Rafael Bittencourt e Sérgio Sacani explicam como a música surgiu na humanidade
Por Gustavo Maiato
Postado em 14 de março de 2022
O guitarrista Rafael Bittencourt, do Angra, recebeu em seu podcast Amplifica o cientista Sérgio Sacani e os dois conversaram sobre diversos assuntos. Em certo ponto, a dupla debateu sobre as origens da música e a importância desse tipo de arte para a própria ciência como um todo.
"Atualmente, existe uma metodologia de ensino muito aplicada nos EUA que se chama STEM - Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, na sigla em inglês. Com o passar do tempo, colocaram STEAM - esse "A" é de Artes. Eles viram que tudo que você estuda tem que ter uma maneira de se expressar. Pode ser criando uma música contando fatos históricos ou uma peça falando sobre uma descoberta científica", disse Sacani.
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Ao falar mais especificamente sobre a origem da música, o cientista explicou que se trata de uma arte "matematicamente muito bem feita". Segundo ele, o músico que entende a maneira com que as notas musicais são divididas e como são formadas as tonalidades tem mais chance de achar fácil o processo de aprender teoria musical.
Já Rafael Bittencourt concordou que aprender a matemática da música é importante e disse que essa arte não foi inventada, e sim percebida.
"Os anjos cantam, é uma sensação de poder. Parece que posso dominar o mundo, por isso sou fascinado com a série harmônica. A música não foi inventada, foi percebida. Se você analisar a série harmônica, vê que é tudo intercalado. Você vai somando e dá um efeito acústico. Nós não inventamos isso. A história da música é o ser humano aguçando sua audição para perceber isso. Na idade das pedras, não precisava entender de música para caçar e se reproduzir, mas tivemos o luxo de perceber isso ao longo dos milênios. Esse efeito acústico acontece na natureza. Quando um trovão bate na montanha, gera reverberação", disse.
Entrando com mais exemplos sobre a importância da música para a humanidade e como os sons passaram a ser percebidos, Sérgio Sacani explicou que até mesmo no universo tudo está em ressonância.
"Quando você percebe que os sons da natureza podem ser mais graves ou agudos, isso vai tendo significados. Quando um trovão é mais alto, está mais perto. Hoje, é básico falar sobre isso, mas imagina o ser humano lá que não conhece nada e vem um trovão. Um dia, ouve algo mais alto, outro dia, mais baixo. Ele percebe que o barulho é o mesmo, mas com modulação diferente. Isso está muito ligado com a história da humanidade. Se você pegar os corpos celestes, eles estão em ressonância. Se você tem uma estrela com um corpo que dá três voltas ao redor dela, enquanto isso acontece, outro mais distante dá duas e outro mais distante dá uma volta. Então existe uma ressonância 3-2-1. Isso se repete em várias situações no universo. As luas de Júpiter estão em ressonância", concluiu.
Confira a entrevista completa abaixo.
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