Kiss: os 20 anos da reunião da formação original
Por Igor Miranda
Fonte: IgorMiranda.com.br
Postado em 29 de julho de 2016
No último mês, completou-se 20 anos do início da turnê de reunião do KISS. Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley e Peter Criss estavam, enfim, juntos novamente.
A reunião começou ainda em 1995, quando o KISS, ainda com Bruce Kulick na guitarra e Eric Singer na bateria, fazia uma acanhada turnê acústica em convenções dedicadas à própria banda. Peter Criss telefonou para Simmons e avisou que iria a um dos eventos. Incentivado por Singer, o linguarudo convidou o antigo Catman para tocar algumas músicas com a banda.
Atraídos pela mágica – e pela grana que renderia –, Gene Simmons e Paul Stanley convidaram Peter Criss e Ace Frehley para participar das gravações do MTV Unplugged, em agosto de 1995. O registro seria lançado em CD e vídeo. Depois, organizaram-se para uma reunião, que só seria oficializada no início de 1996, marcada pela aparição na cerimônia do Grammy. Curiosamente, o disco "Carnival Of Souls" continuou a ser gravado enquanto o retorno de Criss e Frehley era arranjado.
A reunião era necessária até mesmo para que o KISS continuasse relevante. Por mais que "Revenge" fosse um ótimo disco e tenha estreado bem nas paradas de todo o mundo – inclusive no Top 10 dos Estados Unidos, algo não conquistado desde "Dynasty", de 1979 –, logo caiu dos charts e nem de longe representou o sucesso conquistado pelo grupo em sua formação original. Na década de 1980, nem se fala: o grupo perdeu relevância, sofreu com mudanças de formação e tentou, a todo custo, se adequar à corrente do hair metal.
Em abril de 1996, a banda anunciou, em uma coletiva de imprensa, a turnê "Alive/Worldwide Tour", a primeira com o KISS reunido. Desde 1979, os músicos não excursionavam juntos. O frisson foi tamanho que as quase 40 mil entradas para a primeira apresentação da tour, no Tiger Stadium de Detroit, nos Estados Unidos, se esgotaram em menos de uma hora.
Em termos de performance, a turnê começou bem, mas logo Peter Criss e Ace Frehley começaram a sentir o ritmo, já que rolaram 192 shows entre junho de 1996 e julho de 1997. Nunca saberemos se eles realmente estavam sóbrios ou se, desde o início, já estavam de volta aos vícios. Fato é que, após três turnês – inclusive a "Farewell", que era vendida como a última turnê da história da banda – e um disco onde Criss e Frehley tocaram em poucas músicas, não dá para dizer que a reunião deu certo. Só no âmbito financeiro, tão visado por Paul Stanley e Gene Simmons.
A "Alive/Worldwide Tour" arrecadou US$ 143,7 milhões, sendo o maior faturamento em turnês da história do KISS. Com menos datas – pouco mais de 60 –, a "Psycho Circus Tour" inovou ao trazer, pela primeira vez, efeitos em 3D. O investimento foi enorme e o retorno foi bom, mas um pouco distante do esperado. Na "Farewell Tour", foram 142 apresentações em 13 meses e lotação máxima em boa parte da excursão.
Vinte anos após a reunião do KISS ter início, dá para dizer que a ideia não deu certo por culpa de todos os envolvidos. A guerra fria entre Paul Stanley/Gene Simmons e Peter Criss/Ace Frehley, além dos vícios dos dois últimos, complicaram a última tentativa que o grupo de mascarados teria de fazer algo realmente relevante para o rock. Criss e Frehley saíram, vieram Tomym Thayer e Eric Singer e, desde 2004, apenas dois discos foram lançados. Foram feitas infinitas turnês e até um cruzeiro marqueteiro onde o grupo se apresenta para fãs endinheirados. Business em primeiro lugar. Sempre.
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