O segredo do sucesso do Kiss que faltou nos Beatles e Rolling Stones
Por Emanuel Seagal
Postado em 05 de junho de 2022
Em dia de folga em um hotel em São Paulo, após tocar para mais de 60.000 pessoas na capital paulista, o Kiss conversou com Joe Daly, jornalista da revista Classic Rock. Na conversa ele disse se considerar o cara mais sortudo do planeta e conta o segredo do sucesso da banda.
Com o Kiss realizando sua turnê de despedida a conversa inevitavelmente abordou o legado da banda. "Eu sou claro sobre isso: a melhor parte do Kiss, e talvez sua maior contribuição, é que elevamos o nível em termos do que se pode esperar de uma performance ao vivo. Queríamos criar a banda que queríamos ver no palco. Uma banda sem regras e com um elemento visual incomparável, onde você pudesse combinar 4 de julho (Dia da Independência dos Estados Unidos) ou os fogos de artifício do 5 de novembro (Bonfire Night, ou Noite de Guy Fawkes, no Reino Unido) Rock não tem regras, então quando você vai em um evento de wrestling e vê os shows de fogos de artifício, ou você vê Sir Paul McCartney — e eu adoro a terra onde ele caminha — e vê fogos de artifício e pirotecnia, de onde você acha que ele tirou aquilo, do The Carpenters?", disse Gene Simmons.
"Saber o que todos nós passamos nos últimos dois anos, e ainda estamos nos recuperando, e ver o desejo dessas pessoas, é algo que levo a sério", afirmou Paul Stanley. "Esse tipo de adoração e apreciação não é distribuído a todas as bandas e a todos os artistas. Isso me deixa honrado, particularmente neste momento, realmente sabendo que o fim está à vista. Essa reciprocidade com os fãs é incrível. Certamente me faz pensar. Eu me pego pensando: 'Quem será icônico? Quem transcenderá gerações e décadas? Quem carregará a bandeira?' Além de quem vai poder dominar esses shows com personalidade e um ponto de vista. É isso que faz a diferença. Todos os shows por aí agora não poderiam existir sem o DNA do Kiss", concluiu.
A dupla foi questionada sobre seus sentimentos quando fizerem o último show. Gene Simmons ponderou e se esquivou da resposta, porém demonstrou um profundo apreço ao seu colega de banda, dizendo: "Uma das razões pelas quais sou o cara mais sortudo do planeta é que conheci Paul Stanley. No nosso caso, um mais um é igual a três. Ele é como o irmão que eu nunca tive. Discordamos em diversas coisas, mas nada importa. Não somos Jagger/Richards (Rolling Stones) e não somos Lennon/ McCartney (Beatles). Nem em nossos sonhos mais loucos, mas até mesmo esses caras se voltaram um contra o outro. Isso nunca aconteceu aqui e nunca acontecerá."
Paul respirou fundo, ponderou e disse: "O que não sentirei? É monumental. É esmagador. Será incrivelmente emocionante, tentar absorver a enormidade do que fizemos, e tenho certeza de que, além das risadas, haverá lágrimas suficientes para todos."
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps