você pode querer"
Helloween fará show em São Paulo em setembro de 2026; confira valores dos ingressos
A banda de rock que deixava Brian May com inveja: "Ficávamos bastante irritados"
O guitarrista que Geddy Lee considera imbatível: "Houve algum som de guitarra melhor?"
O clássico álbum ao vivo "At Budokan" que não foi gravado no Budokan
O baterista que parecia inatingível para Neil Peart; "muito além do meu alcance"
Mr.Bungle anuncia show solo em São Paulo
Como e por que Dave Mustaine decidiu encerrar o Megadeth, segundo ele mesmo
Os dois discos do ELP que Carl Palmer disse que deveriam virar vasos
O "Big 4" do rock e do heavy metal em 2025, segundo a Loudwire
A opinião de Ronnie James Dio sobre Bruce Dickinson e o Iron Maiden
Lemmy lembra shows ruins de Jimi Hendrix; "o pior tipo de coisa que você ouviria na vida"
As 5 melhores bandas de rock de Brasília de todos os tempos, segundo Sérgio Martins


O único que pode ser tão reconhecível quando B. B. King, segundo Joe Bonamassa
A crítica de B.B. King a Yngwie Malmsteen que explica ódio de Lobão por Iron Maiden
Os melhores guitarristas de rock de todos os tempos, segundo o lendário B. B. King


