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Rotting Christ: Histórias remotas por trás das melodias

Por Michel Sales
Postado em 25 de abril de 2020

Situar conceitos históricos por meio da música é uma das maneiras mais instigantes de apreciação. E são diversas as bandas de Heavy Metal que replicam fatos importantes do passado intercalando com a contemporaneidade.

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O RottingChrist, por exemplo, é um grupo singular no Black Metal que sem hesitação resvala, mexe e destrincha o legado remoto e milenar de sua Grécia, estimando a arte, a língua, as batalhas, a poesia, a política, a religião e as conquistas. O sexto álbum da banda, o simplório ‘Khornos’ (2000) referiu o Rotting Christ buscando uma nova identidade, onde praticaram uma sonoridade mais Heavy/Thrash sob a produção de Sakis Tolis e Peter Tagtgren no Abyss Studios, na Suécia.

O álbum é interessantíssimo na discografia da banda e facilmente está entre os melhores, embora não agregue nada novo no cenário Metal, mas o que chama atenção nesta saga musical é sua mensagem sobre o ‘Tempo’, referindo a mitologia dos titãs, filhos de Urano (o céu estrelado) e Gaia (a Terra), filhos mais velhos de Oceano e Tétis.

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Khronos foi o rei dos titãs, possuidor de um caráter destrutivo, sempre regendo e devorando o destino de todos. Casado com sua irmã Reia, Khronos devorou a maioria de seus filhos: Héstia, Deméter, Hera, Hades e Poseidon, exceto Zeus, que o derrotou e o acorrentou no Tártaro com os demais titãs, mas logo Khronos seria perdoado e governaria os Campos Elísios, lugar dos mortos bem-aventurados.

Já em 2002, o Rotting Christ lançou seu sétimo disco, o gótico ‘Genesis’. Um álbum fascinante, embora tenha demonstrado uma sonoridade um tanto perdida em sua essência mais ríspida no Black Metal. Genesis ao menos propôs reorganizar as ideias do Rotting Christ numa demonstração de suas origens, nascimento.

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O disco foi produzido por Andy Classen, no Stage-One-Studio, na Alemanha. No mais, Genesis é muito bom e embora não seja conceitual, o álbum remeteu ao sagrado, acentuando o primeiro livro da Bíblia Cristã, história que antecede o Êxodo, livro que faz parte do Pentateuco. No contexto bíblico, Genesis configura o bem e o mal, narrando a criação do mundo e da humanidade.

Em 2004, o Rotting Christ lançou seu oitavo álbum, ‘Sanctus Diavolos’, um disco promissor, onde o quarteto deslanchou sua sonoridade Black Metal de outros tempos. Porém, o álbum não rendeu entusiasmo tanto quanto ‘Theogonia’ (2007), nono disco dos caras, onde eles introduziram muita criatividade, personificando a identidade do Rotting Christ de um jeito mais tribal, épico, melodioso e obscuro, fatores que se tornaram preponderantes em seu som, desde então, inclusive referindo novas linguagens.

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Theogonia, não é um disco totalmente conceitual, mas a banda apostou novamente em uma simbologia cativante, a Genealogia dos Deuses Gregos, baseada em um poema mitológico de 1022, por Hesíodo, no século VIII a.C. A narrativa origina os heróis divinos representando fenômenos ou aspectos da natureza humana e a constituição do universo, onde na gênese ocorre o caos, a escuridão, o amor, o dia, a noite, o céu e a água.

Então, chegamos em 2010, quando o Rotting Christ lançou ‘Aealo’, 10º disco da banda e que também caracterizou toda a atmosfera criativa originária em Theogonia. Porém, Aealo está um degrau acima. O vocalista Sakis Tolis afirmou que o significado de Aealo é surra, catástrofe ou destruição, fatores refletidos no disco.

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A capa de Aealo é sensacional e referiu a face apodrecida do rei e general espartano Leónidas I (491 a.C.), que defendeu o desfiladeiro das Termópilas com aproximadamente 7.000 homens, sendo que apenas 300 eram espartanos. Eles conseguiram repelir alguns ataques, mas Xerxes I, rei da Pérsia, foi auxiliado por Efialtes, um pastor local que conduziu Xerxes por um contorno e pôde cercar Leónidas e seu exército que resistiu até a morte.

Já o ano de 2013 pariu o 11º álbum do Rotting Christ, ‘ and #922; and #945; and #964; and #940; and #964; and #959; and #957; and #948; and #945; and #943; and #956; and #959; and #957; and #945; and #949; and #945; and #965; and #964; and #959; and #973;’, subtendido como ‘Faça o que quiser’, uma citação associada a Aleister Crowley e a seita Thelema, segundo Sakis Tolis. Curiosamente, a mesma frase pode ser conferida em grego na lápide de Jim Morrison. Kata Ton Daimona Eaytoy mergulhou na mitologia inca, maia, persa, eslava, babilônica e grega, ou seja, Sakis remontou uma jornada de conhecimentos sobre as civilizações antigas, referindo a linguagem e o ocultismo do passado.

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O disco possui uma masterização reconstrutiva e revigoradora para as novas facetas incorporadas ao Black Metal da banda, referidas pelo produtor sueco Jens Bogren que assumiu as rédeas do grupo e levou a sonoridade do quarteto ao clímax do extremo, desde então. Particularmente, considero o melhor disco da banda, mas não o ápice do Rotting Christ.

Agora, o ano é 2016, quando o Rotting Christ lançou o fantástico ‘Rituals’, 12º petardo dos gregos, álbum que logo obteve repercussão notória no mundo, estreando no número 14 nas paradas da Billboard Heatseekers e na posição 10 da IFPI da Grécia. Rituals até soa como um disco conceitual, remetendo orações pagãs, ocultismo e citações de referências consagradas como William Blake e Charles Baudelaire. O álbum também contou com várias participações, dentre eles, Michael ‘Vorph’ Locher (Samael) e Nick Holmes (Paradise Lost, Bloodbath).

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Cruel, bestial, profano, catedrático, religioso e apocalíptico, estes adjetivos fortes referem demasiadamente a qualidade do ‘The Heretics’ (2019), 13º petardo do Rotting Christ, um disco que flertou experiências diversas de Sakis Tolis, sobretudo, com suas ideias apontando o dedo médio para as crendices humanas, as conspirações e reverência ao fogo. No mais, The Heretics é um tributo a filosofia fúnebre dos hereges Edgar Allan Poe, Voltaire, Friedrich Nietzsche, Thomas Paine e Martin Twain.

Até o momento, considero The Heretics o ápice da carreira do Rotting Christ, um álbum atmosférico, agressivo e ao mesmo tempo melódico, recheado de cantos gregorianos e solos de guitarra memoráveis que energizaram o projeto. No mais, que venham mais discos como estes e vida eterna ao ‘Cristo Apodrecido’.

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Sobre Michel Sales

Michel é apreciador de Música, Literatura, Pintura, Cinema e Quadrinhos, também é graduado em Jornalismo pela UFRR e Educação Física pela UERR.
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