Sammy Hagar: primeiro show com The Circle desde início da pandemia é cancelado
Por Igor Miranda
Postado em 15 de agosto de 2020
O show que Sammy Hagar e The Circle fariam no próximo dia 18 de setembro, em um evento beneficente promovido pelo Rock and Roll Hall of Fame, em Cleveland, Estados Unidos, foi cancelado. As restrições locais em meio ao avanço do coronavírus ficaram mais rígidas, o que impede a realização da performance.
Atrações como Ohio Weather Band, Brother Trouble e Ira Dean, além de personalidades do esporte como Jim McMahon e Bret Saberhagen, também faziam parte da programação do evento. Toda a renda obtida com o show seria destinada ao hospital infantil Akron e seus esforços contra o câncer, o MusiCares com sua campanha em prol dos músicos e profissionais de turnês afetados pela pandemia e bancos de comida locais.
O último show de Sammy Hagar e The Circle aconteceu em 7 de fevereiro, nos Estados Unidos. O quarteto, que também traz Michael Anthony no baixo, Jason Bonham na bateria e Vic Johnson na guitarra, viria ao Brasil em março, na semana em que a pandemia foi anunciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para shows em Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo. As datas foram canceladas e Hagar prometeu que voltaria.
Sammy Hagar disse que faria shows antes de vacina
No último mês de maio, Sammy Hagar gerou polêmica ao dizer que voltaria a fazer shows antes de ser produzida uma vacina contra a Covid-19. O cantor faz parte do grupo de risco da doença, por ter 72 anos de idade.
"Se as coisas se acalmarem e parecer tudo ok, não ligaria em tocar em anfiteatros ao ar livre. Já falei com produtores e poderes que cuidam desses espaços. Falei: 'E se colocarmos esterilização por todo o espaço? Desinfetantes para as mãos também. E distribuir máscaras faciais. É para quando tudo voltar a funcionar novamente. Em uma grande área ao ar livre, venderíamos apenas 10 mil ingressos de 19 mil. Deve acontecer quando não estiver mais em crescimento de casos. Quando estiver caindo e as coisas estiverem indo embora", afirmou, na ocasião, em entrevista à Rolling Stone.
Em junho, o site da revista divulgou mais um trecho da entrevista onde Sammy Hagar reforçou que voltaria a fazer shows mesmo antes de se ter uma vacina. "Farei uma declaração radical. É difícil dizer isso sem incitar alguém, mas eu pessoalmente prefiro adoecer e até morrer, se for necessário. Precisamos salvar o mundo e nosso país dessa coisa econômica que vai matar mais pessoas em longo prazo", afirmou, sem citar qualquer projeção ou estudo que confirme essa hipótese.
Ele completou: "Prefiro ver todo mundo voltando ao trabalho. Se alguns de nós tiverem que se sacrificar por isso ok. Morro para que meus filhos e netos tenham uma vida próxima da que eu tive nesse país maravilhoso. É como me sinto com relação a isso. Não vou sair por aí espalhando a doença, mas pode haver um momento em que tenhamos que fazer sacrifícios. Quer dizer... quantas pessoas morrem na Terra todos os dias? Não tenho ideia. Lamento em dizer isso, mas todos vamos morrer, cara".
As declarações repercutiram mal e Sammy Hagar fez uma publicação em suas redes sociais para tentar contextualizar. "A Rolling Stone publicou uma compilação de suas entrevistas de quarentena. Dei uma entrevista a eles há um mês e meio e as coisas mudam rapidamente, então, quero esclarecer e contextualizar. A entrevista foi dada em 8 de maio, quando já estávamos em casa há várias semanas, algo que minha família e eu levamos muito a sério, e as coisas estavam começando a melhorar, a curva começando a se achatar", disse, inicialmente.
O cantor explicou que, diante disso, foi perguntado se ele ficaria confortável em fazer um show antes de ter uma vacina disponível. "Eu fiquei cautelosamente otimista e disse: 'sim, não tão cedo, quero ter certeza de que não está aumentando - quando estiver caindo e parecendo que vai acabar'. Em termos gerais, trata-se de voltar a trabalhar de uma forma segura e responsável, fazendo a economia girar novamente", afirmou.
Hagar destacou que busca fazer a parte dele, já que emprega 200 pessoas diretamente, além de outras de forma indireta nas turnês. "Como tudo hoje, é uma questão de parar e ver o que vai acontecer nos próximos meses. Porém, nos mantemos cautelosamente otimistas que, com as melhorias e as medidas de segurança corretas, poderemos fazer shows neste ano. Dito isso, à medida em que as coisas mudarem, para melhor ou pior, vamos ajustar nossos planos adequadamente", concluiu.
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