Anthony Kiedis: "Drogas não tem nada a ver com rock n roll"
Por André Garcia
Postado em 21 de novembro de 2022
O Red Hot Chili Peppers foi formado em 1983, fazendo grande sucesso no começo da década seguinte com o lançamento de "Blood Sugar Sex Magik", composto por hits como "Under The Bridge" e "Give It Away".
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Dessa forma, a vida de seu vocalista Anthony Kiedis se tornou um turbilhão, com a fama se misturando à dependência química, combinação essa que o tirou dos trilhos, e quase pôs tudo a perder.
Grande conhecedor da trajetória de Ícaro moderno do rockstar, o frontman recentemente deu uma franca entrevista para o podcast de Joe Rogan. Nela, ele relembrou como entrou (e como saiu) do mundo das drogas.
"[Aquilo] já estava em mim desde o nascimento, por uma questão de pré-disposição ao vício físico. Aí então psicologicamente desenvolvi tendências de que precisei me livrar para largar aquele ruído espiritual."
"Eu comecei fumando maconha, e adorei. Foi muito divertido, e na época era uma coisa subversiva de se fazer parte. Hoje em dia é considerado normal, mas na época era com ser um fora-da-lei para um adolescente! Com o passar do tempo, como não tive problema, comecei a me introduzir aos narcóticos muito jovem."
"Nem tenho o que dizer sobre isso. Era como estar a bordo de um trem, e ter que ia a onde diabos ele fosse. Era interessante e empolgante, mas ao mesmo tempo doloroso como o inferno, até que se torna uma vida de sofrimento. Por sorte, foi meu destino sobreviver àquilo."
"Não há acontecimentos, aconselhamentos ou qualquer coisa assim que te abra uma janela para pular para fora daquilo. É uma dádiva dos cosmos que faz com que você olhe para si mesmo e diga 'Eu vou te dar uma chance, uma oportunidade de fazer o trabalho necessário para melhorar"
Sexo drogas & rock n roll?
"[Drogas] não tem nada a ver com rock n roll, ou tentar impressionar, ou ser pretensioso — foi algo que rolava a meu redor, no meu mundo, e era uma coisa excitante e perigosa que todo mundo tinha medo. [Era como pensar:] 'Vou fazer essa coisa cuja palavra assusta as pessoas.'"
"Também era uma forma de escapismo, tipo a pessoa que senta no bar para beber sem parar. Aquela reação alérgica à sensação de ter encontrado o remédio certo para você. Eu me sentia completo ao colocar aquelas coisas em mim, até que a conta chegou. Foi questão de achar uma coisa que eu pensava que me fazia bem, mas estava me matando."
"Eu estava acho que com 27 anos na primeira vez que fiz um esforço para ficar sóbrio. Quando entrei na casa dos 30, me esqueci de onde tinha vindo e o processo de manter [a carreira funcionando]. É como a forma física, sabe? Não é algo que se tem para a vida toda, é preciso correr atrás. É algo que você desenvolve, se você larga, perde. Eu abandonei a prática da sobriedade."
"Eu acabei tendo recaídas por anos, tipo uns cinco anos, e era pior ainda — eu sabia da existência da solução, eu só estava a ignorando. Não havia nada de divertido naquilo. [Até que] uma nova janela de oportunidade se abriu, e tive mais uma chance de me comprometer com a sobriedade. Isso foi a 21 anos atrás."
Red Hot Chili Peppers
Considerado a personificação do rock californiano, o Red Hot Chili Peppers foi formado em 1983 por Anthony Kiedis e Flea. Desde o princípio, a banda sempre teve em seu DNA a mistura de ritmos, especialmente punk rock, funk e rap.
Com a entrada de Chad Smith na bateria e John Frusciante na guitarra, no começo da década seguinte eles chegaram ao estrelato com "Blood Sugar Sex Magik" (1991), alavancado por estrondosos hits como "Give It Away" e "Under the Bridge".
Por mais que a década de 90 tenha começado bem, ela reservava para a banda um inferno astral. Após a saída de seu guitarrista em 1992, lançou "One Hot Minute" (1995) — com Dave Navarro na guitarra — muito mal recebido, derrubou a popularidade do quarteto. Quando parecia que tudo estava perdido, com o retorno de Frusciante e o lançamento de "Californication" (1999), a banda fez mais sucesso do que nunca. Essa nova fase rendeu ainda "By The Way" (2002) e "Stadium Arcadium" (2006).
Com a nova saída de John Frusciante em 2009, assumiu a guitarra Josh Klinghoffer, que gravou "I'm With You" (2011) e "The Gateway" (2016). Com o novo retorno de Frusciante em 2019, a banda lançou "Unlimited Love" e "Return of the Dream Canteen" (ambos em 2022).
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