Onda de cancelamentos e frustração com músicos sendo impedidos de entrar nos EUA
Por Emanuel Seagal
Postado em 13 de maio de 2022
O grupo sueco Bloodbath, banda que conta com membros do Katatonia e Paradise Lost juntou-se ao grupo de artistas que tiveram que cancelar suas turnês nos Estados Unidos.
A banda escreveu o seguinte comunicado: "Antes de tudo, este é um anúncio que esperávamos nunca ter que fazer, mas agora com raiva e frustração fomos infelizmente forçados a adiar nossa turnê norte-americana e nossa participação no Maryland Deathfest, mais uma vez. Apesar de solicitar nossos vistos há mais de sete meses (um processo que deveria levar três), eles ainda não foram processadosa tempo por motivos fora do nosso controle. Fizemos o possível para resolver essa merd* e fazer com que essa turnê finalmente se tornasse realidade, mas temos que aceitar nosso destino agora, que simplesmente a turnê não acontecerá."
"Visto que esta é a terceira vez que a turnê teve que ser adiada, sentimos e compartilhamos sua decepção, mas garantimos que, apesar das dificuldades associadas a esta turnê, não desistimos e, consequentemente, remarcaremos as datas assim que for possível se livrar da burocracia e acabar com essa maldição de desilusão. Até lá, fiquem seguros e fortes e esperamos ver todos vocês mais cedo ou mais tarde. Os reembolsos para todos os shows estarão disponíveis nos seus pontos de compra."
Paralelamente ao anúncio do Bloodbath o grupo holandês de deathcore Distant, que está em turnê nos Estados Unidos com as bandas Suicide Silence e Carnifex, anunciou que metade da banda não conseguiu entrar no país por problemas de visto.
Em março foi a vez de outro nome sueco do metal extremo, o Watain, fazer um anúncio parecido, cancelando sua participação na turnê ao lado do Mayhem e do Midnight. Na época eles informaram que a embaixada dos Estados Unidos iniciou um "processo administrativo" em relação aos pedidos de visto da banda, e tal processo poderia levar meses e uma resposta poderia vir somente após o final da turnê. Segundo a banda essa mesma embaixada havia aprovado os vistos de trabalho do grupo nas oito vezes anteriores que fizeram uma turnê nos EUA.
Além da frustração do público que tem seus planos prejudicados, muitas vezes com prejuízo de transporte e hotel, o cancelamento de uma turnê como a do Watain envolve produção de merchandise e um grande trabalho da banda e sua equipe. "Isso parece não ter nenhuma importância para as autoridades responsáveis", desabafou o grupo sueco após anunciar o cancelamento da tour.
A banda alemã Obscura é um grande exemplo de banda que sofreu de problemas com a embaixada dos Estados Unidos. Eles também tiveram seus vistos negados sendo obrigados a abandonar uma turnê em 2015. Em entrevista à Guitar World em 2019 eles comentaram que, embora com três álbuns lançados e contrato com a gravadora Relapse Records, o prejuízo causado pelo cancelamento foi tão grande que a banda quase acabou. Nos últimos anos as bandas Loudness, Skindred, Wolfmother e Rotting Christ tiveram problemas semelhantes.
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