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Andre Matos: Um talento raríssimo em meio aos artistas brasileiros

Por Ricardo Pagliaro Thomaz
Fonte: A Ciência da Opinião
Postado em 09 de junho de 2019

Em agosto de 2017 eu havia desativado a sessão O Canto do Cisne lá no meu blog pessoal, que homenageava pessoas falecidas, simplesmente porque estava demais da conta. Mas eu prometi que uma hora ou outra eu haveria de homenagear alguma personalidade que me marcou muito. Eis o momento. E Andre Matos me marcou. Não somente pelo fato de seu pioneirismo em uma terra em que o gênero musical da qual fazia parte, o Heavy Metal, não era visto com bons olhos no tempo em que estava começando, mas também por ser um talento de características tão únicas, que marcou época não só no Brasil, mas a nível internacional.

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Um talento raríssimo em meio aos artistas brasileiros. Matos foi um dos pioneiros do heavy metal brasileiro, quando despontou nos anos 80 com a sua banda, o Viper. Com o Viper, ele gravou dois discos que foram o ponto inicial da música pesada brasileira, isso de 87 a 89, que são Soldiers of Sunrise e Theatre of Fate. Anos depois, em 2015, ele voltaria ao Viper e gravaria um disco ao vivo, o To Live Again: Live in São Paulo.

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Depois de sua saída do Viper, ele encantou a todos com sua nova banda, o Angra. Gravou três discos com o Angra de 93 a 98, que são o Angels Cry, a obra-prima Holy Land e o Fireworks. O Fireworks foi o momento exato que o Andre entrou em minha vida. Era impressionante para mim ver um cara brasileiro fazer um som pesado com a qualidade que ele fazia. Ouvir clássicos da música pesada hoje como "Carry On", "Nothing to Say" ou "Living for the Night" pode não parecer grande coisa para quem é mais novo, mas nos anos 90, impressionava a gente! "Carry On", por causa do alcance vocal praticamente inatingível de Matos, e toda sua determinação e talento, acabou virando um desafio a nível internacional, porque nenhum vocalista de metal, mesmo os melhores que haviam, conseguiam chegar no alcance vocal necessário para se cantar a música!! Para vocês terem uma ideia, Andre fez teste para ser o novo vocalista da conhecida banda inglesa IRON MAIDEN, e passou no teste!! Só não entrou, porque a banda preferiu dar a vaga para alguém que fosse inglês, e com isso tivemos Blaze Bailey no Maiden de 95 a 98 com aquela sua vozinha apagada, antes do retorno de Bruce Dickinson em 2000.

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Gozado que eu tinha em 98, a mesma idade que o Andre Matos quando ele compôs a balada "Moonlight" no Viper, 18 anos, Matos tinha 18 anos em 89 quando lançou a música, e eu ouvia aquilo e ficava maravilhado. Lembro que eu era extremamente tímido e retraído para cantar, ficar na frente de um palco, de uma audiência, ou qualquer coisa assim, mas a vontade de fazer aquilo que ele fazia com a voz era mais forte para mim. Eu já conhecia Whitesnake, Queen, Dio e já me identificava com aquele som, mas saber que o Matos era um brasileiro fazendo aquilo tudo, me dava forças e encorajamento para perder a vergonha e querer fazer também.

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Depois que ele e mais três membros sairam do Angra, ele formou o Shaman com eles, e gravou três discos sensacionais chamados Ritual, o ao vivo RituAlive, e Reason, isso de 2002 a 2005. Eu e meu irmão, que também chama Andre, éramos fãs, e em 2005 ele veio até mim dizendo "vamos ver o Shaman?", e a gente teve a chance de ver o Shaman tocar aqui em Ribeirão Preto, e fomos lá assistir a banda ao vivo. Foi um dos shows mais memoráveis que eu já fui na vida, cantamos cada uma das músicas, vimos ao vivo o carisma de Andre e ele simplesmente nos maravilhou aquela noite inteira. Para se ter uma ideia da força do cara, eu e meu irmão ainda fomos ver o Shaman aqui em Ribeirão em uma outra oportunidade, era 2008, já sem o Andre e com outra formação 75% diferente, e não foi a mesma coisa. O vocalista na época, Thiago Bianchi, até que tentava, mas não era o Andre.

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Depois de ter pulado de banda em banda, Andre começou uma carreira solo, e gravou, de 2007 a 2012, três discos, Time to Be Free, Mentalize e The Turn of the Lights, seu último trabalho de estúdio.

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Após o retorno ao Viper em 2015, ele juntou-se com os irmãos Mariutti e Ricardo Confessori ano passado para trazer de volta o Shaman. Só que parece que não vai mais acontecer. Sem Matos, não é a formação original. Eu não vou esconder que estava ansioso para ver o retorno dos quatro em palco, e talvez eles até possam tentar juntar a banda com um vocalista diferente, mas sem a voz sensacional do Matos regendo a todos, creio que nem adianta tentar fazer nada.

Hoje nos despedimos de um enorme talento. Um cara que assistia as bandas de heavy metal inglesas e se perguntava "por que não podemos ter isso aqui no Brasil também?" Ele se questionou, foi, fez, marcou época, marcou história, marcou a vida de todos nós. Andre Matos foi um desbravador. Foi ele que abriu espaço e deu inspiração para que depois, muitas outras bandas de metal brasileiras surgissem, como o Wizards, o Symbols, o Akashic, o próprio Dr. Sin, e tantas outras! Foi ele também que ousou em fazer uma carreira internacional, numa época em que grande parte dos artistas brasileiros sequer sonhava que isso era possível. Andre acabou fazendo participações em projetos internacionais que reunia artistas de vários países diferentes, como o Avantasia e o Virgo, por exemplo.

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Infelizmente, quis o destino que, por conta de um ataque cardíaco, hoje ele fosse levado deste nosso mundo. Mas a sua importância para os brasileiros e para o movimento mundial do heavy metal será sempre lembrada, e sua ausência, sentida por todos. Me dou por feliz que tive uma única oportunidade na vida de vê-lo ao vivo, e sempre vou me recordar desta ocasião e de seu legado. Obrigado, Andre Matos! Você sempre será um grande orgulho para o nosso país!

Fiquem com este vídeo maravilhoso dele em performance da música "Fairy Tale", ao vivo em São Paulo.

Assistir vídeo no YouTube

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Sobre Ricardo Pagliaro Thomaz

Roqueiro e apreciador da boa música desde os 9 anos de idade, quando mamãe me dizia para "parar de miar que nem gato" quando tentava cantarolar "Sweet Child O'Mine" ou "Paradise City". Primeiro disco de rock que ganhei: RPM - Rádio Pirata ao Vivo, e por mais que isso possa soar galhofa hoje em dia, escolhi o disco justamente por causa da caveira da capa e sim, hoje me envergonho disso! Sou também grande apreciador do hardão dos anos 70 e de rock progressivo, com algumas incursões na música pop de qualidade. Também aprecio o bom metal, embora minhas raízes roqueiras sejam mais calcadas no blues. Considero Freddie Mercury o cantor supremo que habita o cosmos do universo e não acredito que há a mínima possibilidade de alguém superá-lo um dia, pelo menos até o dia em que o Planeta Terra derreter e virar uma massa cinzenta sem vida.
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