The Smiths: Johnny Marr comenta cinco de seus guitarristas preferidos
Por André Garcia
Postado em 19 de dezembro de 2022
Embora seja considerada uma das mais icônicas bandas do rock britânico nos anos 80, The Smiths teve uma breve trajetória. Tão breve que apenas três anos separam "The Smiths" (1984) e "Strangeways, Here We Come" (1987) — respectivamente, seu álbum de estreia e último disco.
Além do vocal e letras de Morrissey, a banda se destacou pelos arranjos de guitarra de Johnny Marr. Habilidoso e versátil, ele foi na contramão da música da época e produziu algumas das maiores pérolas musicais da década.
A Far Out Magazine listou cinco dos guitarristas que mais ajudaram a moldar seu som, e ainda garimpou declarações sobre eles.
John McGeoch (Siouxsie and the Banshees)
"Minha geração girava em torno de um cara chamado John McGeoch, do Siouxsie and the Banshees. [...] Sabe, 'Permafrost' é a palavra perfeita para descrever o som de guitarra dele — quando se trata dos Banshees, você pode chamar de glacial. Não é que não tenha sentimento, mas estava muito distante da vibe blues que teria sido o caminho mais fácil. É muito triste que John McGeoch não estava mais entre nós para receber todo o reconhecimento merecido de músicos e dos fãs. É triste."
Pete Townshend (The Who)
"Ele é o melhor guitarrista dos anos 60, disparado. Com certeza meu favorito. George Harrison foi inventivo, mas eu adoro a selvageria de Townshend. Seus solos eram brilhantes, como 'I Can See For Miles' e 'Slip Kid'. Ele estava em constante evolução, dava para ouvir ele desenvolvendo seu estilo de tocar. Eu adoro aquela guitarra solo fluída que ele fazia nos anos 80, como em 'Eminence Front'."
"E ainda tem ele tocando violão. Ouça ele tocando [violão de] 12 cordas em 'Substitute', 'I'm Free' é uma grande faixa de violão. O que ele fez em 'Pinball Wizard' inventou a coisa toda. Até nas demos você ouve um violão incrível, com um belo dedilhado e batendo nas cordas. Sua abordagem acústica é feroz e dinâmica — é algo completamente único, e dá para ouvir isso nas demos de 'Tommy' e 'Quadrophenia'."
Bert Jansch (músico folk)
"Minha maior influência seria Bert Jansch. [...] Todo mundo que curtia Nick Drake curtia Bert. Todo mundo que curtia as coisas acústicas do Led Zeppelin, Neil Young, Donovan, os Beatles… Sem Bert Jansch não teria 'Back to the Old House', não teria 'Unhappy Birthday', mesmo minhas coisas elétricas. Aquilo perpassa tudo que eu fazia no Smiths — todas as estradas levam a Bert Jansch."
James Williamson (Iggy Pop & The Stooges)
"Aquilo me deu um caminho a seguir como guitarrista, abriu caminho para um mundo de rock n roll, malícia, sexualidade, drogas, violência e perigo — uma combinação difícil de superar. Eu sou o maior fã dele. Ele tem as habilidades técnicas de Jimmy Page sem ser tão estudioso, e tem a ginga de Keith Richard sem ser tão desleixado. Ele é ao mesmo tempo demoníaco e intelectual, é quase como soaria Darth Vader se ele tivesse uma banda."
Nile Rodgers (Chic)
"Quando eu era mais novo, passava muito tempo sentado no meu quarto com meus amigos que tocavam guitarra ouvindo Neil Young e Bert Jansch, com seriedade. Enquanto que minha irmã estava no quarto ao lado ouvindo dance music e se arrumando para sair com as amigas. Elas pareciam que estavam se divertindo bem mais que nós (e tinham uma melhor aparência também). Elas me diziam 'Para que vocês estão ouvindo essas m*rdas deprimentes?'"
"Depois daquilo, eu comecei a me ligar em Chic, The Fatback Band, The Ohio Players e War… Se você ouvir 'The Boy With The Thorn In His Side', dos Smiths, a base do segundo verso em diante e puro Nile Rodgers."
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