Quando Ozzy Osbourne, sem saber, foi usado para atrair criminosos para uma cilada
Por Bruce William
Postado em 05 de junho de 2023
Nos tumultuados anos sessenta e setenta, a relação entre a polícia e os rockstars era frequentemente marcada por tensões e conflitos. Em meio à contracultura e ao movimento hippie, o rock se tornou um poderoso veículo de expressão artística e contestação social. Bandas e músicos icônicos como The Rolling Stones, The Doors e Jimi Hendrix se tornaram símbolos da rebelião e da busca por mudanças. No entanto, essa postura desafiadora muitas vezes colocava esses artistas em confronto direto com as autoridades policiais, que os consideravam representantes de uma cultura contrária aos valores tradicionais e à ordem estabelecida.
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Os rockstars frequentemente enfrentavam perseguições e prisões arbitrárias, enquanto suas performances ao vivo eram alvo de intensa vigilância policial. Shows eram cancelados, locais eram fechados e muitas vezes ocorriam confrontos violentos entre a polícia e os fãs. Aos olhos das autoridades, o estilo de vida e a música dos rockstars eram associados à subversão, ao uso de drogas e a comportamentos considerados imorais. Essa tensão entre a polícia e os músicos alimentava ainda mais a imagem do rock como um movimento de resistência e o fortalecimento do espírito de rebeldia entre os fãs.
E pelo visto essa ideia de pessoas fora da lei no público roqueiro ainda se mantém no imaginário policial mesmo após vários anos, conforme atesta esse relato da página oficial de Ozzy Osbourne. No dia 29 de outubro de 2007, Ozzy estava com show marcado para o Fargodome em Fargo, ND. E o xerife local, Paul D. Laney, organizou uma falsa festa pré-show em nome da PDL Productions, oferecendo os mesmos benefícios dos pacotes VIP oficiais do cantor.
Para a festa, foram convidadas cerca de quarenta pessoas que estavam com mandados de prisão pendentes, mas que por um motivo ou outro vinham escapando das autoridades, que foram prontamente algemadas e presas ao chegar ao local. Depois, Laney realizou uma coletiva de imprensa pela TV para proclamar o sucesso da operação. Mas a ação policial causou indignação em Ozzy Osbourne, que expressou sua frustração com o uso de seu nome em associação a atividades criminosas.
Em uma declaração, Ozzy afirmou que o xerife deveria se envergonhar e que poderia ter realizado a operação sem envolver sua fama. "Em vez de realizar uma coletiva de imprensa para se vangloriar, o xerife Laney deveria se desculpar comigo por usar meu nome em relação a essas prisões. Isso é insultante para mim, para o meu público e mostra como esse xerife é preguiçoso quando se trata de fazer seu trabalho".
Prosseguiu o vocalista: "O xerife Laney fez questão de manchar minha reputação, insinuando que de alguma forma eu atraio elementos criminosos, o que certamente não é verdade. Meu público é composto por pessoas boas e trabalhadoras, que têm sido imensamente solidárias com a minha música há quase quatro décadas. Eles também têm apoiado muito a instituição de caridade de combate ao câncer de cólon da minha esposa Sharon, arrecadando mais de um milhão de dólares (em parte através da venda de ingressos VIP) nos meus shows. É óbvio para mim que esse xerife tem uma agenda e está apenas tentando se promover às minhas custas."
De sua parte, o xerife Laney se justificou: "Não tínhamos intenção de desrespeitar o Sr. Osbourne ou seu show. O que fizemos foi usar uma técnica criativa de aplicação da lei para atrair indivíduos com mandados criminais ativos a se aproximarem de nós. Eles são muito criativos na forma como fogem da lei. Nós apenas fomos muito criativos na forma como os atraímos".
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