Vinil: criador da Tower diz que superioridade do som é psicológica
Por Nacho Belgrande
Fonte: Playa Del Nacho
Postado em 20 de março de 2015
RUSS SOLOMON, o fundador da finada mega-rede de lojas de discos TOWER RECORDS, agora com 89 anos de idade, começou vendendo discos de 78 RPM na farmácia de seu pai em Sacramento, na Califórnia no fim dos anos 30, viveu toda a trajetória do ramo de venda de discos, desde a chegada ao mainstream nos anos 40 e 50 até a explosão do nicho nos anos 60 e 70, até o total declínio de seu sólido império, no fim dos anos 90.
Na onda da estreia do documentário All Things Must Pass, sobre a ascensão e queda do trabalho da vida de Solomon, o ex-magnata conversou com o jornalista Frank DiGiacomo sobre vinil, o que deu errado com CDs e singles, e até se ele ainda compra discos.
Abaixo, uma tradução de um trecho da conferência.
Em que momento você notou que os discos de vinil estavam desaparecendo e quando foi que você ficou sabendo que eles estavam voltando à moda?
Eles começaram a sumir logo depois de 1983, quando o CD chegou, mas apesar de o ramo do vinil ter sido reduzido a virtualmente nada, ele nunca desapareceu por completo. Havia um underground do vinil, e no começo dos anos 80, você tinha o advento de empresas como a Mobile Fidelity, que remasterizavam e prensavam discos em vinil de maior qualidade. As prensagens japonesas também eram muito melhores que as americanas.
E a que você atribui a ressurreição do formato?
Você está falando sobre quando, do nada, ficou um pouco mais descolado comprar discos de vinil? Isso começou na verdade com aqueles pretensos discos de alta qualidade prensados em 140 gramas, 180 gramas ou 220 gramas, mas eles tinham preços terrivelmente altos. E isso evoluiu para alguns artistas de rock lançando novos discos em vinil, e os colecionadores abraçaram. A verdade é que ainda se trata de um mercado de colecionadores, apesar de eles terem vendido uns 9 milhões de cópias ano passado. A maioria não é prensada em material de alta qualidade.
Por que as pessoas são tão ligadas romanticamente ao vinil?
Eu acho que se trata basicamente da colecionabilidade dele. Há algo de comum no CD, enquanto o LP é um pacote. Tem o trabalho artístico e as letras e agradecimentos. É leitura. Alguns colecionadores de LPs são de fato débeis mentais. A capa é mais importante às vezes do que o disco.
Qual sua opinião sobre o que as pessoas dizem, de o vinil soar melhor – mais quente – do que os CDs?
Isso pode soar como heresia, mas eu acho que isso é mais psicológico do que verdadeiro. Tecnicamente, você não tem como colocar a mesma quantidade de gama de frequências em um LP do que consegue em um CD de jeito algum. É simplesmente impossível. Mas isso não quer dizer que discos de vinil não soem bem e que não soem quentes e que haja algo de confortante em seus ruídos. Há um tipo de sentimento nostálgico na coisa toda, o que é algo bom, não ruim.
[…]
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A farsa da falta de público: por que a indústria musical insiste em abandonar o Nordeste
Cinco músicos brasileiros que integram bandas gringas
Blaze Bayley relembra reação de Steve Harris ao ser apresentado a "Man on the Edge"
O álbum clássico do thrash metal que foi composto no violão
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
O vocalista que irritou James Hetfield por cantar bem demais; "ele continua me desafiando"
Novo álbum do Linkin Park ganha disco de platina tripla no Brasil
Jordan Rudess comenta a turnê latino-americana do Dream Theater; "Deve ser muito emocionante"
Álbum ao vivo do Scorpions alcança o 2º lugar na parada alemã
O álbum do rock nacional dos anos 1980 que Prince ouviu e gostou muito do trabalho
Garotos Podres são interrogados pela polícia por causa da música "Papai Noel Velho Batuta"
Box-set do Rainbow com 9 CDs será lançado em março de 2026
O clássico do metalcore que fez garotas começarem a ir a shows do Killswitch Engage
Max Cavalera acha que escrever letras de músicas é uma tarefa entediante
Mas afinal... o que é rock progressivo?
Ritchie Blackmore surpreende ao revelar qual a sua banda favorita
A música do Guns N' Roses da qual Slash muito se orgulha, apesar de não ser tão técnica

Indústria: ouvir MP3 tendo as tecnologias de 2015 é estupidez



