Valério Exterminator: Um olhar atual sobre o Metal em Belo Horizonte
Por Maicon Leite
Fonte: Wargods Press
Postado em 26 de março de 2019
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O guitarrista Valério Exterminator, membro fundador de uma das principais bandas de Metal Extremo de Belo Horizonte e reconhecida internacionalmente, o HOLOCAUSTO, aguarda não apenas o novo lançamento da banda, "Diário de Guerra", mas também o debut do BHELL, inicialmente um projeto que virou banda e conta ainda com Pepê Salomão (baixo) e Cristian Antonine (bateria). Embora o HOLOCAUSTO tenha encerrado suas atividades, o lançamento deste novo registro mantém o nome do grupo em evidência, principalmente por contar com a mesma formação que gravou o seminal "Campo de Extermínio", em 1987.
Aproveitando este momento de intenso trabalho, Exterminator nos dá sua visão sobre a atual cena de Belo Horizonte, com o retorno de bandas clássicas e sobre alguns de seus personagens. O guitarrista declara que "2019 definitivamente não será 1985, 86, 87... mas com certeza não será apenas mais um ano qualquer no calendário nacional do Metal. Não se trata apenas do retorno de bandas ícones do Metal nacional e mundial, mas também do retorno de alguns integrantes que foram de extrema importância para a cena de BH nos anos 80. Alguns desses estiveram por décadas afastados dos palcos, mas não deixaram de ser referência às novas bandas. Eles são protagonistas da força de uma geração, que vivendo numa cidade conservadora e religiosa, se rebelaram contra os paradigmas existentes naqueles anos, e deram vida a uma das mais importantes cenas do underground nacional e mundial. Sejam bem vindos meus velhos amigos do passado sempre presente: Vladimir Korg, Luiz (Loucyfer), Ricardo e Rodrigo Neves (Mutilator), Jairo Guedz, Vladimir Pinguim (Bucther), Cristiano Salles (The Mist, Megathrash)."
Valério também relembra alguns locais e músicos/amigos que deixaram um legado para Belo Horizonte: "É verdade que não teremos mais o Mettalic Space, o Pop Pastel, o Soft Cidade Nova, o Pizza Light, e os encontros na Cogumelo na Augusto de Lima, e infelizmente não teremos nossos amigos Cavalão (Megathrash), Marco Antônio (Holocausto), Nado (Ataque Epilético), Silvinho (Sagrado Inferno e Freax), Oswaldo (Insulter e Sextrash), Angelique (Placenta), Mago (Mutilator), e muitos outros. Mas o legado deixado por todos nós, esse não terá fim. Daqui a três décadas, ainda seremos lembrados, e "enquanto aquela estrela brilhar no azul do céu" o Metal de BH dos anos 80, nunca vai parar de rolar."
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Nos últimos anos uma série de bandas tem retornado aos palcos, mantendo acesa uma chama que arde há mais de três décadas: "Qual outra cidade do planeta, passou por esse revival tão intenso, depois de três décadas, como BH está passando? Esse ano teremos The Mist, Loucyfer, Mutilator, Chakal, Overdose, Kamikaze, Witchhammer, Butcher, Sagrado Inferno, R.I.V. Sextrash, Insulter, Sepulchral Voice, Anarchus e quem mais vier dos anos 80, será muito bem-vindo. Se por um lado "ainda" não teremos o retorno do Sarcófago, teremos a presença dessa figura emblemática e reverenciada mundialmente que está à frente do The Evil. Não teremos nos palcos o Holocausto, do qual sou cofundador, mas teremos o lançamento do "Diário de Guerra", com a mesma formação de 1987."
O guitarrista ainda declara: "O fato de estarmos cercados por montanhas não quer dizer que estejamos aprisionados dentro delas, elas servem como um desafio, uma barreira a ser vencida e nossas bandas elas cá estão pra que possamos transgredir o sistema e mais uma vez lembrar para o resto do país e do mundo que BH é capital do Metal Extremo. Fazemos isso sem agredir quem está fora de nossas montanhas, ou quem veio pós anos 80, pois a ideia de união underground também nasceu aqui em BH quando hippies, e roqueiros, se uniram aos punks e bangers."
Finalizando o depoimento, Valério soa profético: "Então vou indo nessa, são quase 17h, marquei na Cogumelo com os amigos Esgôto, Toco, All Jarrinha, Ismar, Boi na Égua, Baia, Bolinha, André Maldito, Vittória, Sandrinha, Adriana e Wanda. Vou mostrar esse texto a eles, e direi que em 2019 esse texto será lançado nas redes sociais, através dos computadores. Não espero que eles entendam minha "viagem", mas quem sabe em 2049 outro indivíduo possa escrever um texto usando esse como referência"."
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