A reflexão do Barbônico sobre o que acontecerá com metal quando o mainstream morrer
Por Gustavo Maiato
Postado em 08 de março de 2022
O youtuber conhecido como Barba, do canal Barbônico, publicou um vídeo em que faz uma sensata análise sobre o que será do rock e do metal depois que os integrantes das principais bandas do mainstream morrerem.
No começo de sua argumentação, Barba explica que esse tema costuma surgir no seu canal sempre que fala sobre grupos com integrantes que já faleceram. Segundo ele, o headbanger médio não abre espaço para novas bandas.
"Quando faço vídeos sobre bandas com integrantes que já morreram, sempre me pergunto o que vai ser do heavy metal e do rock quando todos esses caras já se foram. Muitos estão morrendo ou se aposentando e o cenário cada vez mais necessita de novas bandas, que na realidade já existem. Só que o headbanger médio continua a insistir e se tornar reativo com essas coisas novas, dizendo que só existem bandas ruins na nova geração", diz.
Depois, Barba inicia uma análise da história do rock e do metal a partir dos anos 1970 e diz que em toda geração tiveram aqueles que profetizaram que o estilo estaria fadado ao fracasso.
"Quem nasceu nos anos 1950 conseguiu pegar as bases do heavy metal no começo. Bandas como Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple foram o começo de tudo. Com o advento do punk e da nova onda do metal britânico, ficou claro que o rock poderia ser comercialmente aceito pela indústria fonográfica. Nos anos 1980, chega a fase mais criativa, dando origem a muitos subgêneros como o death e o thrash metal. Tudo que viria depois, beberia fortemente nessas bases. Naquela época, já tinha gente falando que o rock morreu. Só que nesse período surgiram discos clássicos como ‘The Number of The Beast’ e "Beneath the Remains’. Tudo isso que veio de 1970 até 1990 definiu o que chamamos de mainstream. Basicamente tudo que saiu dali serviu de inspiração para a geração dos anos 2000. Sempre a geração anterior critica a seguinte. Os profetas do apocalipse do rock a cada virada de década matam o gênero. O pessoal dos anos 1980 matou os do 1990 e botaram na conta do grunge. É muito pensamento boçal e juvenil. Esse estado retardado de idade mental do banger médio afunda cada vez mais o cenário", comenta.
Por fim, o youtuber diz que quando todos os grandes artistas do mainstream do rock e do metal estiverem mortos, é possível que o gênero retorne para o underground.
"A morte de Kurt botou um ponto final no que teria sido o movimento que matou o metal. O que restaria então para os chorões e profetas do apocalipse banger? A resposta é o Pantera. Incrível o nível de arrogância de quem decidiu que o metal estava morto ali nos anos 1990. Gente de mente fraca pensa assim. Tínhamos discos fenomenais, como ‘Arise’ e ‘Black Album’. O dito novo metal também foi alvo de críticas pelos bangers de mente de 16 anos e corpo mais velho. O que era então isso? Tinha a deprê melancólica do Nirvana, o groove do Pantera, a cozinha do Faith No More e o eletrônico metalístico do Fear Factory. Ou seja, uma mistura boa. Lembro dos olhares ressentidos dos velhos adolescentes de 40 anos falando mal. Então, o tempo passou e muitos músicos do mainstream do metal morreram. O que restou dos anos 1970 para cá foram as obras. Acontece com todos nós. Estamos morrendo. O Friedrich Nietzsche falou algo interessante. Ele disse que o historiador tende a olhar para trás. Logo, vive para trás e isso se aplica na mentalidade da maioria dos headbangers. Se você ainda apoia bandas covers buscando aquele sentimento nostálgico de quando ouviu essas músicas pela primeira vez, você é um tolo. Heráclito já dizia que não dá para se banhar duas vezes no mesmo rio. Tudo flui. O que acontecerá com o cenário do metal depois que as grandes bandas acabarem? Bom, o cenário vai ficar ainda menor. Vai voltar para onde veio, ou seja, do underground. E talvez se torne um negócio meio de nicho, para poucos apreciadores, como é o caso do jazz e do blues. Talvez, retorne um dia como uma fênix das cinzas, mas essa é só minha opinião", concluiu.
Confira a análise completa abaixo.
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