Mauricio Weimar: os álbuns que marcaram um dos grandes bateristas do death nacional
Por Emanuel Seagal
Postado em 24 de julho de 2021
Mauricio Weimar é um baterista brasileiro conhecido principalmente pelos seus trabalhos nas bandas gaúchas de death metal The Ordher, com quem lançou o disco "Weaponize", de 2007, e Nephasth, com quem gravou os álbuns "Immortal Unholy Triumph" (2001) e "Conceived by Inhuman Blood" (2004), que tem lugar de destaque no death metal nacional. Além desse curriculum Mauricio é multi-instrumentista, formado em violino pela OSPA, já morou na Islândia e hoje é professor de músico na Noruega, além de ter um canal no YouTube chamado "Extreme Drums", onde sob a perspectiva de um baterista de metal extremo ele analisa músicas, toca covers e ensina bateria de uma forma didática e fácil de compreender, tanto para músicos como fãs de metal. Recentemente o músico participou de um desafio criado por Trym Torson, baterista do Emperor, onde foi um dos premiados. Mauricio contou ao Whiplash.Net um pouco dos seus primeiros contatos com a música e os álbuns que marcaram sua vida.
Lembro de quando eu era muito pequeno, talvez com uns 6 anos, que eu já era interessado por bateria porque eu ficava tocando com meus lápis em umas caixas, estojos e tudo mais que aparecia na frente. Sinceramente, eu não sei explicar porque essa obsessão com bateria. Porém a grande revelação foi quando eu comecei a ouvir bandas de hard rock e punk. A paixão pela bateria só foi aumentando, até eu conseguir comprar meu primeiro kit com meus 12 anos. Dali pra frente era só o que eu fiz da minha vida.
Ramones - "Loco Live"
Esse disco foi importante porque la por 1990 eu estava viciado em Ramones e nesse show, eles tocaram muito rápido e eu fiquei vidrado na bateria. Eu tocava e gravava um monte de fitas cassete só com baterias do Ramones e depois não sabia onde começava uma música ou terminava. Imagina só a bateria das músicas, sem guita, sem nada! Foi loco! Talvez, Ramones sempre foi e será uma das minhas bandas preferidas.
Korzus - "Mass Illusion"
Essa época era incrível para o Thrash nacional. Korzus arregaçou com esse álbum e certamente está entre os discos que eu mais ouvi na minha vida. A bateria nesse disco sempre foi enigmática pra mim, e há alguns meses eu encontrei cara que tocou nesse disco, o Roberto Sileci, e ele me contou algumas curiosidades. É um disco perfeito, nostálgico e sempre será referência para os headbangers, além de uma obra prima da bateria pesada!
Sepultura - "Arise"
Sem dúvidas foi o ponto de virada, onde eu comecei a viciar em Thrash Metal. Pedi esse disco de aniversário e só ouvia "Orgasmatron". Aos poucos fui ouvindo as outras faixas e não teve mais volta. Até hoje pra mim, "Arise" é o melhor disco do mundo. O Sepultura até a fase "Chaos A.D." é a banda do coração, e nada chega perto. Aqueles caras são o orgulho de muito headbanger brasileiro, e o Iggor influenciou uma legião de bateristas no Brasil e no mundo!
Panic - "Boiling Point"
Eu tocava com a Malevola, e estava em plena atividade quando o Panic de Porto Alegre estava gravando esse álbum. Panic era a maior banda de Thrash lá em Porto Alegre e eu acompanhava os caras de perto. Eu fui em algumas sessões de mixagem desse disco e não perdia um show dos caras. Pra mim, os caras eram tipo o Sepultura, porque eu era de uma geração mais nova e os caras já estavam em outro patamar. Esse disco marcou demais aquela época e teve um impacto gigante na minha maneira de tocar.
Ratos de Porão - "RDP Vivo"
Dificil escolher o meu disco preferido do Ratos. Fico entre esse e o "Anarkophobia", porém o "AO VIVO" já conta com o Boka, e a velocidade e pressão desse show fez com que o disco de tornasse icônico. Eu ouvia esse disco sem parar! Aquela caixa...
Vader - "Litany"
O manager do Nephasth era o mesmo do Vader, então eu passei a conhecer muito essa banda lá pelo início dos anos 2000. Litany foi extremamente inspirador naquela época. O impacto desse disco em mim é difícil descrever, e partir desse momento, Vader sempre foi a minha banda de Death Metal preferida. Foi a banda que eu mais ouvi durante muitos anos, e o batera Doc sempre será um ícone e uma inspiração gigante! Inclusive no canal "EXTREME DRUMS", eu faço cover nota-por-nota de Wings.
Death - "Symbolic"
Esse foi um divisor também. Por influência do meu camarada Ricardo "americano", eu conheci Death. Lembro de ouvir esse disco na casa dos caras e ficar pensando: "o que tá acontecendo?" Sério, era um silêncio total, pra prestar atenção a essa obra prima. Bateristicamente falando, é sagrado. Gene Hoglan conquistou o título de "Lenda" com esse disco. Porém foi também com esse disco que eu me foquei muito em tocar guitarra. Eu tirei TODO o disco na guitarra e ficava dando repeat sem parar acompanhando. Conheço todos os detalhes de cada música!
[an error occurred while processing this directive]Angelcorpse - "Inexorable"
Conheci esse disco quando o Nephasth estava a todo vapor! Na minha opinião é o disco de extremo mais criativo que existe em termos de bateria. Tony Laureano passou a ser um ícone e uma das minhas principais influências depois desse disco. Até hoje é um dos discos mais impressionantes, e eu tenho um orgulho enorme de conseguir tocar algumas músicas desse disco.
Krisiun - "Southern Storm"
Krisiun foi a banda mais importante do mundo para o metal extremo. A produção e sonoridade desse disco me marcou muito. E a faixa "Slaying Steel" pra mim é talvez a música perfeita de Death Metal. Blast beats, agressividade, riffs de guitarra matadores, variação, tem tudo ali! Ainda vou fazer um cover desse som, me aguardem!
Cavalera Conspiracy - "Inflikted"
[an error occurred while processing this directive]Desde que Max saiu do Sepultura eu me tornei um fã "viúva" dos Cavalera :). Quando "INFLIKTED" saiu, lembro do Fábio Lentino (The Ordher) me dizendo: "escuta esse álbum, muito foda". Velho, fazia tempo que eu não curtia tanto um disco. Sério, eu escutei muito e até hoje acho um clássico absoluto. Não é perfeito, ok. Tem muita firulinha de guitarra, mas tem a essência do Sepultura antigo, especialmente a alma do Max. Riffs foda, com os melhores vocais do mundo! E só o Iggor poderia ter tocado bateria nesse álbum! É emocionante o bagulho.
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