Tom Hamilton confirma fim do Aerosmith em 2017 em exclusiva
Por Luiz Pimentel
Fonte: Blog do Luiz Pimentel
Postado em 14 de julho de 2016
A noite de domingo (7) foi um susto para os amantes da música em todo o mundo. O guitarrista da banda americana Aerosmith, Joe Perry, sofreu um infarto durante uma apresentação do grupo Hollywood Vampires — do qual também fazem parte Alice Cooper e Johnny Depp. Perry deixou o palco com fortes dores no peito, e quando chegou ao camarim, foi levado imediatamente para o hospital.
O ano de 2016 não tem sido dos mais agradáveis para a música: o mundo perdeu artistas épicos como David Bowie, Glenn Frey, Prince e o produtor dos Beatles, George Martin. Mas, segundo o baixista do Aerosmith, Tom Hamilton, 2016 não vai levar Joe Perry, não. O músico, em uma entrevista exclusiva ao R7, disse que o companheiro é forte, e que não vai deixar os palcos tão cedo. Confira a entrevista na íntegra.
R7: O que houve com o Joe [Perry]? Você acha que esse problema vai afetar as turnês marcadas para 2016?
Tom Hamilton: Não sei ao certo, não estava lá no momento. Soube o que havia ocorrido quando ele já estava no hospital, e os médicos disseram que foi um enfarto. Joe permaneceu no hospital por um tempo, mas agora ele está bem. Vai se recuperar rápido, eu tenho certeza, conheço o Joe. Ele é muito persistente, é forte. Pode estar morrendo, mas não deixa de fazer shows. Tudo vai ficar bem.
R7: Houve alguma outra vez em que algo similar ocorreu com algum dos membros do Aerosmith durante um show?
TH: Ah, sim. Na primeira vez que nos apresentamos no Japão, Steven [Tyler] teve uma dor de dente horrível. Eu sei como é, acontece o tempo todo. Cantar da forma como ele canta com dor deve ser algo muito difícil. Em 2011, ele caiu no banheiro do hotel momentos antes do show, no Paraguai. Quebrou dois dentes. Adiamos a turnê para o dia seguinte, e ele se apresentou mesmo assim (risos). Mas não é só o Steven que passa por essas barras. Tive uma intoxicação alimentar em Las Vegas pouco tempo antes do show. Fiquei vomitando por duas horas. Mas é interessante como quando você sobe no palco, seu corpo começa a se sentir bem. É como se fosse uma dose de morfina natural.
R7: E quando acontecem esses casos atípicos, de doenças ou acidentes, qual de vocês normalmente fica mais preocupado?
TH: Steven. Ele para o que está fazendo na hora para socorrer a vítima da vez (risos). Fica sempre muito preocupado. Mas a gente brinca que a mãe do grupo é o Joe. Amor de mãe no Aerosmith é só dele.
R7: Então, vamos à pergunta que não quer calar. Essa é realmente a última turnê do Aerosmith? A banda vai mesmo se separar?
TH: Sim, essa é a ideia. E sempre que falo isso, fico com o coração apertado. Mas estamos juntos há mais de 30 anos, precisamos parar um pouco, respirar. É claro que nada é definitivo, mas é o que planejamos até o momento. Talvez possamos nos reunir para fazer pequenos shows, mas essa é a última grande turnê.
R7: E você tem planos de manter uma carreira solo ou começar outro projeto com alguma outra banda?
TH: Não quero ficar parado. Já escrevi várias músicas minhas, que nunca foram gravadas com o Aerosmith. Talvez eu grave em estúdio, não sei. São músicas diferentes do estilo do Aerosmith, por isso não aproveitamos. Não sei como os fãs reagiriam a elas. Sei como eu me sinto compondo, sou muito sonhador, e gostaria muito que elas agradassem. Há grandes chances de eu investir nesse outro lado, sim.
R7: São mais de 30 anos juntos, mas há algum show em específico que você considera memorável?
TH: Sim. O show que fizemos no Brasil foi insano, os brasileiros são incríveis. Mas um dos shows que mais me marcou foi o que fizemos na Rússia, em setembro do ano passado. Havia centenas de milhares de pessoas lá, que vieram de todas as partes do país. A cantoria deles chegava a ser tão alta e forte quanto o barulho que fazíamos no palco. Foi uma sensação extremamente inacreditável, intensa. Uma das melhores noites da minha vida.
R7: E houve alguma situação inesperada que já aconteceu com o Aerosmith durante um show?
TH: Nossa, várias. Eu deveria escrever sobre elas porque sempre me esqueço quando me perguntam. Mas há uma inesquecível: foi em um show nos anos 1970. O público começou a arremessar objetos no palco, e de lá de cima, não conseguimos enxergar nada por causa dos holofotes. Nesse dia, um sapato de salto de uma mulher atingiu o meu rosto. Nossa, como doeu! (risos). Me lembro da dor até hoje. Um salto alto, fino, direto no meu rosto. Eu não sei porque estavam fazendo aquilo, foi muito vergonhoso para nós, uma vez que não tínhamos como nos defender.
R7: Podemos ver que pouquíssimas bandas de rock que se formaram há mais de 30 anos continuam juntas. O Aerosmith é uma, temos o Scorpions, Rolling Stones... Para isso, subentende-se que é necessário um bom relacionamento entre os membros da banda. Como é a relação de vocês? Houve muitas brigas durante todo esse tempo?
TH: Ah, já brigamos muito. Principalmente quando éramos jovens. Os motivos eram tolos, um falava algo que ofendia ou magoava o outro. Parecia coisa de criança. Mas melhorou muito. Ficamos mais velhos, experientes e sérios, nos damos muito bem. E estamos aí, sobrevivendo. Nunca pensei em uma possível separação da banda. Não ver esses caras com frequência seria algo muito difícil. E se for esse nosso destino no próximo ano, pode acreditar que vou sofrer um bocado (risos).
R7: E você está animado com o show no Brasil? O que acha do público brasileiro?
TH: Os fãs no Brasil são demais! Estamos muito animados. Por isso te digo, fique tranquila, o Joe vai ficar bem e nos veremos em outubro. Vai ser uma noite e tanto!
R7: Críticos da música especulam o tempo todo sobre o fim do rock’n’roll. As principais bandas de rock clássico estão acabando. O que você acha disso? Você acha que o rock vai chegar ao fim com essa nova geração?
TH: Não acho, o rock nunca morre. Pode haver ainda muitas bandas boas, com diferentes estilos e formas de fazer rock. Há bandas e bandas. Já vi muitos guitarristas bons por aí. Nosso rock é um rock clássico, mas não podemos restringir o estilo de rock a ele. Não acredito quando dizem que o que tinha de música boa já foi feito. Tenho esperança nas novas gerações, e espero que nós e todos esses feras possam inspirá-las a não deixar o rock morrer.
O Aerosmith vai se despedir do Brasil em três apresentações, que vão acontecer em outubro. No dia 11, quem vai receber os americanos é a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. No dia 15, é a vez de São Paulo vibrar com a banda. E, por fim, os caras vão contagiar o público de Recife, no dia 21 de outubro.
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