Os três solos de guitarra listados por Jeff Beck como seus favoritos
Por André Garcia
Postado em 14 de janeiro de 2023
Seria um reducionismo definir Jeff Beck como um dos maiores guitarristas da história do rock, pois ele jamais se restringiu às limitações criativas do gênero. Sua morte, ocorrida no último dia 10, aos 78 anos, por conta de uma meningite bacteriana, foi uma das maiores perdas musicais dos últimos tempos.
Conforme publicado pela Far Out Magazine, em 2011, em entrevista à Music Radar, ele apontou seus três solos de guitarra preferidos.
Race With The Devil - Gene Vincent and His Blue Caps
"O guitarrista de Gene, Cliff Gallup, era um gênio absoluto. Simplesmente não há outra palavra para descrevê-lo. Li uma entrevista em que ele afirmava que nunca planejava com antecedência o que iria tocar, e a ideia que ele teve com as duas quebradas de guitarra nessa música é simplesmente incrível. Precisei de meses e mais meses de prática para chegar perto do que ele tocava! Não há uma única nota solta em lugar nenhum, e o tom do solo é simplesmente perfeito. Dificilmente vai haver alguém no mundo hoje com o espírito de imediatismo e instintividade que Cliff tinha — Jack White é provável que seja o que mais se aproxima."
Minor Blues - Django Reinhardt
"Qualquer lista séria de grandes solos de guitarra estaria incompleta sem alguma coisa de Django. Acho que esse é o solo mais maravilhoso de todos: o que ele traz para o que é essencialmente um blues de 12 compassos é fantástico. Pega um formato tão padronizado e o reveste com tantos floreios líricos... Ele faz com que soe como uma espécie de orquestra de câmara do século XVII, é tão belamente trabalhado, cheio de conflitos e aventuras."
Rock Around The Clock - Bill Haley & His Comets
"Ao longo dos anos, Haley foi meio que varrido da história do rock n roll, em parte porque ele nunca pareceu descolado — ele não era um modelo sexy como Elvis ou Eddie Cochran. Eu acho isso uma vergonha. Mas o The Comets era uma banda excelente, especialmente o guitarrista Franny Beecher. O que ele fez aqui foi realmente especial, quase como um solo de jazz, mas dobrado em velocidade, e ainda tem aquela ótima acelerada cromática no final. É puro rock n roll selvagem. Sim, é uma música cafona, e há algo quase de canção de ninar na letra, mas aquela parte da guitarra realmente a carregou nas costas."
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