Wolf Among Us: Duo foge dos clichês do rock em busca da alquimia perfeita em novo EP
Por Sylvia Sussekind
Fonte: Collapse Agency
Postado em 18 de novembro de 2019
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O duo formado por Robin Wolf (Baixo e vocais) e Alexandre Cruz (Bateria), lançou recentemente pela Abraxas Records no streaming e em K7 pela Dinamite Records, o EP "Soul Shard", material no qual o stoner rock é o ponto de partida, mas que explora alternativas diversificadas usando bases que vão do grunge ao psicodélico, e algumas vezes até se encontram com a música pop.
O trabalho traz como tema central conflitos existenciais, onde cada música representa um questionamento comportamental da sociedade moderna. Além do conhecimento tácito, o registro também se inspira em séries televisivas como Rick Morty e Black Mirror, trazendo conceitos niilistas e existencialistas nas músicas, que parecem sempre cair na dualidade entre procurar significado ou aceitar todo ou qualquer destino por entender que nada tem propósito, se entregando aos prazeres carnais.
Com seis músicas, entre elas uma intro, o registro foi produzido pela própria banda. Cada música passou por um processo totalmente diferente de gravação e/ou mixagem, envolvendo vários profissionais e cinco estúdios.
Batemos um papo com Robin, vocal e guitarra da banda, afim de conhecer melhor o universo que forma seu som, como lidam com público e mercado, e sobre planos futuros.
O Wolf Among Us definitivamente segue em seu melhor momento desde o surgimento do duo, com o lançamento do novo EP "Soul Shard". Como vocês estão encarando esse feedback tão positivo por meio do público e mídia especializada?
R: Olha, estamos muito felizes e de certa forma até surpreendidos um pouco. A quantidade de pessoas compartilhando nosso EP no dia de seu lançamento foi algo que não esperávamos. Estamos com aquela sensação de que as coisas estão acontecendo.
Como que essa aproximação com público mudou a visão de vocês sobre se posicionar no mercado e encarar a música de uma forma profissional?
R: Começamos a compreender a forma como o nosso publico se comunica e agora parece que falamos a mesma língua. Esta aproximação nos dá uma boa visão do que eles esperam da banda e assim como devemos agir.
O duo lançou material via os selos ABRAXAS e Dinamite Records. Como está sendo essa parceria? Podemos esperar um full album para 2020?
R: Está sendo maravilhosa. Sempre acompanhamos o trabalho dos Selos, confiando cegamente nas bandas que estavam no "casting". Creio que esta credibilidade que um selo sério passa ajuda os artistas, e muito, na obtenção de publico e nas negociações de datas. Só temos a agradecer os selos pela confiança em nosso trabalho. O full álbum é certeza, por sinal já estamos com bastante coisa adiantada... quem sabe não role um single deste novo trabalho até o final do ano.
Nesse material lançado vocês vão do stoner rock tradicional ao encontro do rock alternativo, pegadas de grunge, psicodelia e até pitadas de pop rock. Como se deu a inclusão de tantos elementos e gêneros, dentro da vertente proposta pelo Wolf Among Us?
R: A ideia sempre foi tentar criar um som que fosse à assinatura da Wolf Among Us, sem se prender aos clichês do estilo. Estas "misturas" aconteceram de forma natural no processo de descobrimento e amadurecimento da banda. Usando a nossa bagagem de vida conseguimos achar um resultado que fluiu para esta alquimia. Creio que todo este material lançado serviu como um primeiro alicerce do que será a Wolf Among Us daqui para frente
É nítida a entrega do duo nesse EP e a energia que as composições emanam. Como foi o clima das gravações das músicas? E como vocês como artistas, mantiveram esse clima de entrega por todo o processo de gravação?
R: O clima sempre foi bem tranquilo, mesmo algumas coisas terem de ser feitas na correria, para nos adequar aos prazos, conseguimos manter o controle na medida do possível. Nós mesmos pré-produzimos as músicas, e treinamos muito antes de gravar para valer. Isto particularmente ajuda muito a manter a qualidade e a dinâmica, pois quando chegamos no estúdio já estamos com aquilo correndo dentro de nossas veias.
Como está a tour pelo Brasil?
R: Começou muito bem, todos os shows foram além das expectativas e tivemos muito contato com o publico. Nas próximas semanas iremos à Minas Gerias para datas em Belo Horizonte e Alfenas. Já para Dezembro ficaremos mais de uma semana fazendo Santa Catarina e Parana. Já estamos bem ansiosos, pois cremos que o melhor ainda esta por vir.
Qual seria o recado do Wolf Among Us para bandas que querem investir em um som fora do padrão, afim de romper as barreiras do rock tradicional?
R: Não tentem soar como as bandas clássicas. Tentem descobrir algo que os fazem diferentes e trabalhem em cima desta diferença. Depois criem material constantemente e por fim saiam da zona de conforto. Hoje em dia as bandas tem de se mexer para achar seu espaço, não adianta ficar esperando dos outros, pois nada vai acontecer. Descubra qual é seu publico e como eles se comunicam, façam parcerias com outras bandas e criem seu espaço.
Ouça aqui "Soul Shard'':
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