Robert Smith comenta "4: 13 Dream" (2008) - o último álbum do The Cure
Por André Garcia
Postado em 14 de fevereiro de 2023
Na primeira década dos anos 2000, o The Cure já havia passado pelo paraíso do sucesso, o inferno do fracasso e tudo que há entre os dois. Mesmo após ser morto diversas vezes por seu vocalista e fundador Robert Smith, sempre teima em ressuscitar. Foi assim que, entre 2006 e 2008, carregou todas as suas cicatrizes para trabalhar em seu décimo terceiro disco: "4:13 Dream".
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Embora tivesse sido concebido como álbum duplo, acabou sendo um álbum simples contendo 13 das 33 faixas que renderam as sessões. Foi lançado em 27 de outubro de 2008, mas antes disso passou por uma série de adiamentos. E foi justamente entre um adiamento e outro que um ansioso Robert Smith deu uma entrevista para a Rolling Stone comentando seu vindouro novo álbum.
"Sempre ouço que ele foi adiado várias vezes, mas vejo isso de uma perspectiva diferente: para mim, eles é que seguem agendando [o lançamento para] quando ele ainda não está pronto. Adoro o som que os prazos de entrega fazem girando na minha cabeça. Acho que o que faremos com este álbum durará muito mais tempo do que nós, então estou determinado que deve ser exatamente como eu quero que seja. Dito isso, vou entregá-lo no meu aniversário, 21 de abril."
"Tivemos muita dificuldade para decidir o que vai entrar no álbum — tem músicas lentas de sete minutos, e coisas muito otimistas. Ele abrange tudo o que o The Cure faz em 33 músicas. Nós meio que fizemos isso com o 'Kiss Me [, Kiss Me, Kiss Me]', na década de 1980. Estávamos tentando fazer a mesma coisa e depois juntar tudo no final, mas há uma certa discordância sobre o que fazer. Há uma voz dizendo que devemos lançar o CD com o som mais comercial, atrair as pessoas para o mundo do The Cure novamente, e depois atingi-las com outras coisas. Há outra voz rolando também: 'Que se f*da, vamos lançar o que for sombrio e depressivo e ceder as outras músicas para filmes e essas coisas.'"
"Gravamos tudo juntos, no mesmo estúdio. Provavelmente 75 por cento do que fizemos vem da primeira sessão, porque deu uma sensação muito boa. Mesmo que tenhamos refinado algumas coisas um pouco mais tarde, alterado os tempos e regravado, a maior parte do que fizemos veio, na verdade, das nossas demos. A coisa boa sobre isso, sonoramente, é que as músicas lentas, as rápidas, e tudo que havia entre, ficam juntas. Temos uma paleta limitada de sons. Usamos apenas quatro teclados nas 33 músicas. Eu usei só os mesmos instrumentos básicos, usei uns três amplificadores, a ambientação parece a mesma. Mesmo que as músicas sejam meio estranhas, e se encaixem desconfortavelmente, elas pelo menos têm o benefício de soar semelhantes."
"Teve uma regra de que não tivesse um único visitante durante todo o tempo que estivemos no estúdio. Ninguém foi autorizado a entrar. Somos apenas nós quatro e Keith Uddin (o engenheiro de som, que conhecemos há alguns anos). Não tinha aquela de tocar para uma galera. Todo mundo conhece os pontos fracos uns dos outros, e aprendemos a lidar. Esse é outro motivo pela qual isso tem sido tão divertido, embora a gente discorde um pouco. Passamos da fase da gritaria, o que é revigorante."
"Duas das músicas são demos antigas da década de 80, e uma vem da década de 90. Apenas no decorrer da conclusão dos extras para alguns relançamentos de álbuns que fizemos alguns anos atrás, eu fui ouvi tudo que tinha. Eu guardei centenas de fitas cassete e essas coisas, assim que ouvi, pensei: 'Isso pode ser bom!' Eu conseguia ouvir aquilo ao vivo. Eu meio que deixei aquilo de lado. Uma delas soa bem anos 80, você provavelmente vai identificar qual é. É da época do "Head on the Door" [1985] e realmente agita, é totalmente anos 80, o que não acho que seja ruim. Faz parte da nossa herança. No momento, o título provisório [do álbum] é 'Kat 8'."
"Não há um conceito nesse álbum, mas tenho tentado ser mais socialmente consciente em algumas das minhas letras. Uma das canções foi tirada de um livro que li há alguns anos chamado The End of Faith, de Sam Harris, que fala do absurdo da religião organizada. Eu queria abordar isso em uma música de forma divertida, se é que isso é possível. Eu sempre sinto que outros vocalistas das outras bandas estão por fora quando cantam sobre questões como essas. Parece que eles não sabem de nada, mas o que me torna diferente? Então acabo evitando isso, na maioria das vezes."
"Esta é definitivamente a melhor formação do Cure em 20 anos, ou pelo menos desde o 'Desintegration'. A atmosfera no estúdio é elétrica, e as músicas refletem isso. Meus padrões são muito mais altos do que no passado. Se você gosta do The Cure, vai gostar do álbum!"
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