Eddie Van Halen conta como foi colaborar com Michael Jackson em "Beat It"
Por André Garcia
Postado em 08 de março de 2022
Michael Jackson já chegou na década de 80 como um dos maiores astros pop do mundo, e parecia questão de tempo para que se isolasse como o maior. O que foi confirmado pelo sucesso estratosférico de "Thriller" (1982), simplesmente o álbum mais vendido de todos os tempos.
A produção do disco ficou a cargo do já lendário Quincy Jones, colaborador de nomes do quilate de Frank Sinatra. Na verdade, Quincy era um nome tão grande que, conforme publicado pelo site faroutmagazine.co.uk, mesmo Eddie Van Halen não acreditou quando recebeu seu telefonema.
Certo de que não passava de um trote, o guitarrista desligou na cara do produtor, que ligou várias vezes e nunca conseguiu passar do "Olá, eu sou Quincy Jones…". Até que uma hora a pulga atrás da orelha fez Eddie começar a se perguntar: "Mas e se realmente for ele?"
Jones estava convencido de que a faixa "Beat It" pedia um solo grandioso, e a primeira coisa que veio à sua cabeça foi o som extravagante e futurista de Van Halen. E, após finalmente superar a descrença inicial do holandês, o produtor solicitou seus serviços.
Naquela época, Eddie tinha um pacto com o Van Halen no estilo "um por todos e todos por um" que não permitia colaborações fora da banda. Mas não é todo dia que se recebe um convite do maior dos produtores para colaborar com o maior álbum do maior artista pop de todos os tempos.
Por isso, para que seus colegas de banda não descobrissem a pulada de cerca, Eddie abriu mão de ter seu nome nos créditos e de receber o cachê. Como pagamento ele pediu uma caixa de cerveja e que Michael o ensinasse alguns passos de dança para ele usar em seus shows.
Quando chegou no estúdio, o guitarrista encontrou o cantor em lágrimas enquanto assistia à prévia de uma cena emotiva do filme E.T. Por isso, para gravar sua parte ele trabalhou apenas com o produtor.
"O engraçado é que eu acabei rearranjando a música", contou Eddie Van Halen em entrevista à CNN. "O trecho em que eles queriam que eu solasse (...) não tinha acordes por trás, então eu tive que rearranjar a música. Quando Michael chegou eu falei 'Ah, espero que não se importe, mas eu mudei sua música'. Aí ele ouviu e disse: 'Não, eu adorei o jeito que você toca.'"
O desejo do Rei do Pop era que a faixa funcionasse com todo tipo de público, mas que enquanto rock funcionasse especialmente entre as crianças. E, de fato, quem era criança naquela época teve cada nota da guitarra de "Beat It" gravada na memória, e provavelmente foi apresentado ao rock por ela.
Uma última curiosidade é que, enquanto fazia seu solo, Eddie colocou tanta energia em sua performance que um pré-amplificador do estúdio explodiu. "Esse é bom mesmo!", reconheceu o engenheiro de som.
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