Crypta: "Já nos proibiram de entrar no nosso camarim achando que éramos acompanhantes"
Por Emanuel Seagal
Postado em 14 de julho de 2021
Fernanda Lira (ex-Nervosa), vocalista e guitarrista da banda de death metal Crypta, participou de uma matéria no SP1 durante a comemoração do dia mundial do rock, onde falou sobre as dificuldades e a representatividade da mulher no metal. Confira os trechos, transcritos pelo Whiplash.Net.
"Somos quatro mulheres apaixonadas por death metal. A maioria das minhas referências eram femininas, meu pai sempre ouviu muita banda com mulher e isso sempre foi muito importante pra mim, porque eu sempre me senti representada.
As pessoas tem essa concepção 'por ter uma banda só de menina, tudo se torna mais fácil', na verdade a gente encontra muitas dificuldades, como ser proibida de entrar no próprio camarim, porque confundiam a gente com as acompanhantes da banda. Aí você sobe no palco e o cara te ensina qual é o botão do volume, "olha, esse é o volume, você pôe pra cima...', eu sinto, sempre senti, como mulher subindo no palco, sempre uma necessidade de provar em dobro. Eu não escondo que eu defendo pautas feministas, por exemplo, ou que abordam os direitos das mulheres, não escondo que eu defendo pautas raciais, não escondo que eu defendo e gosto de questionar a pauta do veganismo. Para que as pessoas se conscientizem, ou pelo menos possam parar e pensar sobre aquilo.
Mulheres sabem tocar tanto quanto os homens sim. Vão desenvolver papeis que não foram aqueles que foram designados pra elas e é isso, então minha contribuição é subir no palco e arregaçar tudo toda vez que eu tenho oportunidade (risos)."
A Crypta lançou seu primeiro álbum, "Echoes of the Soul", no dia 11 de junho, pela Napalm Records.
Assista o vídeo clipe gravado para "From The Ashes".
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