Rob Halford explica por que saiu da banda e o que aprendeu fora do Judas Priest
Por Igor Miranda
Fonte: Rolling Stone
Postado em 17 de junho de 2020
O universo do heavy metal foi surpreendido em 1992 quando o vocalista Rob Halford anunciou que estava deixando o Judas Priest. Halford, na verdade, anunciou que sairia da banda em 1991, mas tinha compromissos contratuais até maio de 1992, então, ficou até concluir tudo.
A saída de Rob Halford ocorreu em um período onde o Judas Priest começava a reconquistar certa confiança no meio do metal. Depois do contestado álbum "Turbo" (1986), com sua aproximação ao hard rock, e o não tão comentado "Ram It Down" (1988), o grupo divulgou o disco "Painkiller" (1990), que trouxe uma sonoridade renovada e bem pesada, indicando um bom momento.
Por isso, o desligamento de Rob deixou muita gente surpresa. Todavia, em entrevista recente à Rolling Stone, o cantor explicou que dissociar-se da banda foi um resultado natural de suas inquietações enquanto artista. Em uma década fora, ele trabalhou com as bandas Fight e 2wo, além do grupo solo Halford.
"Eu diria que minha saída aconteceu pelo mesmo motivo de vários amigos meus que também são vocalistas e entraram na mesma jornada de autodescoberta. Acho que foi importante, para mim, fazer isso. É como a música: 'você não sabe o que tem até que acaba' ('you don't know what you've got till it's gone')", afirmou.
O período fora do Judas Priest mostrou, inclusive, a importância que a banda tinha para Rob Halford. "Internamente, por mais difícil que tenha sido me afastar da banda pela qual eu vivia em prol, essa situação colocou algumas coisas em perspectiva e me fizeram voltar ao lugar onde eu senti que deveria estar. Era naquela banda que eu precisava estar. É a banda que significa tudo para mim", disse.
Isso não quer dizer que o período fora do Priest não tenha sido proveitoso em termos artísticos. O cantor comentou quais foram os principais aprendizados com o Fight e o 2wo, especificamente, que transitavam por estilos como o thrash metal, o groove metal e o industrial.
"Eu tinha um senso de autodeterminação e desejo de me expressar naqueles estilos musicais, fazendo aquilo acontecer. Não tinha ideia de como aquelas bandas iria funcionar, se iriam se conectar, mas aconteceu. Eu me cerquei de músicos que pensavam parecido. Mesmo que eu tenha tomado as rédeas, não poderia fazer nada sozinho. Isso me ajudou a descobrir várias coisas", afirmou.
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