Epica: saiba tudo o que rolou em "Omega Alive", a superproduzida livestream da banda
Por Igor Miranda
Postado em 13 de junho de 2021
O Epica realizou, na tarde deste sábado (11), sua livestream "Omega Alive", com transmissão online de um show inédito. Foi a primeira apresentação da banda desde janeiro de 2020 - pouco tempo depois, as atividades do mundo artístico seriam interrompidas pela pandemia de Covid-19.
O show "Omega Alive", que pode ser acessado mediante ingresso de US$ 20 (cerca de R$ 102 na cotação atual e desconsideradas eventuais taxas) até a próxima terça-feira (15), também marcou a primeira vez em que músicas do novo álbum do Epica, "Omega", foram tocadas ao vivo. O disco foi liberado em fevereiro deste ano.
A performance virtual foi previamente gravada, com exibição através de um hotsite próprio da banda, e teve direção por Jens de Vos, além de direção criativa do tecladista Coen Janssen. A formação do grupo conta com Simone Simons no vocal, Mark Jansen na guitarra e vocal, Isaac Delahaye na guitarra, Arlën van Weesenbeek na bateria e Rob van der Loo no baixo, além do já mencionado Janssen.
Antes do show do Epica em si, rolou uma pequena apresentação de abertura com a banda Off the Cross, que traz o próprio diretor Jens de Vos como guitarrista. O grupo de metalcore tocou apenas uma música: "The Goddess".
Cerca de 15 minutos depois, a "atração principal" chegou ao palco. A apresentação foi dividida em cinco atos, cada um com suas peculiaridades: Overtura, Magnituda, Elysia, Gravita e Alpha Omega.
Faixa a faixa
Uma vinheta introdutória, ao som de "Alpha - Anteludium", preparou o público antes da primeira música do repertório, "Abyss of Time - Countdown to Singularity". As faixas, que também abrem o álbum "Omega", soam como uma boa escolha para dar início às apresentações da vindoura turnê.
De cara, deu para notar que a produção do show foi bem caprichada, com ares grandiosos, que combinam com a própria banda. Praticamente um show de gravação de DVD. Quem esperava uma apresentação realmente ao vivo, talvez tenha se decepcionado, mas quem desejava um foco maior na performance, com qualidade audiovisual acima da média, certamente curtiu do início ao fim.
"The Skeleton Key" deu sequência ao repertório com um belo coral infantil, enquanto a pesada "Unchain Utopia" colocou o fogo em destaque: desde os segundos iniciais, com Simone segurando objetos com fogos, ao desenrolar da canção, que teve dançarinos utilizando acessórios em chamas e desempenhando números em que cospem labaredas. O visual chama atenção, mas a parte musical não fica de lado: a performance do sexteto está impecável aqui e em toda a livestream.
A partir de "The Obsessive Devotion", inicia-se a segunda parte do show, Magnituda, com músicas mais pesadas. Rolou troca de figurino e intensidade maior nos aspectos visuais da performance.
A própria "The Obsessive Devotion", por exemplo, adota um caráter teatral quando Simone Simons chega a "cair" da área superior do palco. Tudo planejado, evidentemente, para dramatizar a performance.
Em "In All Conscience", o reforço visual é mais direcionado à iluminação, que acompanha o tom da música. Um dos destaques do repertório veio em seguida: a pesada "Victims of Contingency", apresentando a banda de forma mais dinâmica, com seus integrantes percorrendo outras áreas do palco. No fim da canção, teve até uma espécie de chuva cenográfica, o que volta a evidenciar o capricho com a produção da performance.
A parte 3 do show, Elysia, conta com duas músicas, com o perdão do trocadilho, épicas: "Kingdom of Heaven", parte um, e "Kingdom of Heaven, Part 3 - The Antediluvian Universe". A primeira foi acompanhada de uma iluminação caprichada, especialmente na passagem acústica, enquanto a segunda teve acrobatas em cima de um lustre imenso e até mesmo um solo de Coen Janssen em um piano em chamas. "Tá pegando fogo, bicho", já diria Fausto Silva.
A quarta seção, Gravita, é a de andamento mais calmo e trouxe duas músicas em boas versões. A primeira foi "Rivers", destaque do novo álbum, que ganhou uma linda adaptação totalmente a capella - apenas Simone Simons na voz principal e um coral responsável pelo apoio. Sem instrumentos.
Depois, chega "Once Upon a Nightmare", que volta a elevar o patamar em termos de produção. A música foi precedida de uma introdução com guitarra e piano - e quando entra para valer, traz Simone isolada por um círculo de fogo no chão, rodeada por seus colegas de banda, posicionados também em formato circular.
Como era de se esperar, a última parte do show, Alpha Omega, reuniu músicas que funcionam em qualquer show - ainda que duas delas tenham sido tocadas ao vivo pela primeira vez. Uma delas é "Freedom - The Wolves Within", que promete ser figurinha carimbada nos repertórios da turnê, pois assegurou um dos melhores momentos da live.
[an error occurred while processing this directive]A clássica "Cry for the Moon", logo após, reservou um momento especial para os fãs. A primeira faixa lançada pela banda, há 20 anos, foi iniciada acompanhada de imagens de shows antigos, em busca de homenagear toda a trajetória da banda até aqui.
Em meio à canção, rola o primeiro - e único - contato de Simone Simons com o público. A vocalista relembrou que "Cry for the Moon" foi divulgada oficialmente há duas décadas e agradeceu aos fãs por acompanharem o Epica desde então. Enquanto isso, alguns integrantes percorreram a área em que estava a equipe técnica, mostrando o "outro lado" de uma livestream desse porte.
Próxima do fim, "Beyond the Matrix" funciona bem, como de costume, e abre alas para o encerramento com "Omega - Sovereign of the Sun Spheres", oriunda do novo álbum. A faixa tem potencial para se tornar um bom número de conclusão de shows e ganhou um caráter grandioso com toda a produção da live, pois os recursos visuais foram utilizados quase que ao mesmo tempo em seus momentos finais: bandeiras, coral, chamas, fogos de artifício. O único problema é que acabou meio "do nada", mas ninguém vai reclamar disso.
[an error occurred while processing this directive]Considerações gerais
Como apontado anteriormente, "Omega Alive" se assemelha bastante com um DVD megaproduzido. Não foi um show 100% ao vivo, já que havia passagens pré-gravadas e intervalos que permitiam troca de figurino. Em alguns momentos, é passada a impressão de que até mesmo a performance musical passou por retoques, já que tudo soou perfeito.
Isso, evidentemente, não deve ser considerado como um problema. Pelo contrário: esse método de gravação permitiu apostar em uma grande produção em termos visuais. Se o show fosse 100% ao vivo, não daria para fazer nem metade do que foi feito.
Em uma inevitável comparação com o Nightwish, outra banda do mesmo gênero que promoveu sua própria livestream há alguns dias, dá para dizer que o Epica representa um investimento mais garantido em termos de ingresso. Não só pela qualidade da performance no todo, como, também, pelo preço do ticket - pouco mais de R$ 100, descontadas eventuais taxas de conversão e conveniência.
Quem pretende assistir ao Epica nos palcos também ficou/ficará empolgado com a livestream, já que a promessa é de uma turnê grandiosa para promover "Omega". Obviamente, nem todos os recursos utilizados no show online devem estar presentes na apresentação física, mas tudo indica que a tour repetirá o capricho na produção de palco.
A livestream "Omega Alive" pode ser assistida no site EpicaStream.com até às 16h de terça-feira (15).
Repertório:
1. Abyss of Time – Countdown to Singularity
2. The Skeleton Key
3. Unchain Utopia
4. The Obsessive Devotion
5. In All Conscience
6. Victims of Contingency
7. Kingdom of Heaven
8. Kingdom of Heaven Pt. 3
9. Rivers
10. Once Upon a Nightmare
11. Freedom – The Wolves Within
12. Cry for the Moon
13. Beyond the Matrix
14. Omega – Sovereign of the Sun Spheres
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