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Mauricio Weimar: batera fala de bandas sem identidade e alfineta guitarristas

Por Emanuel Seagal
Postado em 17 de setembro de 2021

"Tu concordas que as bandas de metal tem cada vez mais apresentado trabalhos com produções exageradas, com execuções meio robóticas, onde fica meio difícil achar a identidade das bandas?", é com essa indagação que Mauricio Weimar, baterista conhecido pelos seus trabalhos nas bandas The Ordher e Nephasth, iniciou seu recente vídeo no canal Extreme Drums.

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Na discussão proposta por Mauricio ele fala sobre produções exageradas, que fazem a banda soar bastante diferente do que deveriam soar ao vivo, de acordo com sua experiência passando pelos gêneros thrash, death, black, punk, grind, onde de acordo com ele "o feeling ao vivo e a crueza sempre foram o ponto chave".

Mauricio explica que na época das gravações analógicas, algo que ainda é usado por algumas bandas, o músico precisava gravar o take inteiro de uma música e a edição era muito mais difícil, portanto o músico do underground no Brasil e mesmo um pouco acima do underground, tinha que ir no estúdio e tocar "valendo, na raça". No processo de criação e gravação das bandas, os músicos apresentavam suas ideias nos ensaios e iam compondo juntos, sem metrônomo, e quando a música estava finalizada, marcavam o estúdio, e a gravação se iniciava. Dentro do estúdio, com os equipamentos microfonados, o baterista tocava, e do outro lado o guitarrista e o vocal acompanhavam o baterista durante a gravação. Apesar do baterista estar gravando, eles tocavam juntos, criando um retrato fiel do que era a banda ao vivo, uma razão pela qual é possível encontrar muitas "imperfeições" nos álbuns de bandas clássicas, o que não era um problema até a tecnologia digital ser introduzida e exigir mais das bandas.

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No vídeo algumas observações e críticas foram feitas a respeito de músicos que usam ferramentas para gravar coisas que não são capazes de tocar durante a gravação, e também a limitação da criatividade do músico ao se tornar refém de ferramentas, como o uso do "quantize": "Isso faz com que tu puxes as notas que não estão perfeitas no tempo para se encaixarem no grid. O músico grava tudo com suas nuances e o produtor usa o quantize e gruda tudo. Isso faz com que você perca a espontaneidade do músico. Eu mesmo já fui vítima disso, gravei sem nem saber o que seria feito depois, e quando vi o resultado final eu mal conseguia me reconhecer na gravação", desabafou o baterista.

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Mauricio defende as virtudes de gravar de forma mais livre: "Tocar perfeitamente em cima do metrônomo não quer dizer, de modo algum, qualidade artística, é simplesmente uma questão técnica. Bandas clássicas como Slayer e Ratos de Porão só soam como soam pois gravaram sem metrônomo."

Brincadeiras a parte ele admite que nem todos irão concordar com seus pontos, mas que geralmente quem discorda são "guitarristas que sacam de teoria, tecnologia, fazem a composição da bateria, e mandam para o baterista gravar, sem querer que o baterista 'bagaceiro' estrague suas 'composições perfeitas'", e alfineta: "é ou não é? a carreira solo tá logo ali."

Confira a discussão completa no vídeo abaixo.

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Sobre Emanuel Seagal

Descobriu o metal com Iron Maiden e Black Sabbath até chegar ao metal extremo e se apaixonar pelo doom metal. Considera Empyrium e X Japan as melhores bandas do mundo, Foi um dos coordenadores do finado SkyHell Webzine, escreveu para outros veículos no Brasil e exterior, e sempre esteve envolvido com metal, seja com eventos, bandas, gravadoras ou imprensa. Escreve para o Whiplash! desde 2005 mas ainda não entendeu a birra dos leitores com as notícias do Metallica. @emanuel_seagal no Instagram.
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