Com o que é preciso arcar na hora de contratar um show, segundo produtor
Por Gustavo Maiato
Postado em 04 de agosto de 2023
O produtor Luciano Paz, da Tomarock Produções, participou do The Bridge Cast e comentou sobre os custos que são necessários para trazer bandas como o Angra, que fará show no Rio por sua produtora no dia 15 de dezembro, no Circo Voador.
"Cada show é uma realidade diferente. Vamos dar um exemplo comparando com o Angra, que anunciamos recentemente. No caso do Angra, pagamos um valor que inclui o transporte e o cachê. Além disso, temos que arcar com o hotel e a alimentação, que é uma diária combinada previamente. Isso varia muito de banda para banda; algumas conseguem se sustentar tranquilamente com R$70 por dia, enquanto outras precisam de até R$120 diários. Vi isso acontecer recentemente. A menos que você queira almoçar todos os dias em restaurantes caros, esses custos são inevitáveis.
E tratando-se de shows internacionais, a coisa fica mais complexa. A diária de alimentação para uma banda internacional é mais alta, pois eles não vão simplesmente comer em qualquer lugar, eles preferem restaurantes mais refinados com comidas típicas de seus países de origem. Geralmente, essa diária fica em torno de R$150 por pessoa da equipe internacional.
Além disso, temos os gastos com passagens aéreas da equipe internacional, vistos e outras despesas relacionadas a trazer uma banda de fora. Importante destacar que nós, da Tomarock Produções, não trazemos bandas internacionais diretamente. Quando organizamos um show internacional, compramos o show de uma produtora, como aconteceu com a turnê do Incantation ou Brujeria.
A produtora paga a banda um valor acordado por cada show, e então ela vende esses shows para diferentes países da América do Sul. É normal que a produtora venda o show para nós por um valor um pouco mais alto do que o que ela pagou à banda, pois precisa ter algum lucro. Porém, acreditamos que até US$2000 a mais é justo, mais do que isso já seria abusivo".
Histórias de produtores
Em outra ocasião, o produtor Vini Neves, do Stay Heavy, também comentou um pouco sobre sua profissão e falou sobre a percepção entre o rock e o funk. A transcrição foi de Bruce William direto do vídeo do canal Amplifica.
"Pelo fato talvez de saber tocar mais, de ter mais aptidões, a gente acha que é melhor que os outros. E isso nunca eu vi dar certo na vida, você achar que é melhor que alguém, alguma coisa. Então, acho que a gente poderia ter mais essa humildade, trazer empresários de outro ramo, vamos estruturar, chamar o pessoal de agência, tudo roqueiro:
'Como que a gente pensa isso? Como um produto, como um negócio', e explorar isso". No fim, ele conclui que, infelizmente, não é assim que as coisas vêm sendo feitas. "A gente não, a gente quer é sempre 'ah, não vamos aí que a música é maior do que o...', e aí vai ficando desse jeito".
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