Roger Waters: assista à participação do músico na live do Dia dos Trabalhadores
Por Igor Miranda
Postado em 02 de maio de 2020
As principais centrais sindicais brasileiras, como a CUT, CSB CGTB, CTB, Força Sindical, Intersindical, NCST, Pública Central do Servidor e UGT, promoveram, nesta sexta-feira (1°), Dia do Trabalho / Dia dos Trabalhadores no país, uma live que reuniu diversas personalidades. Além de nomes como os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, o ex-ministro Ciro Gomes e o ministro do STF Dias Toffoli, a transmissão teve a participação de Roger Waters, ex-vocalista e baixista do Pink Floyd.
Waters fez sua participação com um vídeo pré-gravado em que canta a música 'We Shall Overcome'. A canção tradicional americana é como uma espécie de hino da luta pelos direitos civis.
"Estou muito feliz de estar aqui com vocês hoje. Sei que isso é uma grande celebração do movimento dos trabalhadores no Brasil e meu coração está com vocês. De qualquer forma, esses são tempos conturbados, então fiquem em segurança. Vou tentar cantar essa canção para Cláudia e todos no Brasil", disse Roger, antes de iniciar sua performance.
Após cantar a música, Roger Waters voltou a citar Cláudia, sem especificar quem seria. "Cláudia, isso é o mais perto que eu consigo chegar. De qualquer forma, eu me sinto muito emocionado e estou muito feliz de estar com vocês. Temos que continuar a luta, devemos salvar esse planeta e só nós podemos fazer isso. Os sindicatos, a classe trabalhadora, as pessoas comuns vão salvar o planeta deles, então vamos nessa", concluiu.
Assista à performance e os recados de Roger Waters, separados, no vídeo abaixo:
Outros artistas também enviaram vídeos cantando e saudando o público. Entre eles, estão Odair José, Chico César, Zélia Duncan, Fernanda Takai (Pato Fu), Chico Buarque e Otto, entre outros.
Assista à live na íntegra no canal da TVT no YouTube:
O envolvimento de Roger Waters com questões políticas existe desde os tempos de Pink Floyd, com letras que mostram seu posicionamento. Com o passar dos anos, ele se relacionou mais diretamente com algumas causas, especialmente ligadas à esquerda política, como o boicote ao estado de Israel devido à questão da Palestina e críticas a políticos como Donald Trump e Jair Bolsonaro, presidentes dos Estados Unidos e Brasil, respectivamente.
Em turnê pelo Brasil, em 2018, Waters gerou polêmica logo no primeiro show em São Paulo, ao expor a hashtag "#EleNão" em seu telão e incluiu o nome de Bolsonaro, então candidato à presidência, em uma lista de políticos "neofascistas". Parte da plateia vaiou Waters, que substituiu o nome de Bolsonaro por "ponto de vista censurado" nas apresentações seguintes.
Na ocasião, o ex-Pink Floyd concedeu uma entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo" e falou sobre Bolsonaro. "O chefe da minha equipe de segurança no Brasil conversa comigo e ele acredita que Bolsonaro é uma coisa nova na política e é incorruptível. Pergunto se ele está debochando de mim. Bolsonaro está na política brasileira há 30 anos e é totalmente corrupto! E é louco. Vingativo e insano", disse, na época.
Em 2019, ao site Brooklyn Vegan, Roger Waters reforçou as críticas. "No exterior, ameaçaram me jogar na prisão no Brasil porque eu estava me intrometendo nas eleições deles, ao me juntar ao movimento #EleNão - que fracassou. Você sabe que Bolsonaro, o fascista Bolsonaro, foi eleito apesar da resistência a ele. Quis visitar Lula quando fomos ao sul, onde ele está preso, e o juiz local me negou essa possibilidade. Era um momento muito sensível, próximo das eleições", disse.
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