U2: The Edge revela qual ele considera ser o "superpoder" de Bono
Por André Garcia
Postado em 04 de abril de 2023
Com seu álbum de estreia, "Boy" (1980), o U2 surgiu na Irlanda seguindo os passos da emergente cena post punk que despontava na Inglaterra — com nomes como Joy Division, The Cure e Siouxsie & The Banshees. Ao longo da década, conforme a banda conquistava as massas, suas letras e as performances de seu vocalista Bono, foram se tornando cada vez mais politizadas.
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Conforme publicado pela Far Out Magazine, em entrevista recente o guitar hero refletiu sobre como o lado político de Bono afetou a banda. Segundo ele, as duas coisas se tornaram "tão interligadas" que seria "muito difícil imaginar uma sem a outra".
"Teve momentos desafiadores, especialmente quando Bono estava fazendo grandes avanços nos Estados Unidos. Ele percebeu que seu superpoder era o de trabalhar dos dois lados, persuadir políticos de diferentes partes do espectro [ideológico] a trabalharem juntos. Ele tinha reuniões com gente como [o senador direitista dos Estados Unidos] Jesse Helms — conhecido pelo desmonte do National Endowment for the Arts, e comentários terríveis sobre a pandemia de AIDS. Então era difícil, mas entendíamos a lógica. E se você avalia o ativismo com base em resultados, em vez de ser uma espécie de tentativa de demonstração de virtude… então Bono estava absolutamente certo."
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"Se você conseguir persuadir um político de que ele não só não vai perder seu apoio atual, como ainda potencialmente vai aumentá-lo, isso é algo difícil de recusar. E Bono se tornou muito bom, creio eu, em advogar com base nisso. [Ele dizia] 'Olha, isso significa pontos políticos para você'. Mas muitas vezes isso significava ele estar na fotografia!"
Não foram poucas as críticas que a militância política rendeu a Bono com o passar dos anos: uns diziam que aquilo mais atrapalhava os países do que ajudava; outros diziam que ele era apenas um ego maníaco com mais sede por autopromoção do que ideais. Sobre esses críticos, The Edge disse:
"Eles apenas acham que ele comprometeu seus princípios — ele não comprometeu. O que ele comprometeu foi seu perfil de relações-públicas, e sua posição com os fundamentalistas que nunca estariam abertos a receber pessoas com as quais não concordam. No final, acho que os fatos comprovam sua abordagem."
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Nos últimos anos, Bono parece ter se cansado dessa coisa política, e veio se tornando mais reservado, sumindo dos holofotes sempre que pode. No ano passado, ele foi à mídia para promover sua autobiografia, e este ano ele está em evidência por conta do novo álbum do U2, "Songs of Surrender".
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