Quando Judas Priest negou música a Top Gun e apostaram em filme que fracassou
Por Igor Miranda
Postado em 25 de fevereiro de 2021
Um trecho da biografia "Heavy Duty: Minha Vida no Judas Priest", do guitarrista K.K. Downing, revela dois verdadeiros vacilos do Judas Priest no que diz respeito ao campo cinematográfico. O livro acaba de ser lançado no Brasil pela editora Estética Torta.
Na passagem da obra, Downing conta que o Priest recusou o convite para inserir uma das músicas do álbum "Turbo", de 1986, no filme "Top Gun", que se tornou um dos maiores clássicos da história do cinema. Pouco tempo depois, eles toparam regravar a clássica "Johnny B. Goode", original de Chuck Berry, para o longa "Johnny Be Good" - que foi um fiasco em bilheteria.
Top Gun
A proposta relacionada a "Top Gun" foi intermediada pelo empresário do Judas Priest na época, Bill Curbishley. "Aparentemente, a Sony tinha sido abordada pelos responsáveis pela trilha sonora de um filme chamado 'Top Gun', com lançamento previsto pra 1986", relata o ex-guitarrista da banda.
Mais especificamente, os executivos desejavam usar a música "Reckless" na trilha sonora. Porém, os membros do Judas não aprovaram, pois não curtiram a temática do longa-metragem e não queriam retirar a canção da tracklist de "Turbo" - ela estava posicionada estrategicamente como a última do disco, para oferecer um "final apoteótico".
"Pesquisamos as informações que estavam disponíveis sobre o longa. Parecia ser um misto de romance com drama militar. 'Sei lá', disse uma pessoa cuja identidade permanecerá em sigilo. 'Soa como um fracasso para mim'", afirma K.K. Downing.
No fim das contas, a decisão foi tida como um equívoco, já que, nas palavras de K.K., "Top Gun" se tornou "o filme de maior bilheteria do ano e um dos filmes mais populares de todos os tempos, com uma trilha sonora inesquecível". De fato: na época, o longa teve arrecadação de US$ 356 milhões em bilheteria, muito mais que os US$ 15 milhões de investimento.
Johnny Be Good
Algum tempo depois, veio outra proposta, também por Bill Curbishley: regravar "Johnny B. Goode" para um filme chamado "Johnny Be Good". "Ficamos meio com o pé atrás. Considerando o sucesso de 'Top Gun', percebemos que provavelmente tínhamos errado ao não ceder 'Reckless' para os produtores daquele longa, mas é normal ficar receoso de apostar no cavalo errado, por assim dizer", contou Downing.
No fim das contas, a banda aceitou produzir a versão. Nesse caso, não afetaria a tracklist do álbum em que ela entraria, "Ram It Down" (1988), já que a produção do filme não exigiu prioridade no uso da canção.
Porém, nas palavras do guitarrista, os músicos apostaram "no cavalo errado". "Não apenas o filme foi um grande fracasso de bilheteria, como também a música, pelo menos na minha opinião, simplesmente não se encaixava no álbum. Por mais que tenhamos feito uma versão cheia de energia, com a marca do Judas Priest, por uma perspectiva estilística e sonora eu via essa faixa como uma enorme pedra no sapato. Até diria que, apesar de ter sido lançada como single principal, ela desvalorizou o 'Ram It Down' consideravelmente", concluiu.
Essa e outras histórias são contadas com detalhes em "Heavy Duty: Minha Vida no Judas Priest", lançamento da Estética Torta já em estoque em sua loja virtual. Na compra do livro, disponibilizado em capa dura e tiragem limitada por R$ 99,90, também é enviado um bookplate autografado por K.K. Downing.
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