Bruce Dickinson: alquimia e peso absurdo em "The Chemical Wedding"
Por Tchelo Emerson
Postado em 08 de dezembro de 2021
O canal Metal Musikast está publicando uma série especial com resenhas em vídeo de todos os álbuns da carreira solo de Bruce Dickinson, vocalista da banda Iron Maiden.
O vídeo inédito traz uma resenha completa sobre o álbum "The Chemical Wedding", lançado em julho de 1998, com comentários sobre o título do álbum, sua capa, músicas, letras e diversas circunstâncias que estavam em torno da composição e do lançamento desse álbum.
Você pode ver o vídeo completo no player a seguir.
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"The Chemical Wedding" foi o segundo álbum após o retorno de Bruce Dickinson ao estilo que o consagrou, o heavy metal.
Dickinson havia lançado seu primeiro álbum solo, "Tattoed Millionaire", quando ainda fazia parte do Iron Maiden, em 1990.
Depois do lançamento do álbum "Fear of the Dark", o vocalista resolveu sair do Iron Maiden, tendo lançado o álbum "Balls to Picasso" em 1993.
Seguindo uma orientação voltada para as tendências em voga na época, sobretudo o grunge praticado por bandas como Alice in Chains e Soundgarden, Bruce causou muitas polêmicas com o novo álbum.
Na sequência, lançou um álbum ainda mais calcado no rock alternativo e no grunge, "Skunkworks".
O público não acolheu os experimentalismos de Bruce Dickinson, de modo que este é o álbum que menos vendeu em toda a sua carreira solo. A turnê contou com shows em casas com 500 a 1500 pessoas, o que foi considerado pouco para os empresários que esperavam mais do então ex-vocalista da maior banda de heavy metal do mundo, Iron Maiden, acostumada a tocar em estádios e grandes arenas.
Amargurado pelo que considerou incompreensão e má vontade do público, Bruce Dickinson aceita o convite para compor com o produtor e guitarrista Roy Z, que já havia feito um bom trabalho de composição em "Balls to Picasso", e, desta vez, apresenta algumas músicas bem pesadas para o vocalista.
Desses ensaios saem as músicas que formam o álbum "Accident of Birth", com capa de Derek Riggs e produção de Roy Z, além da participação do ex-guitarrista do Iron Maiden, Adrian Smith, colocando Bruce Dickinson novamente no cenário do heavy metal mundial.
Com a ótima acolhida, o (na época) ex-vocalista do Iron Maiden resolve "dobrar a aposta" e vem com um álbum ainda mais pesado, "The Chemical Wedding", calcado em influências que vão de Deep Purple, Black Sabbath e Led Zeppelin a Kyuss.
A formação continua a mesma: Roy Z (guitarra e produção), Adrian Smith (guitarra), Ed Casillas (baixo) e David Ingraham (bateria).
Roy começou a compor alguns esboços de músicas e mostrou para Bruce Dickinson, que percebeu o peso das novas composições e aprovou a nova abordagem do som. Para garantir tanto peso, sobretudo nas guitarras, Roy Z criou a "Molossian Guitar", após substituir a corda "mi" do seu instrumento por uma corda "ré" de um baixo, afinando as demais cordas a partir da afinação baixa da corda mais grossa. O nome faz referência a uma raça de cachorro que podia chegar a 90 kilos.
Logo de cara o peso do som é percebido na faixa de abertura, "King in Crimson", parecendo que o som se torna um monólito que ocupa todo o espaço onde a música é tocada. Diferente do que muitos pensam, a letra não é uma homenagem à banda de rock progressivo King Crimson, cujo álbum "In the Court of King Crimson" é um dos preferidos de Bruce Dickinson, mas sim, é uma referência a Satanás.
O tema pesado decorre do conceito que envolve todas as letras do álbum: a alquimia segundo William Blake, poeta e artista inglês que viveu no séc. XIX, que escrevia e pintava sobre suas visões sobrenaturais.
A faixa-título (que também é o nome de um filme cujo roteiro foi escrito pelo vocalista do Iron Maiden), tem um refrão que se popularizou muito na época do seu lançamento, em decorrência da execução constante nas rádios e sua melodia cativante e de viés mais comercial. Uma das melhores músicas de toda a carreira solo do vocalista.
Bruce Dickinson conseguiu autorização do museu Tate Gallery para utilização de oito pinturas de autoria de William Blake na capa do álbum e em todas as páginas do encarte da mídia física.
Além disso, o vocalista usou poemas do artista inglês em três músicas, The Book of Thel, Gates of Urizen e Jerusalem. Um dos heróis de Bruce Dickinson, Arthur Brown recita o poema The Book of Thel no álbum.
A turnê de promoção deste álbum passou pelo Brasil e rendeu um dos melhores álbuns ao vivo já lançados: "Scream for me Brazil".
Grande parte da base de fãs do Bruce Dickinson considera "The Chemical Wedding" o melhor álbum da carreira solo do vocalista e até mesmo de tudo o que foi lançado pelo Iron Maiden nos anos 90, lembrando que em março de 1998 havia sido lançado o álbum Virtual XI pela banda de Steve Harris.
Você pode ver o vídeo completo no player a seguir
O vídeo é o quinto de uma série chamada "BRUCE DICKINSON - DISCOGRAFIA COMENTADA", que vai abordar curiosidades sobre todos os álbuns da carreira solo do vocalista do Iron Maiden.
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