O recado sem-vergonha que Raimundos escondia no material que ia para rádios populares
Por Gustavo Maiato
Postado em 13 de maio de 2023
Nos anos 1990, o Raimundos era uma das maiores bandas de rock do Brasil e muito desse sucesso se deu pela parceria com o produtor Tom Capone, responsável pelo álbum clássico "Só no Forevis".
Em entrevista ao Corredor 5, Marcelo Maia, que trabalhava com Tom na Warner nessa ocasião, relembrou um caso curioso quando as rádios começaram a solicitar versões das músicas da banda com pouca guitarra como condição para tocar os hits.
"Parto do princípio de que o que tem excelência chega na reta final vitorioso. O Tom Capone tinha essa excelência no que fazia. Tem uma história maravilhosa que só soube depois. No caso do Raimundos, eles faziam discos maravilhosos. O primeiro que o Tom produziu deles fez com que o público entendesse o que o Rodolfo cantava.
Foi o ‘Só no Forevis’. Os primeiros você não entende! [risos]. Aquele álbum é 100% Tom Capone. Eu participava das reuniões e via as rádios pedindo para tirar a guitarra. As rádios de rock estavam acabando. A guitarra ficou abominada pelas rádios brasileiras. Mas tirar a guitarra dos Raimundos era um assassinato, né? Tinham duas rádios que se a música estivesse tocando ia vender 500 mil a 1 milhão de cópias do disco.
Tinha que estar lá e precisava dessa versão. Aí, a banda mandou uma fita escrita assim: ‘Mulher de Fases Remix PM’. Essa era a guia de rótulo. Entrou em todas as rádios populares. Abriu portas e o Raimundos dobrou de tamanho. Outros remixes PM foram feitos. Ninguém sabia o que significava essa sigla. Sabe o que era? Remix Pau Mole! [risos]. O Tom Capone inventou essa sigla para se defender quando precisava fazer novas mixes para as rádios".
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