Bruce Springsteen: filme é uma declaração de amor à música de The Boss
Por Ricardo Seelig
Fonte: Collectors Room
Postado em 01 de outubro de 2019
Baseado na autobiografia do jornalista inglês Sarfraz Manzoor, A Música da Minha Vida é uma ode à obra de Bruce Springsteen. Sarfraz, filho de um imigrante paquistanês na Inglaterra da década de 1980, encontra na música de Springsteen aquilo que a sua família não consegue lhe entregar, torna-se um fã inveterado do norte-americano e usa suas letras como modo de ver a vida e superar os problemas que encontra pelo caminho.
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A imigração, hoje uma das maiores questões mundiais, é tratada sem maiores pudores no filme. A família "paqui" (termo depreciativo utilizado pelos ingleses para ofender os paquistaneses) de Manzoor convive com o preconceito e a xenofobia diariamente. Seu pai adota a postura defensiva, do não confrontamento, o que contrasta com o jovem protagonista, que como todo adolescente quer fazer parte da turma e consumir o que os seus amigos consumem. Essa luta entra a tradição asiática e a modernidade ocidental divide pai e filho e é o grande condutor dramático da obra.
Sarfraz descobre a música de Bruce Springsteen através de um amigo e encontra nas letras do Boss a definição e as explicações para os anseios e medos que está experimentando. Bruce é um dos maiores artistas do rock e um dos grandes letristas da música, e o que é mostrado em A Música da Minha Vida comprova o apelo universal de sua obra. O norte-americano superou há muitos anos os limites de seu país natal e hoje fala com todo o planeta. Aqui no Brasil, muito da força de suas canções se perde para quem não procura entender as letras que ele canta, mas o filme faz esse favor ao expor todo o conteúdo emocional e a veracidade crua dos poemas de Springsteen.
Ambientado na Inglaterra de Margaret Thatcher, assombrada pelo desemprego e com os ingleses tendo que dividir as poucas vagas de trabalho com os imigrantes paquistaneses, o filme mostra também a ascensão dos grupos de extrema direita nacionalistas britânicos, exemplificados na figura dos skinheads, e acaba gerando uma de suas cenas mais fortes ao mostrar as ações dessas facções contra os "paquis".
Mas o filme é, de modo geral, leve e inspirador. A direção de Gurinder Chadha é precisa, o roteiro escrito pelo próprio Sarfraz é direto ao ponto e a atuação de Viveik Kalra no papel principal é bastante consistente. Como curiosidade, vale mencionar a participação de Dean-Charles Chapman, que interpretou o jovem rei Tommem em Game of Thrones, no papal do melhor amigo do personagem principal.
Sarfraz Manzoor se tornou um jornalista, apresentador e documentarista respeitado no Reino Unido, com um duradouro trabalho no The Guardian e na BBC. E essa carreira deve muito à força que ele encontrou nas músicas de Bruce Springsteen. Com uma história positiva e uma trilha sonora impecável, A Música da Minha Vida, apesar do título brega escolhido para o mercado brasileiro, é um filme recomendadíssimo para quem ama a música e essencial para quem é fã de Springsteen.
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