Black Sabbath: "Vocês não podem ter esse anão do Dio na banda", dizia Don Arden
Por Igor Miranda
Postado em 08 de fevereiro de 2021
Ronnie James Dio já era um respeitado vocalista quando se juntou ao Black Sabbath, em 1979, na vaga deixada por Ozzy Osborune. Nem isso foi capaz de convencer o empresário Don Arden, que questionou as habilidades do recém-saído cantor do Rainbow.
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A revelação foi feita pelo guitarrista Tony Iommi, que, entrevista ao Loudwire, detalhou os estágios iniciais da parceria com o saudoso Dio, que nos deixou em 2010. O músico revelou que Don Arden acabou sendo dispensado do gerenciamento do Sabbath por não acreditar no novo direcionamento, agora com Ronnie no microfone principal.
Inicialmente, Iommi revelou que ouviu Dio pela primeira vez no álbum de estreia do Rainbow, "Ritchie Blackmore's Rainbow", lançado em 1975. "Achei que aquilo era muito bom e que Ronnie tinha uma grande voz", disse.
Em seguida, o guitarrista contou que sugeriu o nome do novo cantor após ter problemas com o anterior, Ozzy Osbourne. "Antes de Ronnie se juntar a nós, eu estava desanimado. Estava frustrado e queria trabalhar. Conheci Ronnie em uma festa e falamos sobre termos um projeto juntos. Eu estava prestes a fazer algo com ele, daí quando Ozzy saiu, falei para os outros caras: 'por que não tentamos Ronnie?'. Ele veio para um ensaio e funcionou", afirmou.
De acordo com Tony, algumas barreiras surgiram assim que o nome de Ronnie foi cogitado para o Black Sabbath. Além da origem do cantor - que era americano, enquanto a banda era britânica -, havia a forte imagem construída pelo grupo ao lado de Ozzy Osbourne. Até mesmo a altura do artista foi questionada. E justo por Don Arden, que era o empresário deles na época.
"Tínhamos muitas barreiras para superar com Ronnie. Todos conheciam Ozzy e nós nunca havíamos trabalhado com outro vocalista, então trazer outra pessoa era um grande desafio. Esperar que os fãs aceitassem Ronnie era uma grande barreira. Don Arden, que era nosso empresário, era contra Ronnie. Ele disse: 'vocês não podem ter esse anão cantando no Black Sabbath'. Eu falei: 'ele tem uma grande voz, está funcionando'. Foi por isso que rompemos com Don", contou.
Black Sabbath sem Geezer Butler
Nem todos sabem, mas pouco tempo após a entrada de Ronnie James Dio, o Black Sabbath sofreu outra baixa: o baixista Geezer Butler, que estava com problemas pessoais causados especialmente por seu recente divórcio, deixou a formação. O substituto seria Geoff Nicholls, que chegou a ensaiar com a banda assumindo o instrumento de quatro cordas.
Butler acabou retornando pouco tempo depois, para as gravações do álbum "Heaven and Hell" (1980), e Nicholls foi mantido como tecladista. Porém, Tony Iommi não considerou encerrar as atividades do Black Sabbath nem mesmo com as perdas de Ozzy e Geezer.
"Apenas seguimos com o Sabbath. Bill Ward (baterista) e eu sabíamos que queríamos seguir em frente. Gostávamos do que fazíamos quando Ronnie entrou. Isso nos fez trabalhar mais, para nos provarmos novamente. Houve conversas para mudar o nome da banda, mas não lembro de muito desse período. Obviamente, mantivemos o nome (risos)", disse.
O guitarrista concluiu: "Foi difícil para Ronnie substituir outra pessoa e ser o frontman do Black Sabbath, especialmente considerando que Ozzy era um showman. Ronnie era um vocalista profissional, Ozzy era mais um artista".
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