Bob Dylan se justifica pela venda de livros com autógrafo fake por R$3 mil
Por André Garcia
Postado em 29 de novembro de 2022
Aos 81 anos de idade, Bob Dylan protagonizou uma das polêmicas do ano com o recente lançamento de seu novo livro, The Philosophy of Modern Song. Uma edição limitada foi vendida prometendo 900 exemplares autografados pelo autor. Os compradores, entretanto, se sentiram enganados por terem desembolsado $600 (cerca de R$3 mil) e recebido o livro com uma assinatura digitalizada e impressa.
Bob Dylan - Mais Novidades
Conforme publicado pela Ultimate Classic Rock, ficar com fama de pilantra na internet deve tê-lo incomodado. Afinal de contas, o cantor para justificar o ocorrido fez algo para ele raro: emitir um comunicado através de suas redes sociais.
"Chegou a meu conhecimento a polêmica sobre os exemplares autografados da edição limitada de Philosophy of Modern Song. Eu assinei à mão cada publicação ao longo dos anos, isso nunca foi problema."
"Entretanto, em 2019 eu tive um quadro grave de vertigem, que se estendeu pelos anos de pandemia. Requer uma equipe de cinco pessoas trabalhando juntas para me ajudar a fazer essas sessões de assinaturas, e não conseguimos encontrar uma forma de trabalho segura para completar minha tarefa, já que o vírus estava fora de controle. Por isso, durante a pandemia, foi impossível assinar qualquer coisa — e a vertigem não ajudou. Com os prazos contratuais findando, a ideia do uso do autopen me foi sugerida, com a garantia de que aquilo era feito 'o tempo todo' no mundo da arte e literatura."
"O uso de máquina foi um erro de julgamento que quero sanar imediatamente. Estou trabalhando junto à [editora] Simon & Schuster e meus parceiros de galeria para isso."
"Com meu mais profundo pesar, Bob Dylan."
Lançado no último dia 1 de novembro, The Philosophy of Modern Song passou 12 anos em produção, e é composto por 66 ensaios sobre música.
Bob Dylan
Considerado um dos maiores artistas vivos, iniciou sua carreira musical aos 19 anos, em 1960, quando se mudou para Nova Iorque. Na efervescente cena folk de Greenwich Village ele ganhou notoriedade interpretando clássicos do gênero, lançando seu álbum de estreia, autointitulado, em 62.
Nos anos seguintes, ficou famoso por seus álbuns de protesto e por canções instantaneamente reconhecidas como verdadeiros hinos. Logo, as massas o consideraram o porta-voz de sua geração, mas a messiânica adulação veio acompanhada de algo que fez com que ele renunciasse a tudo aquilo: expectativas alheias que o restringiam criativamente.
Em 1965, pela primeira vez ele chocou aos fãs com uma inesperada metamorfose — o violão e as canções de protesto deram lugar à guitarra e fluxos de consciência inspirados em poetas beatniks. Após um acidente motociclístico quase fatal em 66, terminou a década em reclusão.
Nos anos 70, voltou a emplacar álbuns reconhecidos como obras-primas, como "Blood on the Tracks" (1975). Além disso, o trovador americano seguiu mudando de estilo musical (e até mesmo de personalidade) como uma cobra troca de pele. Um ótimo exemplo disso foi sua fase cristã em 1979.
Dali em diante, seguiu por rumos mais cult que mainstream, com constantes lançamentos e turnês. Com o passar do tempo, ele investiu também na carreira literária, que o rendeu o Nobel de Literatura em 2016. Sua publicação mais recente, The Philosophy of Modern Song, foi seu primeiro livro desde 2004. Já na música seu trabalho mais recente é o álbum "Rough and Rowdy Ways" (2020).
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A música lançada há 25 anos que previu nossa relação doentia com a tecnologia
Jon busca inspiração no Metallica para shows de reunião do Bon Jovi
A banda com quem Ronnie James Dio jamais tocaria de novo; "não fazia mais sentido pra mim"
Tuomas Holopainen explica o real (e sombrio) significado de "Nemo", clássico do Nightwish
Gus G explica por que Ozzy ignorava fase com Jake E. Lee na guitarra
O melhor baterista de todos os tempos, segundo o lendário Jeff Beck
Ingressos do AC/DC em São Paulo variam de R$675 a R$1.590; confira os preços
A melhor música que Bruce Dickinson já escreveu, segundo o próprio
A única música do Pink Floyd com os cinco integrantes da formação clássica
Candidata a Miss Mundo Chile leva death metal ao concurso de beleza
Show do AC/DC no Brasil não terá Pista Premium; confira possíveis preços
O solo que Jimmy Page chamou de "nota 12", pois era "mais que perfeito"
Pede música no Fantástico! Morrissey cancela show no Brasil pela terceira vez
Os álbuns esquecidos dos anos 90 que soam melhores agora
O melhor disco do Anthrax, segundo a Metal Hammer; "Um marco cultural"


O fabuloso cantor que escolheu Bob Dylan como seu vocalista preferido
As três coisas que sempre irritam Bob Dylan, segundo o próprio
Os dois artistas que Bob Dylan considerava "relíquias do passado" nos anos 1980
Bono explica como Bob Dylan influenciou mudança do U2 em "Rattle and Hum"
Suzi Quatro comenta o álbum de Bob Dylan que a deixou "viciada para a vida toda"


